Antes de começar essa análise, preciso dizer que Crysis não possui uma versão oficialmente de nova geração, porém, a última atualização adiciona vários modos de renderização para o Xbox Series S, existentes anteriormente apenas para Xbox One X e Xbox Series X. Portanto, fica o disclaimer sobre Crysis Remastered rodando no Series S poder, tecnicamente, ser considerado um jogo com patch para a geração atual. Isso é positivo, já que podemos instalar os arquivos em um HDD comum e ter acesso aos recursos modernos.
Caso você não conheça essa famosa franquia de 3 jogos, Crysis originalmente saiu em 2007 para PCs e explodiu entre os gamers da época por ser um jogo incrivelmente lindo, ao mesmo tempo que era complicado rodá-lo em qualquer máquina com um desempenho agradável. Algumas versões saíram posteriormente para os consoles daquela geração (Xbox 360 e PS4), porém, nada que fosse possível de se comparar à original de PC. Anos depois, recebemos Crysis Remastered para Xbox One, PS4 e PC, agora com a capacidade de, finalmente, correr em belíssimos 60 fps ou ray tracing – pelo menos nos consoles mais novos e nas versões PRO/One X da geração passada.
Desenvolvimento: Crytek
Distribuição: Crytek
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Tiro, Ação
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataforma: Switch, Xbox One, PS4 e PC
Duração: 10 horas (campanha)/ 13 horas (100%)
Soldados prontos para matar e morrer
Em Crysis, temos a história do esquadrão Raptor Team, pertencente à linha de elite dos Estados Unidos da América, que parte para uma missão na Coreia do Norte. Controlamos Nomad, um membro do grupo, dotado de várias habilidades sobre-humanas graças ao seu traje altamente tecnológico. Entre nossas possibilidades estão poderes como invisibilidade, escudo protetor anti-danos, ultra velocidade em superfícies terrestres e embaixo d’água, e um super pulo que é ativado ao segurar o comando de salto.
Em termos de combate, Crysis também oferece uma variedade consideravelmente grande para sua época. Podemos equipar diversos tipos de armamentos, desde uma pistola até um lança-foguetes que destrói tanques de guerra com poucos lançamentos. Fora isso, existem armas padrões de jogos de tiro, como metralhadoras automáticas e escopetas com tiro espalhado. A parte mais divertida, porém, é ser possível equipar itens secundários em nossas armas, como zoom de alto alcance e silenciador, o que traz uma dinamicidade bem maior para os confrontos, aliado aos poderes do traje.
Ray Tracing ligado 
Ray Tracing desligado
Mesmo com tanto poder em suas mãos, não pense que você poderá sair atirando em tudo e todos e sair ileso. Soldados podem te identificar através de sua movimentação e ações suspeitas mesmo estando invisível, e todos eles atacam o protagonista ao mesmo tempo sem esperar sua vez – ao contrário do que acontece em certos Assassin’s Creed da vida. Por isso, a estratégia é uma parte fundamental em Crysis, além de saber utilizar seu traje em conjunto com as armas. Falando nelas, também podemos pegar equipamentos dos soldados que eliminarmos, além de coletar itens secundários como granadas explosivas para nos apoiar no embate.
A destruição de cenário de Crysis já era impressionante quando em seu lançamento, mas agora certamente tudo fica melhor em alta resolução e altas taxas de quadros por segundo. Os visuais seguem pelo mesmo caminho, e ainda hoje mostram cenários de cair o queixo, explosões convincentes e texturas que conseguem impressionar em pleno 2021. Os efeitos sonoros também não deixam a desejar, e apresentam efeitos bastante realistas, tal qual a franquia Battlefield sempre trouxe e aprimorou com o passar do tempo.
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Tempos atrás, tive contato com a versão de Switch do game remasterizado, que nem de longe chega aos pés de um port otimizado para a geração Xbox Series X/S. A única coisa que deixa a desejar mesmo são os rostos dos personagens, que ainda trazem feições provenientes do ano de 2007, além de cenários que não variam tanto assim e uma história apenas “ok”.
A melhor versão possível
Definitivamente, Crysis Remaster na geração atual de consoles é a melhor forma de se jogar Crysis. Os 60 fps deveriam ser uma regra para todos os jogos feitos com o Xbox Series X/S e PS5 em mente, coisa que, infelizmente, ainda não é uma realidade. Apesar de não existir uma versão oficialmente de Crysis Remastered para Xbox Series X/S, o jogo se beneficia dessa ausência, possibilitando ser instalado em um disco rígido comum externo sem exigir um SSD, ao mesmo tempo em que podemos usufruir de recursos como alta taxa de quadros por segundo ou ray tracing com 30 fps – porém, nenhuma combinação de ray tracing e 60 fps.
Sobre o jogo em si, a Crytek criou algo tão à frente do seu tempo para a época que Crysis ainda consegue ser um produto bastante atual, superando vários títulos de tiro em primeira pessoa modernos. Seu combate é de altíssima qualidade, além de que os poderes são um show à parte quando precisamos derrubar um exército de soldados completamente sozinho. Porém, o multiplayer existente na versão original foi removido, dando lugar a absolutamente nada. Neste caso, poderiam ter feito algo bacana para substituir o conteúdo ausente, dando um motivo a mais para adquirir a versão remasterizada.
Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores
Crysis Remastered
Prós
- 60 fps transformam o jogo
- Furtividade divertida e desafiadora
- Combate variado e personalizável
- Ray tracing funciona como esperado
Contras
- Alguns elementos mostram a idade do jogo
- Multiplayer da versão original foi removido
