Haven Park capa

Review Haven Park (Switch) – Conquistando campistas

Haven Park é um simpático jogo que se inspira claramente em A Short Hike, indie lançado recentemente com a proposta de realizar tarefas em uma pequena ilha, tornando o local bem mais agradável para os campistas que chegam para uma visita e momento de descanso. Como nunca joguei de fato A Short Hike mais do que poucos minutos, não consigo fazer nenhuma comparação que não seja a atmosférica – portanto, não espere menções a elementos pontuais.

Desenvolvimento: Bubble Studio
Distribuição: Mooneye Studios
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Puzzle, Aventura, RPG,
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, PC
Duração: 3.0 horas (campanha)

Reconstruindo Haven Park

A noite vai caindo

Aqui em Haven Park somos Flint. o neto de uma senhora, dona de um local para campistas. Temos a tarefa de tomar conta do enorme Haven Park, reconstruindo coisas quebradas para aumentar a beleza do lugar – cercas, postes de luz, tochas, etc -, e aprimorando acampamentos para que os visitantes fiquem felizes e satisfeitos ao visitarem o local. Cada acampamento acomoda uma certa quantidade de campistas, sendo necessário construirmos objetos como tendas, barraquinhas de comidas, itens de decoração e afins para “finalizar” o ponto de camping. Adicionalmente, também podemos dormir nas barracas ao cair da noite para avançar rapidamente ao próximo dia.

A exploração é bem interessante, e isso se intensifica ao não apontar onde o jogador se encontra no mapa ao abrí-lo. É necessário guiar-nos por pequenas rochas numeradas pelo parque, além de fazer uma comparação em relação a um ponto de camping para com onde queremos ir na próxima. O mapa serve mais para que você tenha uma base onde se encontra, sem destacar exatamente o ponto exato.

Reconstruindo o parque

Felizmente, a coleta de itens é bem simplificada e ágil, ausentando qualquer animação desnecessária e burocrática tal como existem em Animal Crossing New Horizons, por exemplo, em que qualquer coisa é motivo para que o personagem faça um movimento que dura 3 ou 5 segundos para realizar a ação. Materiais são restabelecidos praticamente ao nos distanciarmos bastante do local de coleta, ou então ao nascer do dia seguinte.

Existem também missões secundárias que iniciam-se ao encontrarmos itens por aí, ou pelo simples fato de conversarmos com alguém. São tarefas como capturar uma quantidade específica de vagalumes para um personagem, encontrar o aeroplano amarelo que colidiu no parque para um turista ou entregar uma carta perdida destinada a um dos campistas que estão visitando o lugar. A recompensa dessas pequenas missões resumem-se em dinheiro, necessário para mais construções, ou itens para fins específicos. Uma missão que realizei e achei bastante única foi a de um livro perdido narrando um RPG, em que me fez ir atrás de objetos no parque para continuar a aventura que estava sendo descrita enquanto me dava opções para prosseguir na história – e me cobrava 1 moeda a cada vez que eu perdia o jogo.

Oportunidades perdidas e problemas menores

Mapa

Alguns problemas afetam Haven Park, e um deles é a navegação na interface, que é um tanto quanto confusa. Não existem comandos de qual botão pressionar para ver mais informações sobre tarefas no menu, o mapa não marca e nem nos lembra onde exatamente chegaram novos campistas e faz-se necessário aprimorarmos ali para atender todos eles, muitos objetos não dizem quantos materiais são requeridos para serem reparados e outras coisas menores como a movimentação um tanto quanto irritante do protagonista, que anda feito um pintinho da vida real.

Muitas vezes os materiais em nossa mochila não aparecem no topo da tela, o que me deixou bastante em dúvida sobre qual é o requisito para fazer com que isso acontecesse. Construir itens mais avançados também não é algo que traz grandes incentivos, já que estes não proporcionam mais dinheiro ao vender comidas para campistas, por exemplo, e nem há barracas que acomodam mais deles (o máximo é apenas um).

Mais frio!

A câmera não é possível de ser girada, e isso mostra a deficiência do jogo ao passarmos atrás de montanhas e afins, já que não existe uma transparência e o personagem fica escondido atrás da paisagem, dificultando a visão. O campo de visão em si também não é dos melhores, e não é possível movimentar o que estamos vendo com o analógico direito, por exemplo, o que seria muito bem-vindo. À noite, tudo fica bastante difícil de enxergar, e mesmo com o upgrade chamado Visão Noturna as coisas não se tornam mais nítidas. É praticamente um momento para dormir e nada mais.

As solicitações dos campistas também podiam ser mais específicas, como a construção de bangalôs em vez de tendas e coisas do gênero. Sem esse elemento, fica fácil atender qualquer pedido, construindo o item mais barato da categoria necessária para finalizar o ponto de camping. O incentivo para liberar construções mais exigentes, em termos de materiais, é praticamente nulo e se apoia na estética do objeto.

Relaxante, divertido, mas podia ter sido aprimorado mais

Reconstruir Haven Park na pele de Flint é bem divertido e relaxante, porém, como citado anteriormente, os pedidos realizados pelos campistas são superficiais e fáceis de serem cumpridos. Com isso, não existem construções específicas para atender tipos de personagens específicos. Podemos adicionar qualquer tipo de barraca, por exemplo, que isso atenderá a qualquer um que estiver por ali. O mesmo serve para barracas de comidas e objetos decorativos. 

Missões paralelas dão uma variedade necessária para o jogo, já que na maior parte do tempo estaremos explorando e procurando por novos pontos de camping. Porém, a interface podia ser um pouco mais comunicativa e bem explicada, sem falar na mobilidade do protagonista que não é tão agradável por tentar imitar um pintinho real. Porém, no final o saldo acaba sendo bem positivo de uma maneira geral. Haven Park comete mais acertos do que erros, acabando que consegue ser memorável e um daqueles games em que você se pega pensando repentinamente quando não está jogando.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Haven Park

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Explorar é muito divertido
  • Pressiona “A” para piar
  • Diálogos com NPCs são bem bolados (e tem Pt-Br)
  • Missões secundárias são bem-vindas
  • Upgrades no personagem e em mecânicas

Contras

  • Às vezes os materiais não ressurgem
  • Movimentação do personagem é irritante
  • Desejos dos campistas podiam ser específicos