Double Dragon Revive traz, já em seu título, a ambiciosa missão de dar uma nova vida à uma das séries que pavimentou o caminho do gênero dos beat ’em ups (ainda que outro título tenha sido lançado há apenas dois anos). Infelizmente, o resultado é um jogo no máximo mediano, que passaria ainda mais despercebido se não levasse o nome da tradicional franquia.
Desenvolvimento: Yuke’s
Distribuição: Arc System Works
Jogadores: 1-2 (local e online)
Gênero: Ação
Classificação: 12 anos (violência, drogas lícitas)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox Series X|S
Duração: 3.5 horas (campanha)
Temos uma premissa para sair por aí

Há uma história aqui em Double Dragon Revive, para quem se importar com isso nesse gênero. Mas, como esperado, não é nada demais, partindo dos temas básicos como donzela sequestrada e vilão querendo conquistar poderes superiores. Podemos escolher entre os eternos irmãos Billy e Jimmy Lee, além de outros dois personagens destravados ao longo da curta campanha. Ao menos, a história é contada por meio de cenas apresentadas em artes bastante bonitas.
O básico: ande e dê socos

O game traz a jogabilidade esperada da série: passe distribuindo porrada por cenários de rolagem lateral povoados por inimigos, enfrentando um chefe ao final de cada fase. Dessa vez, temos gráficos tridimensionais que, ainda que não sejam incríveis e mostrem um orçamento limitado, são uma boa transição ao 3D para a série e cumprem seu papel. As animações, no entanto, infelizmente não são tão boas e a taxa de quadros torna tudo um pouco truncado de se ver e de jogar.
Os personagens têm todos os mesmos movimentos e comandos, ainda que suas formas mudem. O leque de ações é até que generoso: ataque fraco, forte e especial, defesa, esquiva, agarrão e movimentos de contexto em interação com o cenário ou contra-atacando ações específicas dos inimigos, além de um golpe muito forte ao carregar uma barra. Porém, os movimentos não se encaixam de forma harmoniosa na gameplay.
Várias opções, mas não bem encaixadas

É possível passar por quase todas as fases fazendo poucas coisas além de dar socos e bem eventualmente o golpe especial para contra-atacar. A defesa e a esquiva funcionam mal, o que me incentivou a praticamente só atacar mesmo. Isto é, o game não te incentiva a usar todo o seu leque de ações de forma inteligente e integrada.
Mas talvez o que mais incomode é a dificuldade na perspectiva: é muito comum você não saber dizer se está na mesma linha que um adversário para atacar ou agarrar. Aliás, um oponente no chão pode ser atacado com o golpe de agarrão, mas isso mais falha do que funciona, com o personagem agarrando o ar ao invés de atacar o inimigo caído – mesmo com o prompt de agarrar sendo exibido na tela. Em suma, por mais que Double Dragon Revive pareça caprichar nas possibilidades do combate, faltou muito polimento para que a experiência de destilar porrada fosse realmente satisfatória.
Pouco a se fazer

O conteúdo é bastante cru. Temos a campanha principal e um modo desafio, em que enfrentamos missões diversas. E é isso, não há praticamente nenhum incentivo para um fator replay, algo que é muito importante atualmente para um jogo de briga de rua, ainda mais com uma campanha curta como essa – principalmente ao se levar em conta o preço do game. O modo desafio até que propõe tarefas interessantes mas, após concluir a campanha e não ter exatamente gostado muito da jogabilidade, é difícil se sentir compelido a jogar esse modo.
Não foi dessa vez que voltamos às glórias do passado
Double Dragon Revive é um jogo razoável para fãs de briga de rua, mas infelizmente não faz jus ao nome da série. Por mais que, em tese, a jogabilidade tenha potencial, faltou um tanto de polimento para que a experiência se tornasse realmente divertida e prazerosa. Dessa forma, jogos mais recentes do gênero, como Streets of Rage 4 e Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge seguem sendo referências modernas do amado estilo.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro




