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Review Touhou 2v2: Fighter Antinomy of Common Flowers (PS4) – Rinha de crianças

Criado inicialmente por ZUN, Touhou Project é uma franquia de jogos pouco conhecida na América. Fiquei completamente surpreendido quando descobri que estamos falando de uma série com mais de 20 anos de história e, inicialmente, eram lançados jogos shoot ’em up para os PCs. O sucesso foi enorme e rapidamente uma grande base de fãs foi estabelecida. Fãs estes que, por sua vez, resolveram trabalhar ativamente na criação de novos produtos com base em Touhou, possibilitando assim uma grande expansão do universo originalmente criado por ZUN. O mesmo sempre incentivou os fãs a criarem Touhou 2v2: Fighter Antinomy of Common Flowers que, apesar de parecer,não se trata de um desconhecido indie lançado recentemente, e sim mais um dos diversos spin-offs lançados com base neste grande projeto. 

Desenvolvimento: Twilight Frontier
Distribuição: Team Shanghai Alice, Phoenixx
Jogadores: 1-2 (local e online)
Gênero: Luta
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4 e Switch
Duração: Sem registros

Tiro, porrada e bomba

O game é caótico, remete a clássicos de luta de Arcade
Os golpes são únicos entre as personagens

Como os títulos principais do Touhou Project em sua grande maioria são shoot ’em ups e bullet-hell, nos quais deve-se atirar em tudo que se mexe, Touhou 2v2: Fighter Antinomy of Common Flowers tentou manter as origens da franquia, enquanto o gênero de luta é adicionado. O resultado? Imagine um Marvel vs Capcom, mas com os índices de adrenalina elevados à décima potência, com combos absurdos, muita poluição visual e personagens fofas que parecem ter saído do mais recente Mahou Shoujo lançado pela Toei Animation. 

Os comandos são muito simples, e cada botão de ação do controle combinado com um botão direcional fará uma variação diferente referente à ação primária do comando. Por exemplo: a ação primária do botão quadrado é dar um ataque físico no oponente, e apertando quadrado e para baixo fará com que o golpe seja diferente, quando o direcional para cima for combinado com o quadrado. O mesmo vale para o uso de magias. É possível selecionar duas personagens por luta. A primeira, referida no jogo como Master, fará a possessão da segunda, chamada de Slave. É possível alternar entre elas durante todo o combate e combinar golpes com magias para a realização de grandes combos, além de movimentos mágicos poderosos.

Um mistério em nossas mãos

O enredo nunca foi o forte em Tohou Project
É desta maneira que o enredo se desenvolve

O enredo é bem simples, tendo em vista que história nunca foi o foco nos jogos do Touhou Project. Estamos em Gensokyo, onde todos os outros games se passam, e bizarros casos de Possessão Perfeita estão acontecendo por todo lado. Algumas são possuídas  por acidente, enquanto outras apenas com o objetivo de criar confusão. Nosso objetivo é descobrir o que está acontecendo em Gensokyo e revelar quem está por trás de toda essa baderna. 

A história é contada através de textos, antes e após os combates. Existem duplas pré-determinadas durante cada um dos capítulos disponíveis, e é possível escolher a ordem que queremos jogá-los e, conforme avançamos, mais deles serão desbloqueados.

Acertos e erros: o equilibrio perfeito

Personagens mudas e a falta de expressões faciais incomodam muito durante a jogatina
Os designs das personagens é muito bem feito e detalhado

Os sprites das personagens são lindos e detalhados, mas pecam nas expressões faciais. É possível notar diversas vezes em que as personagens demonstram não sentir dor ou impacto algum após receber vinte pancadas na cabeça. 

A trilha sonora é mágica! As músicas compostas combinam completamente com o ritmo e estágios das lutas. Existem também remixes de outros produtos da franquia que, para os fãs, podem trazer um pouco de nostalgia ao escutá-las. Infelizmente, as personagens não têm voz, sendo algo que me incomodou desde o começo, pois é muito estranho participar de combates sem provocações, gritos, diálogos entre os oponentes e os famosos “narradores de arena” informando o round, o vencedor e outros pequenos detalhes. Este sentimento de estranheza diminuiu um pouco após algumas horas jogadas, mas ainda me causa a sensação de Touhou 2v2: Fighter Antinomy of Common Flowers ter sido lançado incompleto.Por se tratar de um jogo de nicho, foi bem complicado conseguir testar o online com jogadores desconhecidos. Nas duas únicas vezes que consegui tal proeza a conexão não era das melhores, e um delay na execução dos comandos era notável. Já quando enfrentei um amigo, o combate fluiu de maneira mais sólida e fiel à gameplayoffline.

Passaria despercebido

Um game que passaria despercebido em situações normais
Após o fim do combate, a dupla vencedora solta uma leve provocação

Touhou 2v2: Fighter Antinomy of Common Flowers não tem nada que realmente chame a atenção para o grande público. Com toda a certeza este lançamento passaria longe do meu radar, caso estivesse distraído. Trata-se de um jogo de luta 2D, inspirado em um universo outrora totalmente desconhecido por mim, que fará sentido apenas para quem já é fã deste projeto. Inicialmente, tive reações negativas para com o game. Mas, com o tempo, fui criando uma pequena empatia pelos seres que habitam Gensokyo. Porém, não é nada que me faça querer retornar para este jogo ou conhecer melhor os outros títulos do tradicional Touhou Project. 

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Touhou 2v2: Fighter Antinomy of Common Flowers

5

Nota final

5.0/10

Prós

  • Sprites detalhados
  • Jogabilidade simples
  • Trilha sonora magnífica

Contras

  • Jogo sem nenhum tipo de voz
  • Expressões faciais problemáticas
  • Enredo irrelevante