Não há como negar que a franquia produzida pela Insomniac focada nas aventuras de Peter Parker e Miles Morales gerou altas expectativas para seu segundo jogo numerado. Muito disso se deve ao fato de ser um título totalmente voltado para a nova geração, lançado inicialmente para o PS5 e agora chegando ao PC. Mas, a essa altura do campeonato, o público de PC já sabia o que esperar, não?
Desenvolvimento: Insomniac Games, Nixxes Software
Distribuição: PlayStation Publishing LLC
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 12 anos (violência)
Português: Dublagem, interface e legendas
Plataformas: PS5, PC
Duração: 15 horas(Campanha)/25 horas (100%)
Sejam melhores, juntos

Marvel’s Spider-Man 2 apresenta os dois Homens-Aranha lidando com suas próprias particularidades: Peter Parker tenta equilibrar um emprego fixo enquanto administra sua vida amorosa com Mary Jane, e Miles Morales enfrenta os dilemas da vida universitária enquanto ajuda sua mãe. No entanto, há um desafio comum entre os dois: conciliar suas vidas pessoais com a missão de salvar Nova York dos vilões.
Como de praxe, a campanha começa com uma missão eletrizante, e desta vez o responsável pelo caos é o Sandman – ou melhor, o Homem-Areia. Nesse momento, alternamos entre Peter e Miles em uma perseguição intensa e um embate visualmente impressionante. O único problema é que já tivemos um jogo que começa com uma perseguição envolvendo os dois heróis – o standalone de Miles Morales. Mesmo com a novidade de controlar ambos personagens, ficou uma sensação inicial de “mais do mesmo”, ainda que essa impressão, felizmente, não dure muito.

Marvel’s Spider-Man 2 realmente mostra a que veio com a chegada de Kraven, um caçador implacável que busca enfrentar o oponente mais forte possível até a morte. Com isso, inicia-se uma caçada aos vilões já apresentados no jogo anterior. Paralelamente, temos o retorno de Harry Osborn, melhor amigo de Peter, agora curado graças a um tratamento que logo descobrimos estar relacionado ao simbionte – o icônico Venom.
Má fama na internet

Marvel’s Spider-Man 2 entrou para a seleta lista de jogos que viraram alvo de piadas na internet devido a algumas situações questionáveis de roteiro. E, realmente, há problemas, como a personalidade de Mary Jane em uma missão em que ela consegue derrotar sozinha capangas super treinados. Outro ponto criticado é a falta de ambiguidade em alguns personagens que antes pareciam mais tridimensionais, como Norman Osborn, além de um Peter Parker que se mostra ainda mais vulnerável, a ponto de mal conseguir se ajudar.
Se, por um lado, o roteiro encontra saídas fáceis, por outro, a jogabilidade se destaca, oferecendo momentos divertidos e variados. A possibilidade de alternar entre os dois herois, que estão em locais diferentes da cidade, traz dinamismo, e essa troca acontece quase instantaneamente graças ao SSD. Outro destaque é a adição da asa-planadora, permitindo sobrevoar Nova York e tornando as viagens mais rápidas – tanto que nem cheguei a usar a função de viagem rápida durante minha jogatina.
Problemas na versão para PC

O lançamento de Spider-Man 2 no PC foi marcado por um desempenho problemático, com diversos bugs, como texturas que não carregavam e personagens que ficavam invisíveis. No entanto, uma atualização no dia seguinte melhorou significativamente a experiência, e hoje o jogo se encontra em um estado aceitável. Durante minha jogatina, tive apenas três crashes que exigiram a reinicialização do game, mas, no geral, o desempenho se manteve estável com a tecnologia DLSS.
Tudo está maior, mas poderia ir além

A aguardada continuação de Spider-Man trouxe uma evolução clara em relação aos jogos anteriores, com visuais aprimorados (especialmente na cidade, que agora parece mais viva) e novas mecânicas que ampliam as possibilidades de combate. No entanto, ainda há limitações, como áreas de Nova York que continuam inacessíveis e uma jogabilidade de Peter que, para certos combates, parece menos interessante do que a de Miles.
Outro ponto é como o jogo administra as tramas e o nível de importância que dá a elas que, ora acerta, ora deixa a desejar. A própria trama de Kraven não se sustenta por muito tempo e o jogo não soube finalizá-la de forma correta. Outro ponto é como o jogo sabe conduzir momentos calmos no início, para trabalhar os personagens sem pressa, mas em determinado ponto acelera o ritmo e deixa tudo frenético, com lacunas no desenvolvimento da história.
Apenas jogue
Pode parecer que Marvel’s Spider-Man 2 seja um jogo apenas mediano, mas isso não é verdade. Trata-se de um jogo primoroso, muito acima de qualquer outro jogo de super-herói dos últimos anos. Tem seus problemas, mas ao segurar seu controle (ou mouse e teclado) sentirá o poder de ser um Homem-Aranha.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro