Título do jogo

Review Wonder Boy Collection (PS4) – O retorno dos clássicos

A série Wonder Boy é um clássico dos arcades e consoles que, com certeza, é um dos maiores trunfos da Sega quando ela ainda produzia consoles, especialmente no Master System e Mega Drive. Comemorando seus 35 anos de existência, uma coletânea foi anunciada de surpresa para reviver os lançamentos da época, com direito a algumas melhorias para deixar a experiência do jogador mais agradável.

Desenvolvimento: ININ Games
Distribuição: Bliss Brain Corporation
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PS4, Switch
Duração: Sem Registros

A coleção (quase) completa

Tela inicial da coletânea

Como a franquia durante todos esses anos teve bastante confusão com relação a nomes e lançamentos para diversas plataformas, a primeira dúvida que surge para quem já é fã provavelmente está em quais jogos e versões estão disponíveis nesta coletânea. Os desenvolvedores e a publisher decidiram trazer possivelmente as melhores versões dos jogos em questão de gráfico e jogabilidade, sendo as versões de Arcade para Wonder Boy e Wonder Boy in Monster Land. Já para Wonder Boy in Monster World e Monster World IV, ambos só foram lançados com a marca registrada para o Mega Drive.

Todas as versões possuem algumas adições extras que já são bem comuns em relançamentos de títulos clássicos, como a possibilidade de utilizar save state a qualquer momento nos jogos. Para filtros, temos a opção de manter os gráficos fiéis ao original ou adicionar uma camada que suaviza os pixels para que não pareçam tão quadriculados, podendo também inclusive aplicar o famoso scanline, que é bastante customizável de forma que possa reduzir o efeito, aumentá-lo ou até distorcer a tela para transformar em tela curva. Já para resolução, há a opção 16:9, 4:3, 1:1, imitação da resolução original (pixel perfect) e imagem esticada, caso não queira deixar bordas nas laterais da tela.

Primeira parte: versões de Arcade

Tom-tom de Wonder boy andando de skate

Testando o primeiro jogo, a versão de Arcade de 1986 foi o primeiro projeto do pequeno estúdio Westone, que inclusive tinha o nome Escape naquela época. Neste jogo, o jogador controla o jovem da floresta Tom-tom em busca de sua namorada Tina, que foi sequestrada pelo rei das trevas sem nome.

Há sete áreas ao todo, separadas por quatro fases cada uma. Você precisa coletar alimentos durante sua jornada para que a barra de energia não se esgote, enquanto também desviará de diversos inimigos e obstáculos que podem ser destruídos ao coletar seu machado de pedra. Ao fim de cada área, na quarta fase, é necessário derrotar o vilão, repetindo o processo até chegar na última área e finalmente salvar a donzela.

Partindo para Wonder Boy in Monster Land, o título muda totalmente sua jogabilidade e os desenvolvedores decidem transformá-lo em um jogo de ação com elementos de RPG, podendo comprar armas, botas, armaduras e escudos com o dinheiro coletado dos inimigos derrotados, bastante característico da franquia em diante.

Aqui, comandamos Wonder Boy na luta contra o Meka Dragon, um dragão metálico que aparece repentinamente no reino e o transforma em Monster Land, infestando todos os cantos com diversos monstros e ameaçando os moradores. O herói agora possui uma barra de vida e poderá aumentá-la conforme faz mais pontos derrotando chefes e inimigos em seu caminho, mas o tempo ainda é um inimigo pois uma ampulheta estará a todo tempo relembrando que você precisa ser rápido, do contrário, sofrerá dano e a ampulheta voltará a contar novamente.

Apesar de ambos os jogos serem as versões de Arcade, não está claro exatamente por que não foram colocadas as versões de Master System, já que a própria Sega é quem detém os direitos da franquia e do console. Curiosamente, o menu de galeria da coletânea disponibiliza a arte das caixas e os desenhos do manual desta plataforma.

Segunda parte: Mega Drive

Shion em Wonder Boy in Monster World

Já na geração 16-bit, A Westone decidiu seguir o formato de jogos para videogames para as continuações, removendo completamente o tempo limite e outros elementos que eram pensados para consumir fichas dos jogadores. Graças a isso, Wonder Boy in Monster World se tornou um jogo de exploração com mundo aberto interconectado, mas mantendo o sistema de compra de equipamentos para ficar mais forte e se locomover mais rápido, lembrando jogos como The Legend of Zelda.Sendo considerado uma continuação do jogo anterior, o guerreiro Shion, como o protagonista anterior, precisa salvar o reino de Monster Land do vilão BioMeka.

Por fim, temos Monster World IV que já possuía um port para PS4 fornecido exclusivamente para quem comprasse a edição física para PS4 e Switch de Wonder Boy: Asha in Monster World. Nele, a jovem Asha, guerreira nomeada pela rainha do reino de Rapadagna, é requisitada para investigar antigas ruínas que profetizam a invasão de seres malignos por toda a terra de Monster World, colocando todos em perigo. Ela terá ajuda do Pepelegoo, uma criaturinha antiga que possui conexão com os povos anciões que previam esta catástrofe.

Diversão na medida do possível

Wonder Boy Collection basicamente agrupa os principais títulos da série e os fornece com recursos hoje considerados obrigatórios. Para uma coletânea que homenageia uma data de comemoração importante, poderia oferecer um pouco mais, principalmente pela falta das versões de Master System existentes e a inclusão de Wonder Boy III: Monster Lair, jogo de Arcade e Mega Drive que não está presente. O único jogo não disponível que é justificado é Wonder Boy III: The Dragon’s Trap, já que a empresa DotEmu criou um remake com inclusão da versão original de Master System e, provavelmente, possui os direitos no momento.

Mesmo com a ausência destes outros títulos mencionados, não há nada que o pacote deixe a desejar de um modo geral. Podemos alterar os controles livremente, salvar quando quiser, utilizar os filtros que achar mais agradável para ter uma boa experiência e não há sinais de má emulação nos ports, como travamentos e lentidão não existentes nos originais. Com isso, Wonder Boy Collection não decepcionará caso você esteja buscando jogar novamente a franquia pela nostalgia ou gostaria de experimentar pela primeira vez por curiosidade.

Cópia de PS4 fornecida pelos produtores do jogo

Revisão: Jason Ming Hong

Wonder Boy Collection

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Customização de filtros e resolução boa
  • Port bem estável e com suporte a save state

Contras

  • Poderiam adicionar outras versões