City Eyes é um simulador que coloca o jogador no papel de um oficial de vigilância, cuja missão é garantir a manutenção da lei e da ordem em uma cidade que sofre com uma altíssima taxa de criminalidade, precisando agir corretamente nas mais diversas e inesperadas situações do cotidiano da Strife City. Disponível exclusivamente para os jogadores de PC através da loja da Steam, o produto desenvolvido e publicado pela SIG Publishing tem uma boa proposta, que foi realizada de uma maneira péssima, desastrosa e decepcionante.
Desenvolvimento: SIG Publishing
Distribuição: SIG Publishing
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulador
Classificação: 10 anos
Português: Interface
Plataformas: PC
Duração: Sem registros
Vigiar não é complicado
Apesar da equipe de desenvolvimento não ter construído sistemas de tutoriais que explicam as mecânicas de uma forma esclarecedora, a jogabilidade de City Eye é simples e fácil de ser compreendida. O foco dos turnos, que costumam ter uma duração de cerca de dez minutos, está na observação.
É necessário ficar de olho nas câmeras de segurança, e selecionar a opção correta ao notar alguma situação fora do padrão. Caso algo esteja pegando fogo, é melhor chamar os bombeiros. Contra a bandidagem, é vital acionar o policiamento o mais rápido possível. E se alguém estiver passando mal, o ideal é ligar para os paramédicos imediatamente. Um bom trabalho garante boas recompensas financeiras, e a redução da criminalidade em partes da Strife City vai liberando o acesso a novas regiões da cidade.
Visando ampliar as opções de desafio, os produtores implementaram três tipos de câmeras distintas, que podem ser liberadas utilizando o salário recebido após o fim de cada dia. O modo básico obriga o vigilante a ficar de olho em absolutamente tudo que acontece, sem contar com nenhum tipo de auxílio. O monitoramento semi automático indica instantaneamente qualquer acontecimento, e o modelo automático faz com que toda a jogabilidade seja robotizada, sem sequer precisar selecionar a opção correta.
Apenas ver os eventos acontecendo não é divertido, e o melhor jeito de jogar City Eye é fazendo o uso da vigilância semi automática, que mantém um nível de desafio satisfatório, ao mesmo tempo que simplifica a experiência com sucesso.
Uma execução péssima
Desenvolvido através da engine que é fornecida pela Unity, o simulador conta com tempos de carregamentos que são absurdamente longos, além de visuais pavorosos e tenebrosos. Em geral, os gráficos de City Eye são feios, e sofrem com um alto número de serrilhados e sombras bugadas e de baixa qualidade, pois os produtores não implementaram opções visuais suficientes no produto. A ambientação da Strife City é decepcionante e pouco detalhada, e as animações são péssimas. A geometria dos modelos 3D dos personagens e carros não são bons, e são insuficientes para um título situado em uma região urbana.
No entanto, o grande problema do título está na quantidade extremamente baixa de eventos distintos que podem ocorrer durante cada partida diferente. É visível que os responsáveis não designaram um leque imenso de situações diversificadas, pois é comum ver as mesmas exatas ocorrências se repetindo, de forma constante. A inteligência artificial dos transeuntes não funciona bem, porque muitos deles ficam apenas parados, de forma estática no mapa, durante toda a jogatina.
A interface é poluída e confusa, com muitas informações ocupando boa parte do espaço da tela simultaneamente. A SIG Publishing implementou uma localização em português brasileiro no simulador, mas ela não é ativada por padrão, sendo necessário ir até o menu de configurações e selecionar o idioma manualmente. A tradução está incompleta, com vários termos em inglês e poucos no nosso idioma, prejudicando a experiência para quem não possui um domínio da língua estrangeira.
Não vale a pena
O conceito de City Eye é interessante. O pessoal da SIG Publishing teve uma ótima ideia, com um potencial alto. Porém, no estado atual, o título passa longe de ser uma experiência minimamente envolvente e divertida. O lado técnico é ruim, o conteúdo é insuficiente e o loop de gameplay apresentado é extremamente repetitivo. O simulador é acessível, custando apenas R$ 20 na plataforma da Valve, mas não vale muito a pena por ser um produto entediante, maçante e chato.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong