Gordian Quest é um RPG baseado em turnos desenvolvido pela Mixed Realm que combina elementos de construção de deck com estratégia e roguelike. No jogo, temos que montar nossa própria equipe e superar a maldição que reina sobre a região fantasiosa na qual a história se passa.
Desenvolvimento: Mixed Realm
Distribuição: Modus Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Aventura, Estratégia
Classificação: 12 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch
Duração: 20 horas (campanha)/50 horas (100%)
O chamado
Uma maldição fez com que os mortos ressuscitassem e instaurassem o caos no mundo. Um grupo de heróis prontamente atendeu ao chamado dessa aventura. Os jogadores podem escolher qualquer um entre os 10 personagens – e podem recrutar membros à medida que a história avança. Os próprios personagens são baseados em classes icônicas e facilmente reconhecíveis de Dungeons & Dragons, como clérigo ou bardo.
Embora exista uma história em Gordian Quest, o principal foco do jogo está em seu ciclo de combater oponentes, retornar à cidade central para curar e obter melhorias de equipamentos, e depois voltar para enfrentar mais ameaças. Podemos escolher a dificuldade que desejamos e optar por tornar o jogo mais (ou menos) roguelike – por exemplo, se os personagens podem visitar a cidade central entre os estágios ou se devem completar um arco narrativo completo antes.
O loop da jogabilidade de Gordian Quest pode ser visto como algo ruim, pois a jogatina fica repetitiva depois de um tempo, e algumas batalhas carecem de variedade. E para quem passa tempo fazendo missões secundárias – que são ótimas para subir de nível – isso é um problema ainda maior. Pessoas que estão acostumadas a jogar RPG de mesa com amigos podem achar a aventura um pouco solitária, já que não há ninguém com quem rir ou lamentar se um D20 chegar ao , ninguém com quem comemorar quando ele chegar perfeitamente ao 20. Em vários pontos, os personagens terão que realizar testes de habilidade; passar ou falhar.
Solitário, mas divertida ainda assim
Apesar desse pequeno problema, Gordian Quest é divertido. Dá pra passar horas lutando contra inimigos, melhorando personagens e obtendo itens. Dependendo das configurações do game, cada ato pode levar até uma dúzia de horas para ser concluído, o que significa que há muito o que fazer.
O combate em Gordian Quest é um destaque, misturando maravilhosamente batalhas baseadas em cartas com as mecânicas de D&D. A ordem de jogo é decidida com a rolagem de um D20 (como a rolagem de iniciativa nos RPGs de mesa) e o combate começa partindo disso. Como os personagens só podem usar habilidades de cartas em sua “mão”, é necessário ter ainda mais estratégia ao jogar. À medida que ondas adicionais de inimigos aparecem, escolher um movimento poderoso para acabar com uma multidão menor pode ser um erro fatal. Todos os personagens estão em uma grade, o que torna a movimentação dos componentes da equipe muito importante.
Aos nostálgicos e aos iniciantes
O título possui um modo campanha meia boca, e um modo “reino” que acaba sendo mais livre e divertido. O estilo artístico de Gordian Quest é simples, mas bem feito, o tornando um dos videogames desenhados à mão mais legais que estão por aí. Os designs dos personagens são interessantes e os inimigos mortos-vivos são uma lembrança nostálgica de desenhos como Thundercats e Caverna do Caverna do Dragão.
Mesmo pessoas novas em RPGs baseados em cartas não devem ter problemas em aprender o básico da jogabilidade rapidamente. Embora Gordian Quest pudesse ter se beneficiado de mais interações entre personagens e uma história mais cativante, o combate e a proposta central são tão envolventes que muitos jogadores provavelmente se apaixonarão pelo game. Gordian Quest é uma jóia rara de RPG que, de alguma forma, consegue misturar vários gêneros em um jogo sem fazer nada parecer pesado.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Júlio Pinheiro