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Review Broken Pieces (Xbox One) – O mistério do farol

Não é segredo para ninguém que sou viciado em jogos de terror. Cresci com Resident Evil, Silent Hill, Clock Tower, Obscure, entre outros. E sempre que um novo game do gênero é anunciado, volto minhas atenções para ele. E com Broken Pieces não foi diferente: produzido por uma equipe de apenas cinco pessoas, o título possui grandes referências aos clássicos do gênero, mas apresenta problemas que empobrecem a experiência.

Desenvolvimento: Elseware Experience
Distribuição: Freedom Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Terror
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e interface
Plataforma: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 9.5 horas (campanha)/13 horas (100%)

Onde está Pierre?

O caderno de anotações de Elise nos guiará.

Logo no início somos apresentados à protagonista Elise, que diz estar à procura de seu noivo Pierre, que acabou desaparecendo após os acontecimentos bizarros ocorridos na bela cidade da costa francesa Saint-Exil. Mas os reais motivos de seu desaparecimento englobam problemas muito maiores, os quais levam Elise à adentrar uma grandiosa investigação. 

O enredo de Broken Pieces é muito interessante. Por horas fiquei instigado a jogar mais, a fim de encaixar mais algumas peças no quebra-cabeças que estava se desenvolvendo diante dos meus olhos. Fiquei preso a ele e simplesmente não pude parar de jogar. A cada novo cenário explorado, mais dúvidas surgiam na minha cabeça, e a cada descoberta, sentia uma enorme sensação de progressão, como se os meus esforços estivessem sendo bem recompensados.

Apesar de tudo, algumas narrativas secundárias não eram tão interessantes como a história principal, e por vezes não fiquei empolgado em descobrir o paradeiro de alguma família vizinha, ou descobrir os segredos de algum prédio próximo. 

Ouvir as fitas facilitará a vida de Elise durante sua busca.

Ao longo de toda a campanha, Elise encontrará diversas fitas cassetes, que poderão ser reproduzidas em seu toca-fitas. É importante escutá-las, pois muitas delas revelarão segredos importantes para a progressão na história, além de enriquecer o enredo com detalhes relevantes sobre a cidade, seus moradores e acontecimentos. Ao cair da noite, nossa protagonista utilizará seu gravador para registrar e organizar as informações de sua investigação, gerando arquivos de áudio importantíssimos para entendermos o próximo passo a ser dado. Contamos também com o diário de Elise, no qual ela fará diversas anotações que poderemos utilizar na resolução de puzzles, além de facilitar a exploração, que deve ser elogiada, pois a variedade de ambientes é um ponto positivo do game. Visitamos residências, comércios, uma igrejas, bosques, entre outros.

Eu já vi você por aí!

Com exceção dos chefes, os inimigos são iguais.

Broken Pieces possui um dos piores designs de monstros que eu já testemunhei. E digo literalmente “um”, porque só enfrentamos um inimigo comum durante toda a jornada. A única diferenciação que consegui identificar é a velocidade que o monstro caminha e o tamanho do seu “instrumento de ataque”. Fora isso, é a mesma coisa: um soldado fantasma de máscara e roupas pretas, que, aparentemente, não é muito fã de investigadores.

Aliado à quase nula variedade de inimigos, encontramos a terrível jogabilidade. Basicamente os desenvolvedores pegaram o que tinha de pior nos games survival horror dos anos 90 e pioraram a níveis inacreditáveis. Eles adotaram as famosas câmeras fixas, porém quase todos os ângulos são tenebrosos e, ao apertar um botão de ação, é possível alterar o ângulo, mas normalmente não existe uma melhoria considerável. 

Outro ponto negativo é o fato de Elise não conseguir atirar e andar ao mesmo tempo. Ela desperdiça muita munição durante o combate. Então, é necessário esperar ela se concentrar enquanto mira para que os tiros saiam mais precisos. Felizmente, a munição comum de pistola é infinita, então os danos não serão tão gigantescos assim. Mas imagine só o desespero que é se deparar com 3 inimigos correndo em sua direção, e não ser possível atirar enquanto a querida personagem não se concentrar direito. E como não existem itens de cura, o estrago pode ser irreparável.

Para minimizar estes danos, podemos utilizar o poder sobrenatural do pingente de Elise para afastar os inimigos, mas seu uso é limitado, então utilize com sabedoria. É possível se esquivar dos ataques, mas a probabilidade do game não responder corretamente ao comando é tanta, que em alguns momentos só aceitei que levaria uma porrada, pois o desgaste seria menor. 

Não é uma tarefa fácil

Lindas rochas…

O game apresenta um desempenho inferior ao que eu esperava. É comum se deparar com texturas inacabadas, gráficos serrilhados e objetos que parecem não pertencer à área. Toda vez que interagimos com um arquivo de texto ou com uma fita no inventário, as texturas do objeto não estão carregadas, e isso dói muito. Não que eu seja um viciado em gráficos, mas é alarmante a quantidade de problemas gráficos que testemunhei. Além disso, a inteligência artificial por vezes desliga, e alguns inimigos ficam parados, enquanto são alvejados por diversos tiros. Já Elise parece flutuar ao subir e descer escadas, e em contato com alguns objetos ela acaba atravessando-os. O game passa a sensação de não ter sido testado antes do lançamento, pois a quantidade de problemas é gigantesca.

Brilho ofuscado

Broken Pieces possui um enredo envolvente e bem desenvolvido, além de uma ambientação interessante na costa francesa. Mas seus inúmeros problemas técnicos atrapalham a experiência e acabam desvalorizando todo o trabalho do estúdio, que, apesar de contar com uma equipe pequena, demonstra falta de atenção no básico da experiência.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Broken Pieces

4

Nota final

4.0/10

Prós

  • Enredo interessante
  • Ambientação e variedade de cenários
  • Diversos arquivos e fitas enriquecem o universo

Contras

  • Jogabilidade tenebrosa
  • Diversos bugs gráficos
  • Inteligência artificial problemática
  • Variedade de inimigos nula