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Review Chronos: Before the Ashes (Switch) – Um antecessor quase esquecido

Remnant From the Ashes foi uma bela surpresa para os amantes de Souls-like em 2019 e continua sendo um excelente jogo. Porém, o que pouquíssimas pessoas sabem é que Remnant é uma sequência de Chronos, um jogo lançado apenas para Oculus Rift em 2016 o que explica – principalmente no Brasil – sua impopularidade. Sendo assim, Chronos: Before the Ashes é um relançamento para os consoles, já que seu sucessor fez muito bonito e agradou a todos. Portanto, é de se questionar se tal feito permanecerá, e se há novidades para serem vistas.

Desenvolvimento: THQ Nordic, Gunfire Games

Distribuição: THQ Nordic

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, Aventura

Classificação: 12 anos

Português: Interface e legendas

Plataformas: PS4, Xbox One, Switch e PC

Duração: 8 horas (campanha)/ 14 horas (100%)

O Conto do Expurgo

Com uma visão em 1º pessoa, logo no início, a história da humanidade vai sendo contada no meio de uma roda de pedras por uma senhora. Simplificando toda a introdução, o mundo era normal como conhecemos atualmente, inúmeros prédios e milhares de pessoas, até que uma horda de bestas saíram das fendas esquecidas da terra e caçaram os humanos. Essas bestas eram comandadas por um dragão, e ano após ano uma Pedra do Mundo chamava o melhor dos guerreiros para derrotá-lo, até que alguém o vencesse.

Bom, não é muito difícil de adivinhar quem será esse destemido guerreiro, certo? Por incrível que pareça, essa história pode parecer simples, mas é bem irado como ela é contada, semelhante aos padrões da FromSoftware. Porém, não é apenas o ínicio que é semelhante, mas a história é contada de forma não direta e existem furos que apenas a interpretação do jogador pode cobrir. Sendo assim, encontros com NPCs podem render uma bela descoberta ou apenas embaralhar ainda mais a cabeça.

O início do Conto do Expurgo e umas pedras gigantes

Explorando o labirinto 

Chronos: Before the Ashes possui gráficos bem simples comparados ao seu antecessor. O port para o Switch é algo bem impressionante, mas existem alguns delays na renderização que são questionáveis. Obviamente que não são aqueles gráficos de última geração, porém a fluidez da movimentação é fantástica e o diferencial para um hack and slash, sendo um ponto muito positivo.

Os locais que vamos encontrando demonstram a destruição que o mundo dos humanos passou com vilas destruídas, partes de casas e prédios em ruínas, tudo infestado por bestas e esquecido pelos humanos. Mesmo parecendo uma atmosfera triste e melancólica, alguns encontros nesses locais entoam uma esperança ainda viva, seja em objetos, NPCs ou simplesmente em artes de antigos sobreviventes deixadas para trás. 

Essa esperança que resta viva é amplificada com a música presente, principalmente quando o jogador chega em uma Pedra do Mundo, que são os famosos checkpoints. Parece bobo, mas sempre que encontrava alguma, a música parecia infundir um anseio em continuar a progressão, sendo magnífica essa sensação de gratidão em estar vivo – algo melhor explicado mais para frente.

Uma Pedra do Mundo

O maior inimigo será o tempo

O diferencial que me deixou muito intrigado e curioso foi o fator mortes, algo bem recorrente em jogos desse estilo, pois Chronos inova e faz jus ao seu nome. Sempre que o personagem morre ele envelhece um ano, podendo ir dos 18 até os 80 anos. Sendo assim, chegar aos 80 pode ser o final de sua jornada, algo que deve se ter muito cuidado. 

Há também a existência de Traços, habilidades passivas bônus recebidas sempre que alcança uma idade específica, dependendo da idade em que o personagem está. Ocorre também a mudança em estratégias e jogabilidade, pois depois de certa idade não se pode evoluir alguns aspectos no personagem. Explicando de maneira melhor, depois dos 50 anos o jogo não permite mais evoluir Força e Agilidade, o que faz bastante sentido. Porém outras capacidades são fortalecidas, como Arcano e Vitalidade.

Os traços desbloqueados de acordo com o avanço das idades

A exploração em Chronos é demasiadamente importante, pois para avançar em certas áreas é preciso resolver puzzles e encontrar itens chaves para sua resolução. Esses puzzles são interessantes, mas são bem simples e pouco desafiadores. No entanto, explorar os locais pode trazer ótimas recompensas, como armas, Fragmentos de Dragão e Pedras do Dragão.

Dando maior atenção aos dois últimos itens descritos anteriormente, essas partes do dragão encontradas pelos cenários e possuem influência impactante na jogabilidade. Os Fragmentos do Dragão são itens únicos para melhoria das armas e são encontrados quando se presta muita atenção por onde anda. Já as Pedras do Dragão – que são quase Esferas do Dragão – dão poderes mágicos ao personagem, porém são poucas e difíceis de encontrar. Sendo assim, caso morra muito, essas pedras serão a diferença quando for mais velho, o que pode facilitar ainda mais a jogabilidade.

Surfando no hype

Chronos: Before the Ashes teve um lançamento bem impopular na realidade virtual. Contudo, pelo sucesso e a surpresa que Remnant foi, Chronos pegou a onda e chegou surpreendendo. Possuindo, talvez, uma característica inovadora e marcante: morrer nunca foi tão desesperador, e faz com que pessoas criem novas formas de jogar e enfrentar seus desafios. Ao misturar tal mecânica com o fator de evolução faz tudo ainda melhor e menos entediante, sendo um grande diferencial ao seu antecessor. No entanto, mesmo com umas engasgadas, o port para Switch é suficiente para se ter uma experiência fluída e rápida, mas outros ports fazem muito mais e de forma mais limpa.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Chronos: Before the Ashes

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Movimentação fluída
  • Músicas épicas e boas
  • Mecânica inovadora de idade
  • Cenários intrigantes

Contras

  • Atrasos na renderização
  • Puzzles pouco desafiadores