Chronos: Before the Ashes Capa

Review Chronos: Before the Ashes (Xbox One) – Soulslike e puzzles

Chrono: Before the Ashes é um jogo que se passa antes de Remnant: From The Ashes, e foi lançado originalmente para Oculus Rift em 2016, resultando em pouco acesso ao game por causa da exigência do acessório de realidade virtual. Chegando no finalzinho de 2020, Chrono: Before the Ashes veio para todas as plataformas da geração passada (PS4, Xbox One e Switch) em uma adaptação que faz total sentido.

A versão para VR é basicamente um jogo comum em terceira pessoa, e poderia ser completamente jogável em um formato padrão se desligada a câmera fixa que o jogador possui através de seus olhos em realidade virtual. Mas, finalmente, as pessoas agora podem conhecer essa prequela da Gunfire Games em conjunto com a THQ Nordic – e fica meu desejo que mais títulos façam essa conversão para atender ao público geral.

Desenvolvimento: Gunfire Games, THQ Nordic
Distribuição: THQ Nordic
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, RPG
Classificação: 12 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, Switch, PS4 e Xbox One
Duração: 7.5 horas (campanha)/14.5 horas (100%)

Derrote o dragão

Encontre o dragão

O enredo de Chronos: Before the Ashes conta a história de uma época em que ia tudo bem no mundo, até que bestas surgiram das profundezas sendo comandadas por um dragão maligno que tinha como objetivo destruir a tudo e a todos. Com isso, você precisa incorporar o herói desta história e embarcar rumo à ilha onde se encontra este dragão, para localizá-lo e destruí-lo.

A jogabilidade lembra bastante os jogos da From Software, principalmente a franquia Dark Souls. Com um estilo de batalha mais cadenciado, é necessário fazer uso de bastante esquiva e gerenciamento inteligente da barra de fôlego, já que ela funciona como sua capacidade de defender e diminuia cada golpe recebido. Apesar dos combates, de forma geral, não serem difíceis, as lutas contra chefes são desafiadoras, mas também se resumem ao processo de esquiva e ataque assim que o inimigo deixar uma brecha para receber um golpe.

Puzzles constantes

Uma grande diferença por aqui é o foco maior em resolução de puzzles e interação com o cenário. É necessário coletar certos itens importantes ao longo do jogo como chaves, peças, pedras e outros objetos para usá-los em locais diferentes, a fim de abrir passagens, portas, baús e derivados. Porém, não haverá nenhum indicativo funcional de onde estes itens deverão ser usados, ficando a cargo da tentativa e erro por parte do jogador, apesar de não existir qualquer tipo de punição quanto a isso.

Além da saúde e fôlego, há também a barra da experiência adquirida, que faz com que o personagem suba de nível assim que chegar ao final dela. Uma vez avançado de nível, o personagem recebe dois pontos de atributos para serem distribuídos entre Força, Agilidade, Arcana e Vitalidade, cada um influenciando diretamente em golpes mais poderosos, maior resistência, eficácia maior utilizando Pedras de Dragão e uma quantidade maior de saúde. Estas pedras servem como um poder elemental para serem usadas em sua arma, aumentando seu poder por alguns segundos.

Aumento de atributos

Fora isso tudo, é possível fazer upgrade das armas, utilizando Fragmentos de Dragão que podem ser encontrados pelo cenários, dentro de caixas fechadas ou então eliminando inimigos que deixam cair este material. As primeiras melhorias custam poucos fragmentos e, quanto maior o nível de sua arma, mais destes materiais serão exigidos.

Em algumas áreas também existe um cristal que funciona como viagem rápida, que deve ser desbloqueado de uma forma inspirada nas Bonfire de Dark Souls. Infelizmente, o item que utilizamos para recuperar nossa saúde não é restaurado neste cristal, sendo necessário perder um ano de vida para ter esse objeto utilizável novamente.

Provavelmente o maior diferencial em Chronos: Before the Ashes é seu sistema de morte que concede benefícios. O personagem fica um ano mais velho sempre que morremos, e a cada dez anos um Traço (habilidade) único é adquirido dentre três que são disponibilizados para escolha. Isso funciona como uma forma de não punir tanto assim o jogador, enquanto o recompensa de igual forma. Porém, ao mesmo tempo, a idade avançada pode levar o protagonista à morte de fato.

Belo, formoso e formal

Gráficos lindíssimos

Os sons e visuais de Chronos: Before the Ashes são bem competentes, sendo que, jogando em uma plataforma mais potente, os gráficos são aprimorados e o framerate sobe para 60 fps. Inicialmente, jogando em um Xbox One Fat, senti que a imagem era um pouco embaçada e tudo rodava em 30 fps, passando a impressão de ser um jogo levemente ultrapassado no quesito beleza. Porém, finalizando este texto em um Xbox Series S notei que seu potencial foi exponenciado com o uso do novo hardware da Microsoft. Com isso pude notar o quanto a ambientação faz um excelente trabalho através de belos cenários representados por ruínas e locais com aspectos cavernosos.

Apesar de não haver música na maior parte do tempo durante a jogabilidade, nas lutas contra chefes é que a trilha sonora brilha. A melodia de fundo se intensifica e torna as coisas um tanto quanto emocionantes. Sons também são bem convincentes, bem construídos e dão um charme a mais, mostrando o quanto o jogo é bem polido de uma forma geral.

Viagem rápida entre cristais

O único defeito técnico provavelmente é o tempo de loading quando morremos ou usamos o fast travel para viajar entre um cristal e outro para economizar tempo. São vários segundos necessários de se esperar, e esses testes foram feitos no console padrão e em um HD externo conectado ao Series S. Entretanto, instalando o jogo para a unidade de armazenamento SSD, o tempo foi quase eliminado, provando que realmente as telas de carregamento são demasiadamente extensas.

Por fim, não há uma forma de rever a história em algum menu dedicado para isso, apesar de existir uma seção com instruções e dicas sobre como funciona a jogabilidade. Isso causa um pouco de sensação de que estamos perdidos, e a exploração acaba se tornando um pouco dolorosa quando não há pistas do que deve ser feito. Apesar disso, o sentimento é recompensador quando se descobre o próximo destino, mas ainda foram várias horas que fiquei rodando por aí até entender aonde deveria ir.

Uma excelente conversão do VR

Mesmo que Chronos: Before the Ashes seja uma conversão de sua versão original de realidade virtual, não há sensação alguma de que na verdade trata-se de um jogo vindo deste periférico. Talvez isso se deva ao fato de que originalmente seu comportamento era de um game padrão, mas com câmera em primeira pessoa com posicionamento fixo.

Felizmente pude conhecer esse produto tão bom que antecede ao Remnant from the Ashes que, mesmo que tome bastante inspiração na franquia da From Software, ainda consegue fazer um trabalho bem acima da média através de sua jogabilidade e ambientação espetacular. Além disso, a mecânica de Traços de acordo com a idade vem bem a calhar, e podia ser um novo padrão em jogos tão punitivos frutos do subgênero Soulslike.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

Chronos: Before the Ashes

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Combate competente
  • Mecânica de traços de idade
  • Ambientação muito boa
  • Visuais acima da média

Contras

  • Exploração não muito intuitiva
  • Loadings excessivos