Com o início de seu desenvolvimento em 2015, Bug Fables – The Everlasting Sapling foi lançado em novembro de 2019 para PC. Logo após, em 2020, chegou para os consoles Nintendo Switch, Playstation 4 e Xbox One.
Este foi um lançamento muito esperado por fãs que acompanharam a trajetória de desenvolvimento, e um desejo realizado para os desenvolvedores dessa fábula.
“Por toda minha vida eu sonhei ver um jogo meu nos consoles” – Líder de Desenvolvimento da Moonsprout Games.
Desenvolvimento: Moonsprout Games
Edição: DANGEN Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Aventura, Puzzle
Classificação indicativa: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch, PS4, Xbox One e PC
Duração: 30 horas (Campanha)/41 horas (100%)
Um clássico RPG
Sua experiência inicia em uma clássica introdução de jogos de RPG que te deixa imerso no jogo. Por meio de ilustrações é contada a história do mundo dos insetos, liderado por uma rainha formiga.
Esta rainha, que hoje está no poder, segue os passos de sua mãe em busca da “Everlasting Sapling” (que traduzido seria Mudas Eternas), a qual dará uma grandiosa força e vida eterna a quem comer qualquer de suas folhas.
Desta forma, a rainha abriu o seu reino para todos os insetos, e prometeu que quem a encontrasse seria o inseto mais rico que qualquer outro. Assim, a Associação dos Exploradores foi fundada e, até então, muitos insetos arriscam sua vida nesta jornada.
Em resumo, o principal objetivo é encontrar a Muda Eterna, mas você irá se deparar com muitas side quests, inimigos e chefões pelo caminho até conseguir alcançar seu objetivo.
Logo após a introdução, entramos no mundo de Bug Fables! Sua base é um jogo de plataforma com inúmeros puzzles no mapa e NPCs por todos os lados.
Personagens com personalidade
O mais interessante de Bug Fables é como os personagens se expressam e fazem com que o jogo ganhe mais vida. A história não possui um personagem principal, e sim 3 insetos heróis com diferentes habilidades de combate:
- Kabbu: o besouro resiliente que possui a habilidade de atacar com o seu chifre.
- Vi: a abelha impaciente que possui uma habilidade de lançar seu “Beemerang” nos inimigos.
- Leif: uma mariposa introvertida que possui habilidades mágicas de gelo.
Como time, eles seguem a jornada e ao longo da trajetória a amizade entre eles se amadurece pelos diálogos. Durante o jogo, você pode escolher qual deles irá na frente do grupo e alterá-los para utilizar as habilidades especiais, além de resolver puzzles no mapa. Isso torna o jogo mais maleável e estratégico.
A personalidade dos personagens é um ponto muito relevante em todo o jogo. Você pode conversar livremente com qualquer um do mapa, e eles sempre terão algo a dizer. Muitas vezes serão ditas coisas irrelevantes, engraçadas e até algumas dicas. Alguns NPCs podem trazer até side quests.
Apesar de podermos conversar com qualquer personagem no mapa, um ponto que gostaria de ressaltar é a quantidade de diálogos de Bug Fables.
Isso pode fazer você se dispersar em algum momento e querer passar por todos eles sem ao menos ler. Apesar de todas falas serem longas, os desenvolvedores tomaram cuidado de dar personalidade nas conversas para que a experiência seja divertida.
Batalha em turnos
O sistema de batalhas é por turnos, um clássico do gênero RPG assim como apresentado no famoso Paper Mario. Por outro lado, em Bug Fables a luta é com 3 heróis.
Assim você pode alternar entre eles livremente durante a batalha, sendo um ponto muito importante para compor suas estratégias contra os mais variados inimigos.
Com isso, cada um deles possuem suas habilidades especiais que custam Team Work Points (pontos de trabalho em equipe) e habilidades de combates.
Minha experiência com a batalha em Bug Fables foi ótima, apesar de sentir algumas dificuldades no início. Mas foi por falta de atenção, já que os ataques dependem muito do tempo e da precisão da sua interação – é o que torna a batalha desafiadora.
Sem dúvida eu adorei a possibilidade de alternar entre os personagens para usar as habilidades deles em meu favor. A forma em que as habilidades demandam de ações certeiras no controle faz que as batalhas não sejam maçantes.
O Team Work Points funciona como “mana”, mas, infelizmente, não é individual. O uso do recurso deve ser controlado por todo o time, e isso me atrapalhou muito ao compor algumas estratégias.
Sobretudo, outra coisa que me incomodou nas batalhas foi que não é mostrado a vida dos inimigos, sendo assim é necessário gastar um turno para inspecionar o inimigo e saber a vida e o nível dele.
Porém, ao finalizar uma batalha você ganha exploration Points, que são, propriamente dito, pontos de exploração. Ao juntar 100 pontos você evolui o time, podendo ganhar habilidades e itens.
Bug Fables é o novo Paper Mario?
É muito provável que você esteja se perguntando isso e eu posso dizer que: talvez. O jogo foi sim inspirado em Paper Mario, e não tem vergonha disso. E também pega emprestado mais elementos de outros jogos, como Xenoblade e Persona 5.
O design dos personagens, o mundo em plataforma, o sistema de batalhas e a estrutura da histórias são parecidos com o RPG da Nintendo. Mas Bug Fables conseguiu adicionar toques em seu desenvolvimento que não o tornam uma cópia, mas sim um melhor aproveitamento de ideias em seu favor.
De certo aproveitaram a demanda do público por quererem tanto um Paper Mario como o do Nintendo 64 e do Game Cube.
Bug Fables é incrivelmente bem feito para uma desenvolvedora indie, visto que foi muito tempo investido nesse projeto. Pelo resultado, deu para perceber o afinco colocado ao fazer o jogo.
Por fim, a fábula que vivi até então em Bug Fables me agradou muito. É um jogo independente com suas originalidades. Com toda certeza eu o indicaria para qualquer pessoa que goste de RPG, ou que deseja se sentir imerso em uma história de muita aventura.
Esta review foi feita com uma cópia de Nintendo Switch cedida pelos produtores.
Revisão: Samuel Leão e Jason Ming Hong
Bug Fables: The Everlasting Sapling
Prós
- História cativante
- Personagens únicos
- Batalhas em turnos
- Ótima trilha sonora
- Game Design bem feito
Contras
- Muito diálogo
