Capa do Jogo

Review Alvastia Chronicles (PS4) – Pau pra toda obra, mas bom em nada

Após assistirem seus pais serem brutalmente assassinados, os irmãos Alan e Elmia embarcam numa jornada para vingar as mortes e restabelecer a paz no continente de Alvastia.

Desenvolvimento: Exe-Create

Distribuição: KEMCO

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, Aventura, RPG

Classificação: 12 anos

Português: Não

Plataformas: PS4, PC, Xbox One, Switch, Android, iOS

Duração: 7.5h (campanha)/15.5h (100%)

Um mexidão de Zelda e Final Fantasy.

O último título distribuído pela KEMCO apresenta a história de um mundo distópico conhecido como Alvastia, que foi invadido por uma entidade conhecida como Archfiend, junto de seus Tetrarchs, quatro capatazes que dominam os elementos básicos. O estrago feito pelo Archfiend foi tão grande que criou cicatrizes permanentes na terra, forçando os outros seres poderosos a imbuir quatro pilares com poderes celestiais a carregarem a “casca” do mundo, selando o Archfiend dentro da sua própria ruína e destruição.

Dez anos antes da história começar, um dos pilares enfraqueceu graças a ações do Tetrarch de terra, causando a eclosão de males primordiais e desordem vinda do mundo inferior. A ação do algoz quase causou a destruição de um continente inteiro, e levou a vida dos pais de Elmia e Alan, e quase dos mesmos. Dez anos depois, o que era para ser uma missão de rotina, acaba interligando o destino dos protagonistas e do carrasco de seus pais. Jurando vingança pela morte dos mesmos, os dois embarcam numa jornada de evolução pessoal (literalmente) para resolverem os problemas do mundo, e dar um fim no sentimento de vingança.

Alvastia Chronicles tem um dos pontos que melhor me satisfazem num JRPG: A grande quantidade de personalização. O jogador pode contar com mais de 100 personagens para compor seu grupo de exploração, cada um com habilidades únicas, estilos de jogo, vantagens e desvantagens. Não chega a ser tão profundo como Suikoden, título desenvolvido e publicado pela Konami, mas é um grande diferencial que nem todos os jogos da categoria se empenham a fazer.

Porém, a motivação de alguns personagens secundários chega a ser ridícula, mas é de se esperar quando se consegue inserir 13 membros na sua party. Não há um incentivo maior na história, nem um desenvolvimento na motivação de coadjuvantes. Uma personagem literalmente se apaixona por Alan, e entra no grupo. A grande maioria é assim: duas linhas de diálogo, e voilá, você já ganhou um companheiro de exploração. Claro que existem exceções, e em via de regra, personagens mais fortes precisam de favores antes de serem recrutados para a causa.

A trilha sonora é memorável, no sentido nostálgico, relembrando jogos como Final Fantasy IV, ao mesmo tempo que é inovadora, entregando uma sensação calorosa, relembrando o passado do jogador e mantendo uma linha inesperada e que traz surpresa. Particularmente, achei a trilha sonora nota 10, apesar de se repetir bastante.

O ponto extremamente negativo é o sistema gacha presente no jogo. O  jogador se vê obrigado a gastar gemas especiais para roletar personagens ultra secretos e com habilidades especiais. Numa atualidade em que certos países baniram as famigeradas lootboxes, uma abordagem dessas é corajosa, e vista por alguns (eu incluso) com maus olhos. Não é necessário investir mais dinheiro para obter um título já pronto e que inclusive o jogador já pagou por ela.

JRPG clássico com cara de novo

O título da Exe-Create aproveita a fórmula de JRPGs antigos e dá uma repaginada em conceitos fundamentais. Mais do que focado no seu planejamento durante um capítulo todo, o game mira em entregá-lo de forma dinâmica e pronto, como as batalhas devem ser, precisando do máximo de planejamento, clamor e paixão do jogador, idealizando o manejo de inventário e equipe, a fim de derrotar os inimigos e restabelecer a ordem. Porém, o resultado final é um jogo fraco, sendo mais um RPG mobile do que de consoles, muita ambição, mas nada memorável.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong.

Alvastia Chronicles

5

Nota final

5.0/10

Prós

  • Trilha sonora muito bem feita
  • Chefes memoráveis, porém clichê.
  • Milhoes de combinações nos combates.

Contras

  • Falta profundidade na história
  • Tenta ser Suikoden e Final Fantasy, não consegue.
  • Não oferece suporte a português.