Conheci Anomaly Agent há poucos dias, quando seu trailer de pré-compra foi lançado nas redes. Simplesmente me apaixonei, afinal, ele reúne diversos elementos que amo: a estética cyberpunk, ação de ritmo acelerado, e uma trama maluca envolvendo distorções temporais. Sendo o primeiro jogo do pequeno estúdio turco Phew Phew Games, fundado pelo influenciador Enis Kirazoğlu, Anomaly Agent faz bonito e coloca os turcos no mapa logo na primeira tentativa.
Desenvolvimento: Phew Phew Games
Distribuição: NAISU
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Plataforma
Classificação: 12 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X|S, Switch
Duração: 4.5 horas (campanha)/8 horas (100%)
O tempo quebrou
É bem difícil falar sobre a trama de Anomaly Agent sem dar spoilers, mas vamos lá. Assumimos o papel do Agente 70, empregado da empresa TDAY, responsável por combater anomalias. Estávamos em nossa última missão antes da tão almejada promoção, quando algo acontece e, de última hora, somos designados para concluir uma missão final: ir atrás de 4 anomalias específicas.
Anomaly Agent desenvolve muito bem uma história que envolve mudanças temporais e de gravidade, gradualmente introduzindo dilemas na mente do jogador, que, por sua vez, são levados a duas possibilidades de finais, sendo necessário escolher o melhor com base em todas as informações adquiridas durante o jogo. Apesar de ter dois finais disponíveis, creio que isso poderia ser aplicado de melhor forma, e irei desenvolver sobre logo no tópico em seguida.
Ação de ritmo rápido
A jogabilidade é talvez o ponto alto de Anomaly Agent. Trata-se de um jogo de ação side scrolling 2D, no qual devemos eliminar nossos inimigos para avançar pelos cenários. Embora a variedade de armas e itens disponíveis não seja grande, a experiência é bem agradável. Podemos desbloquear itens como um taco e um bumerangue, além de coletar armas como pistolas, revólveres e escopetas no chão.
Também é possível adquirir novas habilidades usando moedas com o robô da TDAY, que aparece em cenários específicos. Outro aspecto interessante é a mecânica das emoções, que faz com que determinadas respostas dadas a outros personagens gerem emoções positivas e negativas. As emoções positivas são utilizadas para aumentar a barra de vida, enquanto as negativas fornecem 300 moedas extras.
Há apenas duas críticas em relação à jogabilidade. Primeiramente, as plataformas são simples e não oferecem muitos desafios, mesmo quando o jogo apresenta alguns puzzles. Em segundo, o sistema de emoções, embora interessante, poderia ser utilizado para determinar o desfecho do jogo, no qual as emoções negativas resultariam no final ruim e as positivas no final bom. Isso atribuiria um peso maior às emoções, fazendo com que o jogador escolhesse suas respostas com mais cautela.
Estética competente para os amantes de cyberpunk
Anomaly Agent entrega um visual simples, mas muito competente. O jogo é todo feito em pixel art, com exceção de algumas artes de personagens que são mostradas quando um novo inimigo ou personagem importante é introduzido. A atmosfera remete aos anos 80 num estilo futurista, e certamente agradará a todos que apreciam a estética cyberpunk ou o retrofuturismo.
Quanto à trilha sonora, ela segue uma linha mais voltada para o synthwave, mas com uma pitada de ação para acompanhar o ritmo frenético do jogo. Infelizmente, a quantidade de músicas não é muito grande, o que pode levar algumas pessoas a se cansar rapidamente. Felizmente, o jogo é curto, então a maioria dos jogadores provavelmente não se incomodará com isso.
Sem inovações, mas muita competência
O pequeno estúdio Phew Phew Games deixou sua marca. Anomaly Agent pode não inovar em praticamente nada, mas consegue ser sólido em todos os aspectos que se propõe, oferecendo uma jogabilidade divertida e rápida, uma trama que apresenta dilemas ao jogador e uma estética cyberpunk incrível, tudo isso a um preço acessível para os jogadores brasileiros.
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro