Confesso que não sou o tipo de pessoa muito próxima a jogos souls-like, mas quando coloquei meus olhos neste título senti que precisava experimentar algo diferente. Desenvolvido pela ACME GameStudio, Asterigos: Curse of the Stars me trouxe uma sensação de algo novo, mas ao mesmo tempo muito familiar.
Desenvolvimento: ACME GameStudio
Distribuição: tinyBuild
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura e RPG
Classificação indicativa: 10 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S/X
Duração: 20 horas (campanha)/28.5 horas (100%)
O desaparecimento da Legião do Norte

Em Asterigos: Curse of the Stars, controlamos Hilda, uma jovem guerreira pertencente à Legião do Norte, que é liderada por seu pai. Apesar de possuir habilidades invejáveis, o pai de Hilda preferia mantê-la afastada de combates, pois temia que ela tivesse o mesmo fim trágico de seu irmão. Mesmo com estes empecilhos, Hilda se mantinha ativa em combates, pois queria provar a seu pai que ele estava equivocado.
Certo dia, toda a Legião do Norte desaparece misteriosamente. É neste momento que Hilda começa sua busca por seus companheiros e acaba chegando na cidade de Aphes, um local que outrora foi amaldiçoado pelos Asterigos, dando imortalidade à sua população. Porém, isso fez com que eles destruíssem a cidade em busca de pó de estrela.
Durante a jornada, Hilda fará diversos comentários sobre seus objetivos. O que pode irritar facilmente o jogador, pois muitas falas não são relevantes para a continuidade da história. Além disso existe uma quantidade exagerada de arquivos que podem ser coletados que tentam desenvolver a história da cidade, mas, em sua maioria, falham miseravelmente.
Outro detalhe que não posso deixar de comentar é a quantidade absurda de diálogos de Hilda com os demais personagens do game. Alguns deles são bem escritos e enriquecem a trama, outros não trazem informações relevantes e são completamente descartáveis, o que me causou uma pequena sensação de estar perdendo tempo nas conversas. Infelizmente, não é possível saber o que é e o que não é relevante para o desenvolvimento da jornada, então devemos escolher se vamos selecionar todas as conversas opcionais ou se vamos focar apenas nos diálogos obrigatórios.
Qual estilo você prefere?

Hilda conta com uma quantidade excelente de armas para desbravar o mapa do game. Podemos escolher entre espada e escudo, adagas, martelo, lança, braceletes e um cajado místico, porém só podemos utilizar duas ao mesmo tempo. Então é extremamente necessário que o jogador teste os equipamentos para descobrir quais armas se adequam melhor ao seu estilo de combate.
Temos à disposição uma árvore de habilidades intuitiva, que é focada em melhorar as armas de Hilda e ainda descreve com clareza qual será o papel de cada desbloqueio no campo de batalha. Desta forma podemos nos concentrar apenas em aprender as habilidades que favoreçam o estilo de combate que mais utilizamos. E como é de praxe no mundo dos jogos, ganhamos pontos concluindo objetivos, derrotando inimigos e até mesmo tomando poções específicas que nos garantirão pontos extras.
É possível realizar diversas combinações diferentes de armas, combos e habilidades, não existe uma maneira correta de lutar. Asterigos instiga o jogador a montar seu arsenal da maneira que preferir, o que é um ponto extremamente positivo. Porém, as animações de alguns golpes e habilidades apresentam inconsistência durante sua execução. E é comum perder a noção da esquiva, pois Hilda acaba estendendo um golpe ou outro e não reage da maneira que esperamos ao ambiente.
Visualmente incrível

Asterigos: Curse of the Stars conta com uma ambientação maravilhosa, nos remetendo à civilização greco-romana do século VIII a.C. Os desenvolvedores tiveram muito cuidado durante a criação do mundo, é perceptível o enorme carinho que eles tiveram durante uma simples caminhada entre um prédio ou outro. O design dos personagens é outro show à parte. Além de combinarem inteiramente com o universo criado pelos desenvolvedores, eles passam a impressão de que realmente fazem parte da mitologia greco-romana. Confesso que vez ou outra encontramos um personagem que destoava da maioria, mas o conjunto da obra é muito agradável.
A dublagem é boa, porém existe uma dessincronização facial que em alguns momentos me tirou completamente a atenção do desenrolar da trama. Porém, as vozes dos personagens combinam bem com cada um. Outro problema em relação à parte sonora, é que a maioria dos diálogos secundários não foram dublados, o que me causou muito estranhamento, pois em questão de segundos um personagem extremamente falante, se torna um mudo e na frase seguinte volta a falar como se nada estranho estivesse acontecendo por ali. Acredito que isso seja uma consequência dos desenvolvedores optarem por adicionar mais conteúdo a lore e, talvez por falta de tempo, não conseguiram alcançar os resultados que almejavam.
Uma boa experiência
Asterigos: Curse of the Stars conseguiu prender minha atenção por diversas horas, muito mais do que outros jogos parecidos conseguem. E considero isso extremamente positivo, pois se alguém como eu, que não é tão ligado ao gênero, se divertiu jogando, acredito que fãs de franquias parecidas terão uma experiência ainda mais sólida que a minha.
Cópia de Xbox One cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno e Jason Ming Hong