blue-reflection-second-light-capa

Review Blue Reflection: Second Light (PS4) – Uma viagem pelas memórias

Sou fã de jogos japoneses desde que me conheço por gente, mas quase sempre jogando aqueles títulos com mais exposição. Porém, hoje vou falar um pouco sobre Blue Reflection: Second Light, que me surpreendeu imensamente, não só por sua extrema qualidade visual como pelo seu combate extremamente bem feito e divertido.

Desenvolvimento: Gust

Distribuição: Koei Tecmo America

Jogadores: 1 (local)

Gênero: RPG

Classificação: 18 anos

Português: Não

Plataformas: PC, PS4, Switch

Duração: 28 horas (campanha)/43 horas (100%)

Colegiais em apuros

Imagem da personagem de Blue Reflection: Second Light
Quando elas se transformam, seu dano aumenta e muito.

O desenrolar da jornada acontece a partir do ponto de vista de Ao Hoshizaki, a qual anda solitária por uma rua deserta e percebe que perdeu o celular. A garota então refaz o seu caminho e encontra o aparelho caído no chão, e, ao tocá-lo, tudo se apaga. Ao acordar, ela vê uma outra garota, Kokoro Utsubo, que está bastante preocupada com ela. Na sequência conhecemos Reina Miyauchi, e as meninas decidem visitar o Faraway, um local conectado ao prédio da escola onde elas acordaram, já que todo o resto é envolto em águas.

Com o desenrolar da trama, descobrimos que, exceto Ao, nenhuma das outras meninas têm memórias do mundo real antes de chegar àquele local. E ao explorar mais o Faraway, elas descobrem que possuem poderes. Sempre que uma batalha começa, todas sacam poderosas armas, como espingardas, foices, espadas giratórias e muitas outras, além de terem a capacidade de se transformar em Reflectors. Se me permitem fazer uma analogia bem tosca, seria como se elas se tornassem as Sailor Moon, ou então as Saintia Sho (versão feminina dos Cavaleiros do Zodíaco).

A partir desse momento, vamos explorar diversos Faraway diferentes, que vão desbloquear as memórias das moradoras da ilha. Além de também procurar saber como elas foram parar naquele local e o que aconteceu com o mundo real.

Por ser um jogo de PlayStation 4, os gráficos são magníficos. Me senti como se tivesse jogando uma animação japonesa. A movimentação dos cabelos, as roupas molhadas, os ambientes: tudo magnificamente bem feito. Particularmente, fiquei bastante feliz de ver o que foi feito com um hardware de 2013, e imagino o que poderá ser alcançado quando começarem a produzir jogos para o PlayStation 5.

Escolas, melhorias e equipamentos

Mundo de Blue Reflection: Second Light
Os ambientes de Blue Reflection: Second Light são belíssimos e bastante coloridos.

Quem olha para as menininhas fofinhas não imagina que assim que a batalha começa elas podem destruir seus adversários. Cada uma delas tem uma especialidade, como usar golpes poderosos, ser um misto entre bater e aumentar atributos, ou então ajudar as amigas com magias. Conforme vamos liberando novas personagens, podemos deixá-las na reserva alterá-las durante a luta. Além disso, elas podem usar habilidades especiais de tempos em tempos, que podem ser escolhidas de acordo com o equipamento usado.

Esses equipamentos, por assim dizer, são obtidos a partir do momento em que realizamos “encontros” com as meninas da escola, seja ler um livro na biblioteca, praticar esportes, entre outras coisas. Ao final de cada um deles, ganhamos pontos de afinidade e esses itens podem ser colocados nas meninas. Além disso, podemos fazer missões, como preparar uma comida ou algo assim.

Ao desenrolar da jornada, ganhamos a opção de construir melhorias para a escola, como uma pequena lanchonete de lámen, uma barraca de raspadinha, um café e por aí vai. Para isso são necessários diversos itens que podem ser obtidos no decorrer da história ou então alguma menina “lembrou” como se faz, o que é quase como uma sintetização. E é assim que obtemos também os itens de cura, escassos durante as fases.

Espadas, magias e combate

Imagem do combate de Blue Reflection: Second Light
O combo deve ser protegido a todo custo, já que, graças a ele, o dano aumenta exponencialmente durante a batalha.

Finalmente chegamos ao coração de todo JRPG: o seu combate. A luta se dá através de uma barra de ação que tem 4 níveis. Elas indicam também quando as personagens se transformam, e isso acontece geralmente após dar golpes de nível 3 nos inimigos. Contudo, a grande sacada do jogo é proteger o combo. Não importa se você toma pancadas dos inimigos pois, se o seu combo não for derrubado, o dano tende a aumentar exponencialmente. Quem tem o poder de tirar o combo, geralmente, são os chefões, mas o jogo avisa quando ele se prepara para tal.

Ou seja, se parar para subir alguns níveis por um tempinho, as batalhas tendem a ficar fáceis. Os golpes usados nas batalhas são todos eles muito bonitos e acabar com os adversários é extremamente divertido, mas com o tempo acaba se tornando repetitivo. Por essa razão, podemos deixar o combate em modo automático, enquanto só controlamos a personagem principal. 

Em determinadas batalhas, nossas heroínas podem encarar os chefões em batalhas 1×1, que funcionam de forma diferente da convencional. O grande objetivo aqui é causar a maior quantidade de dano enquanto se esquiva ou tenta evitar ser golpeado, até culminar, ou não, em um grande golpe especial.

No geral, o combate é bastante divertido, e como podemos ver os inimigos na tela, podemos escolher entre batalhar ou fugir. A única ressalva fica por conta da repetição, mas isso não é algo que me incomode muito.

E as Reflectors salvam o dia

Blue Reflection: Second Light é um jogo bastante divertido, mas, se você não gosta da temática de meninas com poderes, passe bem longe. Além de ser ambientado em uma “escola”, a narrativa traz os dramas e angústias das garotas que estão naquela fase entre a adolescência e a vida adulta. Outra coisa bastante explorada aqui é o corpo das protagonistas, com closes e fantasias um tanto quanto ousados. 

Não há legendas em português, infelizmente. Contudo, ainda assim é fácil de se entender acontecimentos da história somente com  as magníficas cenas produzidas com alguns dos melhores gráficos que já vi até hoje no PlayStation 4. O combate é divertido e explorá-lo nos dá recompensas. Se você é fã de JRPG, recomendo demais esse game.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Blue Reflection: Second Light

9.5

Nota Final

9.5/10

Prós

  • Gráficos muito bonitos
  • Combate divertido, apesar de um pouco repetitivo
  • Bom sistema de desenvolvimento de Talentos
  • Boa progressão

Contras

  • Falta de dublagem de em Inglês
  • Excesso de "closes" no corpo das meninas