Sackboy: Uma Grande Aventura chegou em 2020 como exclusivo do PlayStation. Tendo uma jogabilidade focada em desafios de plataforma, com músicas incríveis para motivar a quem joga avançar rapidamente, ele pode não ter sido um dos grandes sucessos de vendas da Sony, mas tem uma energia incrível, amigável e empolgante para crianças e adultos. Todos os seus elementos – jogabilidade, design de som, level design e gráficos – têm muita proximidade com as típicas franquias da plataforma azul e fazem parte de um grande reduto de diversão, chegando agora para o PC de forma radiante.
Desenvolvimento: Sumo Digital
Distribuição: PlayStation Studios
Jogadores: 1-4 (local e online)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: Livre
Português: Dublagem, Interface e Legendas
Plataformas: PS4, PS5, PC
Duração: 10 horas (campanha)/30 horas (100%)
Uma aventura em Artemundo

Artemundo é um incrível lugar feito de pano, algodão e linhas, onde Sackboy, nosso simpático protagonista, convive com seus vizinhos. Tudo está em ordem e todos se divertem até que o grande vilão, Vex, surge no céu com suas naves e tecnologias avançadas, sugando boa parte desse mundo e desejando acabar com tudo.
Esse colorido e animado universo, repleto de diversidade e alegria, corre o risco de sumir nas mãos de Vex. Mas Sackboy consegue escapar e conta com a ajuda de Scarlet, uma idosa e resiliente guerreira dos Cavaleiros Tricotados que o ajudará a reconquistar tudo das maléficas mãos do malfeitor.

A narrativa se apresenta muito rapidamente: Vex quer que os pesadelos se tornem realidade em Artemundo e Sackboy precisa reagir. Tudo acontece bem rápido, arriscando uma introdução e um desenvolvimento acelerados da trama. Não é diferente a tratativa da direção de arte, que parece apressar a narrativa com cortes e animações ligeiras (e de modo algum isso é um inconveniente), combinando-se muito bem com o clima alegre e infantil.
Sackboy: Uma Grande Aventura, afinal, é sobre superar plataformas e seus desafios cada vez mais criativos e difíceis. Ele se assemelha muito ao Super Mario 3D World, por exemplo, trazendo cenários muito diferentes entre si, diversos inimigos, desafios espaciais variados e chefes muito empolgantes entre as fases.
Abundância de fases desafiadoras

Em meio a muitas fases a serem cumpridas, há um hub de cada mundo, que são ao todo 5 até o final do jogo. Nesse hub, você transita entre as diferentes fases, acessa a loja de skins do Zom Zom, os desafios dos Cavaleiros Tricotados – que oferecem mais dificuldade em corridas cronometradas, em plataformas bastante desafiadoras – e locais escondidos com fases bônus.
Sackboy, então, pode coletar cristais de pontuação e pequenos guizos dourados que garantirão pontuação no final da fase e possibilidade de compra de novas skins, respectivamente. A pontuação final pode impactar na conquista de troféus de bronze, prata ou ouro e, dessa forma, construir uma competição acirrada no modo cooperativo multijogador.

Além disso, é necessário coletar cristais especiais espalhados pelas fases, muitas vezes escondidos pelo cenário ou ativáveis por pequenos desafios, que concederão acesso aos próximos mundos, quando atingida a quantidade acumulada necessária. Tal mecânica infla um pouco o jogo e o torna meio cansativo, exigindo certo grinding desnecessário nas fases e desafios dos Cavaleiros Tricotados.
Quanto às skins, existe a possibilidade de comprar inúmeras partes – dentre elas, os olhos, o torso, o cabelo/chapéu, boca, pernas e acessórios – do Sackboy e fazer seu próprio modelo ou comprar modelos pré-montados. O mais legal disso é que muitos dos modelos prontos vêm de outros títulos do PlayStation, ou seja, você pode comprar sua skin favorita da Ellie (The Last of Us), do Sam (Death Stranding), da Aloy (Horizon Forbidden West) ou da Selene (Returnal) para o seu pequeno Sackboy. São muitos os personagens transmidiados. Vale lembrar que tais modelos são apenas cosméticos e em nada vão impactar na jogabilidade.
Em fases divertidíssimas, uma movimentação de câmera sempre ajuda numa performance melhor (salvo raras exceções que atrapalham) e dá um contexto para a situação presente. Também é muito empolgante a forma que o design de som dos ambientes e das ações se apresentam, aumentando a imersão no jogo e, consequentemente, a vontade de jogar por horas a fio.
Sackboy: Uma Grande Aventura, no entanto, falha em sua constância. Ele se sustenta muito bem com todos os seus pontos positivos gráficos e de jogabilidade, mas começa a ficar um pouco repetitivo e maçante da sua metade para o final, sobretudo nos dois últimos mundos. Certa repetição de inimigos e de formatos de plataformas começa a se impor e torna essa metade final desgastante, infelizmente. E este é o seu ponto mais fraco.
Dançante!
Sem dúvida, Sackboy: Uma Grande Aventura não seria o mesmo sem sua trilha sonora incrível, reforçada pelo já citado design de som refinadíssimo. Sua energia explosiva e alegre trazem emoções à tona e empolgam demais ao serem suportadas por músicas muito famosas tão fortes quanto as temáticas de cada fase.
O mais incrível é que todo o ambiente e seus inimigos “dançam” conforme a música também, balançando e vibrando conforme a batida em muitas das fases. Entre os hits do jogo, estão “Uptown Funk”, de Bruno Mars e Mark Ronson; “Toxic”, da Britney Spears; “Houdini”, de Foster the People; e até um remix feito por CloZee da música “Baianá”, composta pelo grupo Barbatuques. Muitas outras faixas originais e remixadas estão espalhadas por todas as fases muito divertidas e podem ser ouvidas a seguir:
Uma odisseia muito divertida
Sackboy: Uma Grande Aventura é um título muito divertido que chegou ao PC recentemente e que vale uma conferida, principalmente dos fãs do gênero de plataforma. Ele oferece muitos conteúdos extras (mesmo após a finalização da história principal) e uma trilha sonora de tirar o fôlego. Haja tempo para se dedicar a todos eles e conseguir ranques e pontuações cada vez melhores.
Apesar de ficar um pouco enjoativo, mais precisamente nos dois últimos mundos, ele tem seu valor enorme para o seu gênero e para a leva de jogos da Sony que estão vindo para o PC também, estando muito evidente todo o esmero que ganhou nessa versão enquanto produto dentro dos seus limites. Em 4K a 120 fps, com a tecnologia DLSS (NVidia) ligada e compatível com monitores Ultrawide (saiba mais), mesmo com algum possível stuttering, ele fica belíssimo e garante uma jogabilidade fluidíssima. Olhos cheios pelos gráficos e ouvidos confortados por músicas dançantes estarão garantidos.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong