Jogos vindo diretamente do mobile para outras plataformas maiores costumam tem uma estrutura que remete bastante às suas origens. Em JackQuest, essa realidade não é diferente.
Desenvolvimento: NX Games
Edição: Blowfish Studios
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Plataforma, RPG
Classificação indicativa: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, Android, iOS, PS4, Xbox One e Switch
Duração: 2 horas (campanha)/ 3.5 horas (100%)
Nada de novo debaixo do Sol
Podendo ser considerado um jogo bastante simples e clichê, você controle Jack, um rapaz que carrega uma espada gigante em suas costas. Sua amada foi raptada logo no início do jogo enquanto Jack “zanzava” pela floresta, e sua missão é ir atrás dela no esconderijo subterrâneo de Korg – o sequestrador. Neste lugar, Jack encontra uma estranha espada que parece se comunicar com ele.
A jogabilidade por aqui é bastante simplista, apesar do jogo fazer uso de vários recursos de game design mais atuais. Vemos nos cenários um efeito competente de parallax com o fundo se movimentando, puzzles que exigem visitar locais já conhecidos, pontos de vendas, chefes que dão habilidades ao personagem, etc.
Outro metroidvania
Obviamente o jogo exige bastante backtracking para alcançar locais antes inalcançáveis. Seus upgrades também são feitos simplesmente coletando itens que fazem esta melhoria no personagem. Levando tudo isso em conta, JackQuest certamente se encaixa no famoso estilo Metroidvania.
Mas o que este indie faz diferente para se destacar no meio de tanta concorrência? Absolutamente nada. Em JackQuest não existe nada que já não tenhamos visto por isso. Isso é um problema? De forma alguma. Porém, nem mesmo ao que ele se propõe, ele é capaz de fazer bem feito.
Jogo com brechas
JackQuest tem alguns detalhes que permitem você quebrar o jogo ou tirar bastante vantagem. É possível coletar tochas que servem como checkpoints criados por você a fim de serem posicionados onde bem entender.
O “problema” é que, assim que você morre e volta ao jogo, todos os itens coletáveis no cenário são restaurados, mas sua vida não. Ou seja, você pode criar um checkpoint ao lado de uma tocha e pegá-la novamente toda vez. Da mesma forma que, possivelmente, haverão inimigos até esta mesma tocha e, caso sua vida esteja escassa, grandes problemas você terá.
Também é possível salvar o jogo num checkpoint fixo (nas pedras), morrer e pegar novamente quantas tochas quiser. Levando em consideração que existe uma lojinha que vende o item, este esquema torna a compra bastante dispensável. E isso também pode ser feito com vidas e cristais, mais uma vez quebrando o sistema de compra do jogo.
O backtracking que te faz ficar perdido
Mesmo que o fato de visitar lugares por onde você já andou seja algo bacana de se fazer, muitas vezes me vi perdido na caverna. JackQuest tem um mapa bem ruim e limitado, que não permite nem mesmo zoom in ou zoom out. Isso se torna pior uma vez que os lugares da caverna são bastante semelhantes.
Além de que você nunca sabe onde exatamente precisa ir, então é comum ficar vagando por aí procurando seu objetivo. Novamente sobre o mapa, você sempre será capaz de ver uma pequena distância a partir de onde você está. Seria bem melhor se o jogo estabelecesse melhor onde você precisa ir, não é?
O básico do básico
JackQuest não se estende muito. É um metroidvania que não vai muito além do básico, e mesmo assim consegue ser falho. Suas mecânicas se resumem em atacar, pular, pular duplamente, girar para um ataque mais potente e, posteriormente, adquirir um arco e flecha para ataques de longa distância.
Porém, nada disso é bom o bastante para prender a atenção do jogador, já que o mesmo estará ocupado ficando perdido o tempo todo por culpa do level design e falta de direcionamento. Pelo menos a arte é bonitinha.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores