Street Fighter II: The World Warrior conseguiu reapresentar e aprimorar o conceito estabelecido em seu jogo inaugural, tornando-se uma referência absoluta entre os títulos de luta e um dos jogos mais influentes do gênero em todos os tempos.
Desenvolvimento: Capcom
Distribuição: Capcom
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Luta
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Arcade, SNES, Commodore 64, Amiga, Atari ST, ZX Spectrum, Game Boy, Master System, Wii Virtual Console, Wii U Virtual Console, Nintendo 3DS, PS4, Xbox One, Switch, PC, PS5, Xbox Series X|S
Duração: 1 hora (campanha)/12 horas(100%)
A evolução dos jogos de luta

Neste jogo, o objetivo é simples: derrotar o oponente em combates diretos. O jogador utiliza um controle com oito direções e botões de ação para aplicar socos e chutes em três níveis de intensidade: fraco, médio e forte. Além disso, o jogo manteve os golpes especiais do primeiro título, agora com execução mais acessível.
Embora o Street Fighter original não tenha sido bem recebido pelo público, o sucesso de outro grande título da Capcom, Final Fight, deu sinal verde para o desenvolvimento de uma continuação. Sob a liderança de Akira Nishitani e Akira Yasuda, a equipe acertou em cheio com Street Fighter II.
Graças à nova placa gráfica CPS-1, desenvolvida pela própria Capcom, a jogabilidade tornou-se mais rápida e fluida. Os golpes especiais, que antes eram difíceis de executar, agora respondiam melhor aos comandos. Outro grande avanço foi a introdução de oito personagens jogáveis – um salto significativo em relação aos dois lutadores disponíveis no primeiro jogo.
Mecânicas que ficaram na historia dos jogos de luta

Cada personagem tem um conjunto único de movimentos, exigindo estratégias distintas a cada escolha. Curiosamente, o conceito de combos surgiu após modificações não oficiais feitas por hackers que buscavam facilitar o jogo. Ao ajustar o tempo entre os ataques, foi possível realizar sequências de golpes que, mais tarde, seriam integradas oficialmente em Super Street Fighter II.
A dificuldade elevada, típica dos arcades dos anos 90, está presente – o que pode desanimar os iniciantes. No entanto, Street Fighter II também deu início à consolidação dos duelos diretos entre jogadores, tornando-se um verdadeiro fenômeno nos fliperamas e elevando a experiência multiplayer local a outro nível. A variedade de personagens com estilos distintos foi essencial para o surgimento e crescimento da comunidade de jogos de luta que conhecemos hoje.
Criando ícones

O uso da placa CPS-1 permitiu uma grande evolução visual em relação ao jogo anterior. Os cenários são variados, coloridos e muito bem desenhados, e o desempenho geral do jogo é excelente.
Mas o grande destaque visual vai para o design de personagens, comandado por Akira Yasuda. Todos os lutadores foram construídos com personalidade, carisma e sprites detalhados. A identidade visual dos personagens é tão marcante que até quem não joga videogame reconhece figuras como Ryu, Chun-Li e Blanka – um feito alcançado graças ao talento de Yasuda.
Outro ponto interessante é a representação dos países de origem dos personagens. Essa abordagem ajudou a construir perfis marcantes, embora, em alguns casos, tenha reforçado estereótipos da época. É o caso de Blanka, como símbolo do Brasil selvagem, e Zangief, representando a extinta União Soviética com força bruta e bravura.
Engatinhando na história

A narrativa de Street Fighter sempre foi um pouco confusa, e isso não muda em Street Fighter II. Em vez de uma história centralizada, cada personagem tem sua própria trama, revelada ao final do jogo. Há finais relevantes para o universo da franquia, como o de Guile, outros mais simbólicos, como o de Ryu, e até cômicos, como o de Zangief.
Apesar da simplicidade, é importante lembrar que estávamos no início da era de ouro dos jogos de luta. O simples fato de a Capcom se preocupar em criar finais distintos para oito personagens mostra o esmero com que o jogo foi produzido.
Uma das melhores trilhas sonoras dos games

Entre todas as qualidades de Street Fighter II, a trilha sonora é, sem dúvida, a mais inesquecível. Ao utilizar ao máximo as capacidades sonoras da placa CPS-1, os compositores Yoko Shimomura e Isao Abe conseguiram criar faixas icônicas e cativantes.
Quem jogou dificilmente esquece o tema da abertura ou da tela de seleção de personagens. Além disso, os temas de Ryu e Guile, em especial, se tornaram verdadeiros hinos dentro da cultura gamer.
Além disso, os efeitos sonoros também são memoráveis. Quando os personagens gritam expressões como ‘Hadouken’, ‘Yoga Fire’ e ‘Spinning Bird Kick’ ao executar golpes especiais, isso não apenas contribui para a identidade sonora do jogo, mas também permanece marcante até hoje.
Um clássico dos jogos de luta
Para quem conhece a história dos videogames, é impossível ignorar o impacto de Street Fighter II. De fato, o jogo foi um verdadeiro marco, pois estabeleceu padrões que, posteriormente, moldaram todo o gênero de luta — como as barras de energia, os comandos especiais, os personagens com estilos distintos e, por fim, o nascimento das competições organizadas.
Street Fighter II – The World Warrior, atualmente disponível nas coleções Capcom Arcade Stadium e Street Fighter 30th Anniversary Collection, foi por muitos anos o título mais lucrativo da Capcom. O jogo deu origem a inúmeras versões e ports para diversas plataformas — muitos dos quais continuam sendo jogados até hoje
Quando se fala sobre a história dos jogos de luta, é impossível não mencionar Street Fighter II. Afinal, o jogo consolidou-se como uma pedra fundamental do gênero e, além disso, tornou-se um clássico absoluto na indústria dos games.
Revisão: Julio Pinheiro