Serial Cleaners é um jogo de stealth sobre limpeza de cenas de crimes. Os protagonistas são aqueles caras que limpam a carnificina feita pelo John Wick ou, quando querem um desafio, feito pela Carrie no ginásio da escola. Para conseguir fazer um trabalho limpo, o título faz um trocadilho com os famosos serial killers e essa é a maior diversão. Porém, nem mesmo Hannibal Lecter concluiria uma noite de assassinatos sem esquecer de uma evidência incriminatória, e Serial Cleaners também não.
Desenvolvimento: Draw Distance
Distribuição: 505 games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 16 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series S/X
Duração: 6 horas (campanha)/9.5 horas (100%)
Faxineiros super habilidosos
Acredito que já tenha ficado nítido qual é a proposta de Serial Cleaners, mas é bom especificar como a união de simulador de limpeza com stealth funciona. Nós temos à nossa disposição quatro faxineiros muito habilidosos, cada um com uma característica que o diferencia dos demais. Por mais estranhas que pareçam, elas são importantes para variar como será feito a limpeza do local.
Bob C. Leaner – baita trocadilho -, o líder, consegue escorregar pelo sangue do cenário, e sim, isso é uma habilidade importante. Vip3r é a hacker do grupo e consegue invadir sistemas do cenário. Lati usa muito bem artifícios da cena do crime para escapar e nocautear policiais. E, por fim, Psycho dá uma de Leatherface e sempre carrega consigo uma motosserra para despedaçar os corpos, no caso, os que já estão sem vida.
Após descrever as diferenças de cada um, é bom falar também das semelhanças. Primeiro de tudo é que, como todo bom faxineiro, cada um deles é armado com um aspirador de pó que limpa o sangue do cenário. Porém, há um problema ao usá-lo, já que faz muito barulho, chamando a atenção de policiais. Assim como o sangue, carregar corpos por aí também é um trabalho difícil, uma vez que os personagens ficam lentos e é necessário descarregá-lo no carro. Portanto, é sempre bom usar e desbloquear rotas fáceis de fuga pelo cenário.
Por fim, é importante falar daqueles que causam transtorno na vida de todo faxineiro, principalmente quando este está apenas fazendo seu trabalho e limpando cenas de crimes de forma ilegais: os policiais. Semelhantemente ao visto em GTA, em Serial Cleaners temos níveis de procura, mas que vão só até o dois. Se o policial te ver, irá te perseguir, e até aí tudo bem. No entanto, caso esteja no nível elevado de procura, eles atiram para matar e estão longe de ser Stormtroopers. Morrer não é problema, pois sempre é possível salvar seu progresso no carro.
Uma resenha milenar
Na virada do milênio os quatro faxineiros fazem uma “resenha” de todas as suas limpezas. A história de Serial Cleaners decorre nessa dualidade entre flashbacks jogáveis e conversas de final de século e milênio. Aprendemos como Bob contratou os outros integrantes e também seus passados, e isso me incomodou um pouco.
Embora a narrativa de Serial Cleaners seja bem construída e boa de se acompanhar, a essência dos personagens é baseada em típicos estereótipos estadunidenses. Uma asiática hacker, uma afrodescente bruta e das ruas, um russo louco que tem problemas de raiva e, curiosamente, um americano boa pinta. Aponto para isso pois tenho o costume de gostar de coisas muito diferentes e, apesar de serem bem construídas, essa essência é muito padrão, não inova e faz alguns detalhes serem premeditados.
Baseado em artes reais
Serial Cleaners consegue passar facilmente uma “vibe” de anos 90, principalmente com a sua produção artística baseada no pós-modernista Jean-Michel Basquiat. Em complemento, a versão de Switch não sofre tanto e fica pau a pau com as outras plataformas. Entretanto, há outra característica que precisa ser citada e faz parte da arte de Serial Cleaners.
Outra semelhança entre cada faxineiro é o Sentido Faxineiro que permite ver onde cada evidência está e os locais que é possível interagir. Ao utilizar esse sentido, todo o visual muda em instantes, detalhando as áreas importantes. Nesse momentos foi possível sentir uma “travadinha” ao desativar. Talvez por conta do aumento de detalhes na tela ou pela velocidade que era feito.
Faxina em série é um trabalho digno
Serial Cleaners é um título simples, onde você só precisa limpar áreas e fugir de policiais. Apesar dessa simplicidade, é impossível não se divertir pelo trocadilho e a ideia constante de ser um “faxineiro em série”. A recompensa principal pelos atos é a continuidade da narrativa, na qual aprendemos sobre os protagonistas e como eles foram parar no momento em que estão. Do contrário, a forma como são despojados traz aquela visão típica estadunidense, o que pra mim foi um ponto negativo, sem novidades. Portanto, se gosta de sanguinolência e limpeza com um bom humor, Serial Cleaners mostra que é um jogo digno da sua atenção.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno