Destroy All Humans! Capa

Review Destroy All Humans! (Switch) – Destruição na palma da mão

Se existe um remake que ninguém estava esperando, com certeza é Destroy All Humans!. O jogo pertence à era Xbox e PS2, famosa por uma avalanche de jogos mais simples, descomplicados e diretos ao ponto. Aqui, somos um alien que veio à Terra para cumprir objetivos nefastos como obter conhecimento humano, abduzir pessoas e causar o inferno na superfície. Além disso, obviamente, sua missão é destruir todos os seres humanos que entrarem em seu caminho – daí o nome do game. Embarque no disco voador Saucer e vamos destruir alguns seres humanos estereotipados juntos.

Desenvolvimento: Black Forest Games
Distribuição: THQ Nordic
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 14 anos
Português: Interface e Legendas
Plataformas: PC, Xbox One, Switch, PS4, Xbox Series X/S, PS5
Duração: 7.5 horas (campanha)/14.5 horas (100%)

Destrua tudo, da forma que achar mais legal

Destruição em massa

Após um breve tutorial em meio a uma fazenda com várias vacas e pessoas do interior tentando nos impedir de cumprir nosso trabalho, somos enviados ao menu principal ambientado no disco voador. Nele está o hub, local onde faremos upgrades no protagonista mal encarado e na nave, além de navegarmos no seletor de missões. 

Cada fase possui objetivos específicos que vão se alternando conforme progredimos. Por exemplo, inicialmente pode ser que a tarefa principal seja infiltrar-nos no meio de pessoas para escanear suas mentes e depois “tocar o terror” explodindo tudo com o disco voador e o raio mortal.

Abduções

O alienígena Crypto possui poucas habilidades e equipamentos no começo, que vão sendo incrementados ao longo das missões. Nossas primeiras armas ofensivas consistem em um raio laser, um explosivo de cabeças e uma habilidade de telecinese para lançar objetos, pessoas e animais longe. Mais à frente, a nave mãe nos concede um jetpack para voar por aí e utilizá-lo como um dash terrestre, além de um injetor anal – é isso mesmo que você leu – para eliminar inimigos através de seus ânus. 

Algumas tarefas também envolvem disfarces feitos com a habilidade mapeada no d-pad para cima, que nos permite copiar o corpo de algum ser humano qualquer, limitando-nos a andar e pular, além de ser necessário escanear a mente das pessoas constantemente para manter o efeito do disfarce. Uma vez nessa situação, não podemos utilizar qualquer ataque ofensivo, caso contrário, o disfarce vai por água abaixo.Outras missões também envolvem furtividade  e aproximação de figuras chave como cientistas, que precisam ser escaneados para recebermos seu conhecimento. 

Como não podia faltar em um jogo de alienígenas, também é possível abduzir seres humanos e desintegrar seus corpos com um tiro secundário da arma principal. O disco voador também é um excelente objeto de destruição em massa e faz muito bem seu trabalho através de lasers e armas secundárias que mandam tudo pelos ares, fora seu raio drenador que suga a energia de pessoas e objetos para restaurar seu escudo.

Ainda funciona hoje em dia?

Fingindo ser um humano

Não vou negar que Destroy All Humans! mostra vários sinais de idade. Apesar da versão revitalizada ter gráficos bem bonitos e cartunescos para os consoles de gerações recentes, o game design acaba sendo bem simplista e limitado. É inegável a repetição que acaba apresentando depois de várias missões, tentando variar entre mecânicas já apresentadas para distrair o jogador entre uma tarefa e outra. Pelo menos, a fórmula de seleção de fases funciona muito bem, em vez de ir na direção de propostas de mundo aberto, como muitos jogos resolvem fazer atualmente. 

Claramente seu forte não é a movimentação e deslocamento, seja à pé ou no disco voador, por isso esse mundo contido é uma ideia melhor para Destroy All Humans!. Quando uma fase é finalizada, podemos retornar à ela para explorar novamente, pegar coletáveis e realizar atividades secundárias como corridas. Fora isso, também é possível focar em liberar skins para o protagonista, cumprindo tarefas estabelecidas no menu respectivo.

Texturas demoram para carregar
Texturas demoram para carregar

Tratando-se da versão de Switch, é bem nítido o downgrade que foi feito para que Destroy All Humans! pudesse rodar de forma competente no portátil da Nintendo. Apesar da performance segurar os 30 fps constantes, jogando na TV é possível ver muitas imperfeições, limitações de distância de renderização e uma resolução bem mediana. Diria que isso já era esperado, visto que o mundo ambientado aqui não é tão simples de ser processado, mesmo apresentando visuais cartoons. Existem vários prédios detalhados, ruas com postes e hidrantes, árvores, carros, lagos e um monte de objetos que exigem o poderio do console, então acaba sendo até satisfatório o resultado final. Porém, seria bacana ter um modo performance para jogarmos em 60 fps.

Mas existe um problema aqui que decepciona bastante e acaba sendo impossível que ninguém tenha percebido antes do lançamento do jogo: as texturas. Elas demoram muito para carregar e começam a surgir na sua frente, sendo que algumas vezes sequer carregam. Isso é algo que pode facilmente ser corrigido com pacotes de atualização, mas mostra um grande descuido por parte da publisher no quesito controle de qualidade.

Pérola do passado, diversão quase atual

Destroy All Humans! funciona bem hoje em dia, mas tenha em mente que muitas mecânicas são simplistas demais para os mais exigentes. Talvez a inclusão de um modo co-op ou diferentes tipos de jogo no menu principal teria sido uma boa ideia para dar uma vida mais longa e expandir o fator replay.

Também é importante ressaltar que seu humor é bastante baseado em estereótipos e na cultura norte-americana, então muitos poderão se sentir ofendidos ou sequer entenderão o que está se passando na tela. Por fim, é divertido voltar nas fases para cumprir alguns objetivos secundários após terminar as missões principais, ainda mais para liberar as skins diversas de Crypto. Porém, a versão de Switch é mais recomendada de ser jogada no modo portátil, já que a resolução é menor e os visuais acabam ficando menos feios por conta da menor exigência de poder de processamento do pequeno Switch na resolução 720p. Também espero que corrijam o quanto antes esse problema de texturas.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

Destroy All Humans!

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Acompanha pacote de skins
  • Jogabilidade funciona bem
  • Upgrades no personagem e no disco voador
  • Revisitação de fases

Contras

  • Acaba ficando repetitivo
  • Texturas demoram pra carregar
  • Podia ter mais modos de jogo