Chicory: A Colorful Tale capa

Review Chicory: a Colorful Tale (Switch) – Uma fábula carismática e divertida

Fazendo um belíssimo uso dos controles de movimento dos Joy-con do Switch, Chicory: a Colorful Tale é um indie com bastante inspiração na saga 2D de The Legend of Zelda, além de saber utilizar de muito bom humor e carisma.

Desenvolvimento: Greg Lobanov, Alexis Dean-Jones, Lena Raine, Madeline Berger, A Shell in the Pit
Distribuição: Finji
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Aventura, Puzzle, Multiplayer
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PS5, PS4, PC
Duração: 8.5 horas (campanha)/20 horas (100%)

Colorindo o mundo

Podemos colorir tudo e todos!

Em Chicory: a Colorful Tale, somos uma faxineira que vive na mansão de Chicory, a melhor e maior manejadora de um pincel que colore o mundo. Porém, numa bela manhã, nossa protagonista acorda e percebe que tudo está sem cores. Com isso, ela vai atrás de Chicory para ver o que houve, porém, a porta de seu quarto está trancada, e seu pincel está caído ali fora. Com isso, nossa faxineira sai para uma grande jornada de colorir o mundo novamente com o pincel, em uma tentativa de ajudar sua mestre através de suas mãos.

Apesar de nossa protagonista não ser a que dá nome ao jogo, ela é a figura central daqui, e podemos nomeá-la conforme desejamos. A jogabilidade gira toda em torno do nosso pincel gigante que fica sendo carregado pela faxineira, e recomendo altamente que você jogue com os Joy-con destacados. Todo o controle é feito com o giroscópio, o que torna as coisas bem mais ágeis do que usar um Pro Controller, já que o movimento então fica por conta do analógico direito. É possível também mudar as cores disponíveis, além do tamanho da ponta, e dar um toque duplo para preencher áreas com a tinta.

Interações e missões paralelas

Nossa protagonista é estilosa

Existem muitas interações com o cenário que são feitas através do simples ato de pintá-lo, além de missões secundárias que nos presenteiam com peças cosméticas para a personagem principal. Um exemplo foi quando precisei pintar a casa conforme as cores pedidas pelo NPC, o qual me concedeu um item cosmético, em seguida. O pincel também serve para fazer árvores crescerem com a tinta, ou então murcharem com a falta dela, foram criar uma espécie de catapulta com certos tipos de plantas.

Mais à frente, ganhamos habilidades como a que faz nossa tinta ficar fluorescente, o que resulta em luminosidade para áreas escuras e novas possibilidades de interação com o cenário em si.

Batalhas com chefes

Chicory é um jogo que te dá acesso a novas áreas de locais já visitados, lembrando um pouco da estrutura do sub gênero Metroidvania e suas skills adquiridas em lutas com chefes e obtenção de itens. Existe a restrição de possibilidades no quesito itens consumíveis, equipamentos e afins, porém, o foco aqui claramente é “vire-se com o que você já tem”, no lugar de ter uma evolução do personagem em si.

Falando em chefes, as batalhas com eles confiam totalmente na sua habilidade de manejar o pincel enquanto foge de ataques com o analógico esquerdo. Elas não são absurdamente desafiadoras, mas acabam balanceando bem a exigência por conta desse lance de pedir com que prestemos atenção em duas coisas ao mesmo tempo. Mesmo assim, o game over é possível de ser visto, então não espere um passeio agradável no parque.

Carisma absurdo

Pincel ativa itens do cenário

Porém, não é só na jogabilidade em que Chicory confia. O indie é recheado de bom humor e quebras da quarta parede. Momentos bem divertidos são quando telefonamos para nossos pais, que é como as dicas para prosseguir são dadas aqui. Nossa mãe atende o telefone e aponta de maneira superficial e bastante carismática nossos próximos passos, e diz que nosso pai sabe exatamente o que fazer para avançar na jornada. Vai de você escolher ler apenas o conselho superficial ou o detalhado do papai.

Além disso, também destaco o momento em que um personagem reconhece que a próxima missão está a “duas telas acima”, deixando claro seu conhecimento de que aquilo se trata de um jogo. Ou então em outro no qual emprestamos nosso pincel para um NPC brincar com ele, já que ele sempre quis testar para saber a sensação, e Chicory nunca permitiu tal coisa.

Não posso me esquecer da trilha sonora, que é um escândalo de boa. As músicas são todas instrumentais e muito bem compostas, de forma a casar completamente com a ambientação do jogo e transmitir um clima de aventura, floresta, caverna e lutas tensas com chefes. Trilha sonora, pra mim, é algo ao qual normalmente não me atento, mas que acabo notando quando a qualidade é muito acima da média – que é o caso daqui. Por fim, me lembrei bastante da ambientação existente na era 2D de Zelda.

Um conto colorido e bem humorado

Chicory: a Colorful Tale é um produto extremamente carismático, que conversa todo tempo com o jogador, e pega na sua mão se assim desejar. Os diálogos são fantásticos, as reviravoltas são bem construídas, a ambientação é incrível e a trilha sonora é um deleite para os ouvidos. Aliás, recomendo jogar com fones de ouvido para usufruir o máximo desse último item.

Obviamente que a jogabilidade é uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que é divertida e bem bolada, pode não agradar a todos por funcionar bem melhor com sensores de movimento. Mesmo assim, vale a pena dar uma chance a essa pérola do mundo indie, a qual entrou em minha lista de melhores jogos independentes que já tive contato com.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Chicory: A Colorful Tale

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Muito carisma
  • Bom humor sensacional
  • Interação com o cenário divertidíssima
  • Vários elementos cosméticos

Contras

  • Não funciona tão bem sem os Joy-con destacados
  • Senti falta de itens consumíveis e mais combate