Flint: Treasure of Oblivion é um RPG de turnos com um combate estratégico que nos leva para o mundo dos piratas. Tudo aqui é decidido na base dos dados, desde um teste de força até um soco na cara do adversário. Mas será que isso faz com que essa aventura seja divertida?
Desenvolvimento: Savage Level
Distribuição: Microids
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Estratégia
Classificação: 16 anos (conteúdo sexual, violência, drogas lícitas)
Português: Interface e legendas
Plataformas: PS5, PC, Xbox Series X|S
Duração: 7 horas (100%)
Uma garrafa de rum
Flint: Treasure of Oblivion tem como protagonistas o pirata Flint e seu imediato Billy Bones. Eles começam a aventura nos restos de um navios onde não há mais comida, e os dois iniciam uma briga para ver quem sobreviverá. Contudo, antes do embate final, eles são resgatados pela marinha e prontamente jogados no calabouço. Depois de algumas desventuras, nosso herói acaba encontrando um velho decrépito e meio louco que diz saber onde está um grande tesouro, e assim começa nossa grande aventura.
Flint precisa montar sua equipe e partir em busca desse grande tesouro. A partir daí, todos os acontecimentos do jogo são extremamente rápidos e diretos, sem fazer com que o jogador perca muito tempo entre uma coisa e outra. – o que é ótimo, já que traz um grande dinamismo ao jogo, que não fica desperdiçando tempo.
A sensação que tive em vários momentos foi de estar lendo uma história em quadrinhos. Essa, inclusive, é a forma usada para mostrar os diálogos. Em vez de animações de qualidade duvidosa, os desenvolvedores usaram os quadrinhos para contar a história, o que combina perfeitamente com a proposta do jogo.
Rola o dado, marujo
Uma das coisas mais legais, mas problemáticas, de Flint: Treasure of Oblivion é o seu combate. Ele é totalmente estratégico, com o campo dividido por casas que servem para movimentar e para a mira. O game foi obviamente desenvolvido com os PCs em mente, o que faz com que, na maioria das vezes, os controles sejam prejudicados nos consoles. Vários foram os momentos em que perdi o cursor e precisei ficar movimentando procurando no mapa, isso sem falar no giro da câmera, que também não é dos mais efetivos.
Durante as lutas, baseadas em turnos, temos o nosso momento de agir e o dos inimigos. Determinadas fases possuem locais que podem ser pulados – o que também pode ser usado em benefício próprio, como derrubar adversários, por exemplo. Temos pelo menos duas ações por personagem, ou seja, podemos andar duas vezes, andar e atacar, atacar duas, e outras variedades.
Todas as ações dependem exclusivamente da rolagem de dados. Isso se aplica nas muitas armas disponíveis, e elas possuem os mais variados alcances, com suas vantagens e desvantagens. É possível ver qual o número a ser alcançado antes de fazer determinada ação. Ou seja, podemos planejar bem o que fazer e só então executar a ação.
Isso é divertido e ao mesmo tempo frustrante. Os dados sempre trazem uma face que permite a quebra do equipamento que está sendo usado, e quando isso acontece, é muito desagradável. Há itens que nos permite rolar o dado novamente, mas são consumíveis, e há horas em que ficamos sem, e aí perdemos uma espada, por exemplo. Outras situações desalentadoras eram os momentos em que os adversários acertavam muitas vezes em seguida, matando nosso personagem, o que resultava em um reinício da luta.
Ho! Ho! Ho!
Como dito acima, a trama de Flint: Treasure of Oblivion é contada usando histórias em quadrinho, o que foi um grande acerto dos desenvolvedores. Os gráficos são bons, mas nada que chame extrema atenção. Podemos explorar os cenários, mas uma coisa que não ficou nada boa foi a interação com certas partes do mapa.
Por exemplo, para subir uma escada, é preciso levar o personagem até um ponto exato, apertar o botão de ação e então esperar ele realizar todos os mínimos movimentos para assim subir a bendita escada. Posso citar também quando precisamos pular alguma parte, que requer um pouco de paciência. Fora isso, explorar é divertido pelo fato de encontrarmos muitos itens perdidos.
Por fim, temos a possibilidade de colocar legendas em português na tela, o que facilita e muito na hora de ler os muitos tutoriais do jogo. Todos eles são bem explicativos, o que descomplica a jogatina.
Um pirata
Flint: Treasure of Oblivion é um RPG competente, mas que poderia ter comandos mais responsivos nos consoles. Os personagens são legais, e o fato de termos legendas em português facilita todos os aspectos da jogatina, já que há muitas coisas para se aprender. Os dados nem sempre ajudam, e errar um golpe ou cair de cara no chão é relativamente fácil.
Explorar é primordial, principalmente para encontrarmos itens diversos. O combate é divertido, e necessita um pouco demais de sorte. Os gráficos são bons, e o fato da história ser desenvolvida usando quadrinhos é um dos pontos mais altos do jogo. Recomendo bastante o game para os fãs do gênero e os interessados em uma boa história.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro