No cenário dos jogos de luta casuais, consigo pensar em alguns concorrentes, além do principal e mais conhecido, Smash Bros: PlayStation Battle Royale, Brawlout, Brawhalla e, um dos mais recentes, Nickelodeon All-Stars Brawl – aliás, também desenvolvido pela Ludosity. No entanto, eu diria que nenhum desses títulos teve sucesso suficiente para destronar Smash Bros ou ao menos enfrentá-lo em termos de qualidade e execução. A maioria desses jogos é totalmente focada em lutas e só, limitando a experiência geral ao multiplayer. Dito isso, Slap City entra e tenta adicionar alguns recursos amados de Smash a si mesmo, mas como foi sua execução?
Desenvolvimento: Ludosity
Distribuição: Ludosity
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Luta, Plataforma, Multiplayer
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: Switch, PC
Duração: 4 horas (campanha)/10 horas (100%)
Não é um jogo de luta indie convencional
Vindo dos mesmos desenvolvedores de Ittle Dew, Slap City é um jogo do tipo Smash Bros da Ludosity, trazendo figuras conhecidas apenas no “LudoVerse”. O elenco geral de personagens consiste na maioria dos já vistos em games anteriores da empresa, como Princess Remedy, Goddess of Explosions e, claro, Ittle Dew. Mais figuras jogáveis podem ser desbloqueadas quando você joga os modos arcade e história, o que adiciona muito em termos de esforço e recompensa. Além disso, você pode ler o histórico e o enredo de cada personagem por meio do menu chamado Galeria.
O modo história é um dos recursos mais variados aqui e apresenta uma espécie de progressão de fase-a-fase, cada cenário consistindo em um desafio ou tipo de jogabilidade diferente. A maioria da progressão acontecerá em um game design semelhante a um game de plataforma, no qual você terá que percorrer todo o cenário, derrotar inimigos, coletar coisas escondidas e chegar à linha de chegada. Isso ajuda muito no aspecto de variedade do jogo, em vez de ficar limitado tudo a lutas – e lutas apenas. Além disso, entre uma fase e outra, há um inimigo para enfrentar, cuja jogabilidade ocorre em um cenário 1vs1. Em adição, podemos coletar um poder oculto que pertence a cada personagem que desbloqueia seu respectivo movimento especial.
Quanto ao modo Arcade, simplesmente temos que enfrentar inimigos ou grupos de inimigos de maneira seguida, até chegar ao chefe final. Esta é a jogabilidade mais arcade possível (como o nome já diz), exceto pelo modo versus, que prioriza a porcentagem de seus inimigos como barra de saúde e ponto de fraqueza (quanto maior a porcentagem, maior a probabilidade de serem jogados para fora do cenário e perder um ponto de vida). E também habilita novos personagens desbloqueáveis depois de derrotar todo o elenco de inimigos. Isso me lembrou bastante as torres da série Mortal Kombat.
Além desses modos mencionados, há o problemático online que chega morto e dificulta a tarefa de encontrar pessoas com quem jogar, devido à falta de crossplay entre as plataformas nas quais o game existe. Consegui jogar uma vez com sucesso e, mesmo assim, a experiência foi lenta e sofria com muitos atrasos de botões pressionados, mas provavelmente por causa da distância entre eu e o host. De qualquer forma, não poderia testá-lo com alguém que mora perto de mim.
Extras e pequenas falhas
Como extras, temos um minigame cronometrado de coleta de cristais, um divertido jogo de futebol (que já vi em outros lugares), o já conhecido modo versus, o modo de prática e uma Galeria em que você pode ler sobre os personagens e aprender seus movimentos. Além disso, também existem itens de batalha para você usar como um auxiliar para vencer os inimigos, que também concedem algumas vantagens temporárias.
Infelizmente, não existe algo como um ataque final semelhante ao Smash Bros, cujo poder especial quase parece uma cutscene implementada no meio do jogo. O golpe “escondido” de cada personagem é um movimento como qualquer outro. Além disso, nenhum dos personagens possui dublagem, o que diminui consideravelmente a qualidade do jogo, já que esse extra agrega muito em termos de emoção e ao calor da batalha.
Bom indie, mas nada absurdo
Slap City é um jogo bacana e bastante casual de luta, assim como Smash Bros se propõe a ser. Infelizmente, apesar de oferecer um modo história bacana, a experiência geral não é nada inovadora na questão de gameplay e deixa a desejar no quesito sound design, além de que o online é ruim e o elenco de personagens fica limitado aos que conhecem os jogos da empresa. Diria que esse é um game bastante de nicho, que não vai ter um apelo para com fãs de Smash, mas, no máximo, conseguirá causar curiosidade.
Cópia de Switch cedida pelos produtores