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Review RWBY: Grimm Eclipse Definitive Edition (Switch) – Sem amigos, sem diversão

RWBY é uma série norte-americana com influência japonesa, criada por Monty Oum (falecido em 2015) e produzida pela Rooster Teeth, inicialmente para a internet em 2013. O nome é um acrônimo formado pelos nomes das quatro protagonistas: Ruby, Weiss, Blake e Yang, juntamente às suas respectivas cores – de uniforme – escritas em inglês Red, White, Black e Yellow. A história de RWBY se passa em um mundo fictício chamado Remnant, onde pessoas tornam-se caçadores e caçadoras para combater monstros chamados Grimm. A série animada conta atualmente com 8 “volumes”, sendo que a nona parte está em produção – com animações bem melhores do que nos primeiros episódios, diga-se de passagem.

Desenvolvimento: Aspyr
Distribuição: Aspyr
Jogadores: 1-2 (local) e 1-4 (online)
Gênero: RPG, Ação, Aventura
Classificação: 12 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch
Duração: Sem registros

Todo o conteúdo lançado até hoje

Todo o conteúdo lançado anteriomente
Todo o conteúdo lançado anteriomente

RWBY: Grimm Eclipse Definitive Edition é a versão atualizada do jogo lançado para PC em 2016 – e, posteriormente, para PS4 e Xbox One -, trazendo consigo todos os DLCs lançados até então, além de conteúdo extra, como 4 personagens do time JNPR, trajes exclusivos e a adição de um multiplayer local para até 2 jogadores.

A história é bastante superficial e basicamente não possui um desenvolvimento. Em vez disso, segue uma linha parecida com narrativas executadas de forma similar em games como Naruto Uzumaki Chronicles de PS2, em que linhas de diálogo e uma dublagem de algum personagem auxiliar davam o contexto do que estava acontecendo enquanto atravessamos o cenário.

Combate competente e divertido

Antes de iniciar uma partida, é possível escolhermos entre 8 personagens, cada um deles tendo armas e estilos de ataque elementais próprios. Alguns possuem lanças enormes, enquanto outros portam espadas de esgrima ou até mesmo usam seus punhos para combater monstros. É possível alternar entre todos eles a cada final de fase, gerando assim uma variedade melhor na jogabilidade que cria um senso de necessidade de experimentar e evoluir todos igualmente. Apesar da base de controles serem sempre o golpe rápido, golpe forte, esquiva e ataque à distância, ainda assim todos os personagens possuem uma jogabilidade única, com animações diferentes e combos que transmitem uma sensação distinta.

A jogabilidade possui um foco bem grande em Hack ‘N’ Slash, mostrando-se verdadeiramente maçante caso jogado em apenas uma pessoa. O que contribuiu para essa monotonia é a falta de uma trilha sonora engajante e efeitos sonoros mais convincentes, além de possuir inimigos bastante repetidos e sem muita variação em seu design. RWBY: Grimm Eclipse consiste em andar de um ponto ao outro em cenários bastante lineares, com um nível bem superficial de exploração, para então enfrentar hordas de inimigos enquanto protege algo ou realiza algum objetivo. No single player, aliás, o único modo disponível é a campanha.

Upgrades e multiplayer: a melhor parte

Upgrades liberam habilidades novas

No multiplayer as coisas se tornam bem diferentes. A ação frenética e a dificuldade bem balanceada transformam totalmente a experiência em algo divertido. É constante a preocupação em manter-se vivo para poder ajudar companheiros caídos durante os confrontos, sem falar na diversão em atacar em conjunto inimigos mais poderosos e utilizar o ataque final. É como se fosse um Musou, pois a jogabilidade me irrita por abusar da quantidade de inimigos para serem enfrentados, mas que permite até quatro pessoas derrubando grupos de monstros (ou Grimms).

Alguns fatores extras também ajudam a diversificar um pouco mais as coisas, o que é um ótimo ponto positivo. Estou falando sobre upgrades, que podem ser feitos nos seguintes aspectos: Ultimate, Team Attack, Ranged e General. Cada melhoria exige uma quantidade específica de pontos, que são adquiridos cada vez que um personagem sobe de nível. Elas podem aumentar a eficiência de nossos ataques, dos golpes Ultimate, da eficácia de ataques em equipe ou atributos gerais dos personagens, como regeneração de vida mais rápida, maiores quantidades de uso para o golpe Ultimate, velocidade aumentada ao recuperar companheiros, etc. Caso tenha se arrependido ou simplesmente queira criar uma nova build, é só resetar os pontos no menu apresentado entre uma fase e outra.

