Review Vagante Capa

Review Vagante (Switch) – Masoquismo e fantasia

Lançado lá em 2018 para PC, Vagante chega agora no final de Janeiro para os consoles, sendo uma experiência para masoquistas. Imagine um Spelunky mais sombrio, com mais armadilhas, chefes em cada fase e sistemas de RPG. Ou seja, Vagante é brutal! Do jeitinho que os fãs de Roguelike e Roguelite amam.

Desenvolvimento: Nuke Nine

Distribuição: Blitworks

Jogadores: 1-4 (local e online)

Gênero: Ação, Aventura, Plataforma, Multiplayer

Classificação: 12 anos

Português: Não

Plataformas: PC, Switch, PS4, Xbox One

Duração: 20 horas (campanha)/77 horas (100%)

Classes fantasiosas

Cavaleiro é uma das classes inicias de Vagante.

Vagante não detém uma densa história, e nem tenta criar uma. Há apenas um simples pretexto para os perigos enfrentados. Existe uma caverna cheia de monstros e demônios, mas que, em seu fim, detém uma exuberante quantidade de tesouros. E é com esse simples motivo que vagamos em uma carruagem para adentrar a caverna.

Aliada a esse encabeçamento, nos é permitido escolher 3 classes distintas, cada qual com seu conjunto de equipamentos e atributos iniciais. O guerreiro, como de costume, possui uma espada, muita vida e um dano maior. O mago começa com um cajado, uma magia e possui pouca vida. E, por fim, o rogue contém uma adaga, um arco e flecha e é mais ágil.

Independentemente da escolha inicial, ao descer na caverna, outros equipamentos podem ser encontrados e, assim, essas classes podem ser modificadas. No fim das contas, não há uma diferença abrupta entre elas, além do início e diversas escolhas de aparência.

Um descanso na fogueira enquanto faz upgrades no personagem.

É óbvio que, pelos status iniciais, magos devem ser muito cuidadosos e guerreiros podem “se lixar” pra quantidade de inimigos. Porém, há mais artifícios que podem modificar a forma que se joga e mudar drasticamente essa história, dependendo da sua sorte.

Dificuldade aleatória 

Itens e mapas aleatórios já são normais em Roguelite, mas em Vagante equipamentos podem atribuir pontos extras ou habilidades passivas. Porém, assim como o efeito de poções, tudo isso só será descoberto caso o item seja equipado, então, é por sua própria conta e risco usufruir deles.

Isso faz com que seja inevitável sobreviver com o que consegue achar, deixando as coisas mais extremas. Um exemplo triste que ocorreu comigo em uma situação fatal foi decidir tomar uma poção sem saber seu efeito. Estava escrito nela que tinha um cheiro doce, por isso, acreditei ser cura. No fim, acabei morrendo envenenado e fiquei arrependido de tal escolha. Vale mencionar que, ao reiniciar o jogo, tudo será perdido, até os efeitos secretos dos itens e seus pontos de atributos distribuídos.

Masoquismo em grupo

A roda de emojis para se comunicar no cooperativo.

Se quer ir rápido, vá sozinho. Agora, se quiser ir longe e sofrer no processo, vá em dupla. Com isso dito, fique sabendo que caso seu parceiro seja um profissional em Roguelike, ainda sim, Vagante o fará se sentir um iniciante. De qualquer forma, há maneiras interessantes que podem facilitar essa experiência.

Um exemplo é que, infelizmente, o Nintendo Switch não tem um chat de voz, e nem sempre será possível falar com sua dupla, por isso Vagante dispõe de uma variedade de emojis para comunicação. Isso é excelente em partidas online, visto que, mesmo sendo limitada, a união faz a força.

Reforçando ainda mais essa última frase, é possível compartilhar equipamentos com o companheiro. Essa ferramenta é muito bem vinda, pois durante a aventura há itens que podem possuir atributos melhores para a classe do seu amigo do peito. Em contrapartida, não é possível reviver o outro jogador, exemplificando que essa escolha não facilita muito a experiência.

Sacrifício 

A cada morte você ganha uma quantidade de XP que desbloqueia Backgrounds.

Detesto soar repetitivo, mas devo intensificar que Vagante é difícil. Mas não foi a dificuldade que me trouxe desconforto, e sim o fator recompensa por enfrentar esse terrível desafio. Em toda fase há um chefe, e alguns são bem chatos de alcançar para atacar, mas eles são totalmente opcionais. 

No entanto, os equipamentos recebidos por concluir tal feito não são válidas. Vagante não te recompensa bem por assumir riscos grandes, como é comum em jogos difíceis. Portanto, depois de uma dezena de tentativas mal sucedidas em chegar ao fim da caverna, ignorei todos os chefes e tentava a sorte na próxima fase.

Backgrounds e seus auxílios.

O maior “prêmio” por avançar nas fases e subir seu level são os Background, os quais funcionam como vantagens que são liberadas em uma lista delas e apenas uma pode ser equipada. Com isso, é possível iniciar a jornada novamente com uma vantagem equipada, mas nada que modifique as coisas a seu favor de maneira escandalosa.

Diferente no ponto certo

No final de cada fase, eu recuperava um pouco da vida perdida e seguia em frente sabendo que tudo iria piorar. É por esse motivo que não recomendo Vagante nem pro meu pior inimigo. Não por ser ruim, mas por ser bem difícil e traiçoeiro – ainda mais por causa das várias armadilhas por todo canto -, em que a sorte faz quem joga. Ainda sim, pela diferença de classes e a possibilidade de modificar cada experiência da forma que quiser, Vagante não peca no sentido repetitividade. Talvez você não termine ele na décima tentativa, mas, pelo menos, irá misturar e inventar novas formas de explorar esse perigo obscuro.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Vagante

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Opções de classes
  • Variedade de itens e magias
  • Atributos extras em itens
  • Comunicação por emojis

Contras

  • Recompensas não são válidas