Com o nome de Curse of the Dead Gods, este game vem apresentar uma visão um pouco diferente do tão conhecido estilo Roguelike. Produzido pelas mãos da Passtech Games, chega-nos esse belíssimo jogo que, seguindo um pouco as ideias do tão aclamado Hades, vem nos demonstrar mais uma vez que os consoles não dependem apenas de jogos “Triple A” para se destacarem.
Como Roguelike que é, Curse of the Dead Gods coloca o jogador em masmorras geradas proceduralmente, ou seja, em desafios cujo layout e inimigos, armadilhas e tesouros estão sempre distribuídos de forma diferente, fazendo com que nenhuma exploração seja igual à anterior. Surge sempre uma nova e diferente aventura cada vez que entramos numa dungeon ou masmorra!
Desenvolvimento: Focus Home Interactive
Distribuição: Passtech Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Ação
Classificação: 16 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, PC, Xbox One, PS4
Duração: 12 horas (campanha)/32 horas (100%)
A história de nossa ganância!

A história por aqui apesar de simples, não deixa de ser cativante. Em Curse of the Dead Gods, encarnamos um explorador extremamente ganancioso que explora a tumba de antigos deuses em busca de suas riquezas. Porém, sua aventura nesse lugar custou-lhe caro, porque a cada nova porta aberta uma maldição cai sobre ele. Portanto, seu objetivo é destruir o campeão da morte e sair vivo desta masmorra.
A narrativa de Curse of the Dead Gods não é contada em palavras, mas sim através de deduções daquilo que vamos podendo ver e vivenciar durante nossa gameplay. É através das diversas trilhas que iremos aprender e descobrir um pouco da história do nosso personagem e do jogo em si.
No que refere-se à jogabilidade, somos presenteados com mecânicas bastante típicas do género, sendo que ao mesmo tempo existem alguns elementos bastante próprios do título em si, como, por exemplo, o mecanismo de luz e trevas. Somos constantemente confrontados com masmorras que se encontram completamente às escuras, onde dispomos apenas de uma tocha para iluminar o nosso caminho. Com este mecanismo, somos colocados em um dilema: lutamos com os inimigos que nos aparecem pelo caminho e arriscamos sofrer mais dano por estarmos às escuras, ou usamos a tocha para lutar e causamos menos dano aos inimigos? Para além disso, não podemos deixar de lado o tipo de exploração dessas masmorras e de como esta é criada.
Jogabilidade de aprender e chorar por mais

Como falado antes, a exploração aqui é dividida em “seções”, sendo necessário refazer uma missão ou morreremos. Sem falar que as dungeons sempre mudam completamente. De forma a podermos evitar a morte iminente, existem alguns bônus em cada “sala”, e eles são divididos em ouro, estatísticas, armas, upgrades, desconhecido, batalha opcional, bênção, cura e, finalmente, chefes.
Este formato poderá parecer algo complicado de entender no início, principalmente no momento em que somos obrigados a escolher um caminho que não nos leva à zona desejada. Porém, após algumas tentativas e repetições, começamos a conseguir a prática necessária para podermos tirar o maior proveito desta situação.
Apesar de nos primeiros níveis este título passar ao jogador uma sensação de “facilidade”, após algumas horas somos esmagados pela noção deste falso sentimento. Conforme avançamos por entre as diferentes dungeons, a facilidade termina e somos confrontados com uma dificuldade que exige do jogador alguma destreza e pensamento rápido, de forma a não sermos mortos pelos diferentes inimigos.

Apesar deste esquema de tumbas e seções poder parecer um pouco aborrecido, com o tempo o próprio jogador começa a ganhar gosto por essa mecânica. Isto faz com que possamos passar várias horas sem que fiquemos enjoados, liberando mais acesso a mais recursos divertidos na sua exploração.
No geral, consideramos que toda a jogabilidade envolve bastante bem o jogador, tornando a experiência bastante dinâmica e muito fluida. Falando de jogos Roguelike, não podemos deixar de mencionar as armas existentes. Aqui, elas estão divididas em apenas três categorias: principal, secundária e duas mãos.
Por último, mas não menos importante, não podemos deixar de falar de comandos, e é aí que temos uma mistura e combinação bastante simples e fácil de aprender, em que nenhum jogador terá qualquer dificuldade em entender e perceber o que faz cada comando. Apesar da sua simplicidade, ao longo da nossa experiência estes podem tornar-se algo repetitivos.
Existe mais beleza além do que os olhos conseguem ver

A jogabilidade não é o único trunfo de Curse of the Dead Gods. Também no que se refere à vertente gráfica, nada podemos tecer como crítica, uma vez que nos são apresentados gráficos excelentes e muito bem construídos para os estilo que nos é apresentado.
Existe também a belíssima animação, muito similar ao já mencionado Hades, dando um toque que combina muito bem com todas as ações presentes aqui. Este aspecto proporciona ao jogador uma visão bastante bem sólida do trabalho da produtora.
Algo muito importante de falar é que, mesmo com tanta coisa a acontecer na tela ao mesmo tempo, nunca perdemos o nosso personagem de vista, o que trata-se de um fator muito importante, visto que neste tipo de jogo a confusão gerada pela quantidade de elementos visuais é meio caminho andado para morrer rapidamente.
Não é só matar demônio e bicho, não!

Como falado antes, existe a possibilidade de repetirmos os diferentes níveis. De forma a aumentar o fator replay. Curse of the Dead Gods apresenta alguns recursos de melhorias, como é o caso das habilidades passivas. Podemos adquirir estas mesmas habilidades na loja do jogo, mais conhecida como UnderWorld.
Aqui poderemos comprar uma grande e diferenciada gama de habilidades passivas, mas em contrapartida apenas podemos utilizar no máximo 3. Por este motivo, o jogador fica obrigado a decidir qual será o tipo de configuração que pretende realizar na seguinte dungeon em que participar.
Existe ainda um último ponto que acreditamos ser essencial mencionar, pois este será o fator que mais diferencia este título dos restantes do género. Estamos a falar da Maldição do Explorador. A cada nova área, o personagem ganha pontos de corrupção. Ao atingir o limite, uma maldição aleatória cai sobre ele, tornando a aventura mais difícil.

Apesar destas maldições muitas vezes serem vistas como algo mau, estas podem trazer vários efeitos que são benéficos ao nosso personagem. Um deles, por exemplo, é a impossibilidade de iluminar ambientes com a tocha, mas, em contrapartida, nosso personagem não sofre dano extra estando no escuro.
É preciso deixar claro que os pontos de Corrupção não são obtidos exclusivamente ao atravessar as portas. A dificuldade está, na verdade, em atravessar toda a dungeon sem que sejamos derrotados e mortos pelos inimigos. Isto porque os ataques deles também nos dão pontos de Corrupção ou pelas Tentações das Oferendas, que também podem causar Corrupção.
Em conclusão
Curse of the Dead Gods é simples, mas ao mesmo tempo complexo. São muitos os recursos que prendem o jogador a este jogo e que nos fazem querer conquistar tudo. Embora exista alguma repetição após algum tempo, o jogo mostra ser capaz de nos prender por várias horas, de forma a podermos percorrer várias dungeons e enfrentar vários inimigos por muito tempo. Se forem jogadores que gostam de desbloquear tudo em um jogo, existe ainda um troféu que exige conseguir os rascunhos de todos os monstros presentes, além de outros desafios diversos.
Cópia de PS4 adquirida pelo autor
Revisão: Jason Ming Hong
Curse of the Dead Gods
Prós
- Visuais bastante atrativos e imersivos
- Diferente e diversificado estilo de combate em conjunto com o mecanismo de pontos de corrupção
- Várias horas de entretenimento
- Diversidade de mecânicas de jogo e opções de melhorias
Contras
- Repetição pode por vezes se tornar maçante
- Sistema de habilidades passivas um pouco limitada
- Narrativa fraca