Online funciona bem e cumpre seu papel
Online funciona bem e cumpre seu papel

O online funciona extremamente bem e é completamente livre de lag ou qualquer forma de input delay. É realmente impressionante a maneira como o multiplayer foi projetado, sendo possível criar salas públicas ou privadas, como também utilizar a opção existente de Quick Game para ingressar na partida de alguém aleatoriamente. Também é possível jogar apenas com amigos, ambos liberando o progresso adquirido durante a campanha ou qualquer outro modo jogado.

Falando em modos, além da “história” principal, temos algumas formas de jogo extra para serem jogados ao menos em duas pessoas, que nada mais são do que modificações das mecânicas existentes na campanha. Há o modo Horde e o Grimm Gauntlet, sendo possível jogar apenas o segundo em multiplayer local. Porém, ambos são bem parecidos, com a adição de uma construção de torretas dentro do cenário. São modos extras bastante dignos, permitindo um ganho de experiência extra para ser aproveitado na campanha posteriormente.

Defeitos e problemas

Co-op local é fraco demais e mal planejado
Co-op local é fraco demais e mal planejado

Sem dúvidas, o multiplayer local para 2 jogadores passa uma forte impressão de “feito às pressas”. A câmera será seu pior inimigo neste modo, já que apenas o primeiro jogador terá foco constante. Caso o segundo player se distancie o suficiente da visão, ele passa a ser apenas um ícone na tela, ficando completamente impossível de ser localizado. Teria sido uma ideia bem melhor de criar uma tela dividida para ambos ou ao menos criar uma câmera dinâmica que se afasta à medida em que os jogadores se distanciam.

As animações, modelos 3D e sombras no Switch também deixam bastante a desejar. É lamentável ver objetos projetando sombras bastante serrilhadas no chão, além de vê-las se formando bem na sua frente em um efeito terrivelmente executado, sem um mínimo de esforço em criar uma suavização. Entendo que provavelmente foi feito o máximo para manter os 60 fps que o jogo consegue segurar – em grande parte do tempo -, mas o sacrifício acabou ficando bem aparente no aspecto visual da coisa.

Outro problema é apenas o host da partida online conseguir salvar o progresso, resultando em benefícios apenas em termos de experiência e upgrades para aqueles que se conectarem à partida. Por fim, obviamente, a jogabilidade acaba se tornando repetitiva depois de algumas fases, além de que o level design é bem superficial e linear, me fazendo lembrar do escopo de cenários simplistas criados em adaptações do anime Naruto para jogos com foco em aventura e ação no PS2.

Bom com amigos, lamentável sozinho

RWBY: Grimm Eclipse Definitive Edition consegue gratificar o jogador com uma boa experiência, caso jogue com outras pessoas. Por isso, fica o alerta: se você planeja jogá-lo sozinho, a chance de se decepcionar é bem grande. Gráficos e trilha sonora deixam bastante a desejar, além da variedade de inimigos ser extremamente pequena. Os efeitos sonoros também são bem fracos, apresentando sons bem estranhos ao atacarmos os monstros durante as batalhas.

A repetição é uma barreira muito grande para esse tipo de jogo, principalmente se o level design não for bom o suficiente para quebrar um pouco o ritmo constante de esmagar botões para avançar. Infelizmente, não temos nada chamativo ou criativo o suficiente para desviar o foco de tantas missões e tarefas iguais, fazendo que o multiplayer seja o único atrativo realmente convincente na versão definitiva de RWBY: Grimm Eclipse para o Switch.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

RWBY: Grimm Eclipse Definitive Edition

6.5

Nota final

6.5/10

Prós

  • Upgrades
  • Modo online competente
  • Combate divertido

Contras

  • Extremamente repetitivo
  • Level design pobre
  • Exploração superficial
  • Modo online não pesquisa salas
  • Single player desanimador