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Review Nikoderiko: The Magical World Director’s Cut (Switch) –  Faltou autenticidade

Lançado pela empresa independente VEA Games no último trimestre de 2024, Nikoderiko chamou atenção por ser claramente inspirado em vários games de sucesso de plataforma 2D e 3D. Agora, alguns meses depois, o estúdio lançou sua versão definitiva, chamada Nikoderiko: The Magical World Director’s Cut, que trouxe fases extras e algumas correções na gameplay, atendendo a reclamações recorrentes de inúmeros jogadores. A atualização foi gratuita para quem já havia adquirido o jogo.

Desenvolvimento: VEA Games

Distribuição: Knights Peak

Jogadores: 1-2 (local)

Gênero: Ação, Plataforma, Aventura

Classificação: Livre

Português: Legendas e interface

Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5, Switch
Duração:7 horas (campanha)/14 horas (total)

História simplória

Parece algum personagem da Nintendo, não?

A história de Nikoderiko gira em torno de Niko e Luna, dois mangustos antropomórficos (pequenos mamíferos com comportamentos humanos) que atuam como caçadores de tesouros. Durante uma missão em um planeta desconhecido, eles acabam sendo atrapalhados por cobras najas que roubam seu tesouro.

Com isso, o pano de fundo é simples: resgatar o que foi roubado atravessando oito mundos muito coloridos e variados. De vez em quando, uma cena em CGI ajuda a contextualizar, mas o que predomina são os diálogos entre uma fase e outra – o que, felizmente, favorece bastante a localização do texto para o nosso idioma.

A nostalgia vai até que ponto?

As fases aquáticas são as melhores.

A proposta de Nikoderiko é claramente fisgar jogadores que têm carinho pelos jogos de plataforma dos anos 90 e 2000, com fases coloridas, dificuldade moderada, personagens carismáticos e trilhas sonoras cativantes. Em poucos minutos, já identificamos as fontes de inspiração: Donkey Kong Country, Crash Bandicoot e até Rayman. Só peso pesado, não? Sim, mas há uma linha tênue entre ser inspirado e ser excessivamente dependente a ponto de não construir uma identidade própria.

Nikoderiko tropeça justamente aí: suas referências exacerbadas deixam pouco espaço para ideias próprias, tanto nas fases 2.5D quanto nas 3D. Quando você está no controle, basta pular, usar a inércia para dar uma batida no chão e deslizar para passar por locais estreitos ou derrotar inimigos – tudo muito familiar, a ponto de parecer um “greatest hits” de comandos que já vimos em outros jogos.

Cuidado para não bater nos obstáculos.

Nas fases, você enfrentará inimigos armados (e os mais comuns lembram dinossauros) e poderá coletar cristais, animais luminosos e moedas para usar na oficina e na tesouraria. Tudo já visto antes. E, para completar, a missão de encontrar as letras “NIKO” em cada fase é praticamente uma cópia direta de Donkey Kong Country.

Nem tudo está perdido

Arte bonita

Em meio a tanta falta de identidade, há algumas boas ideias. Há fases em que montamos animais e precisamos terminá-las sem bater em obstáculos, além de trechos 3D que mudam a perspectiva no meio dos cenários com uma transição quase imperceptível – são os momentos mais genuínos em termos de jogabilidade. Por outro lado, algo que incomoda na versão de Switch, é o tempo de carregamento entre as fases, até mesmo ao tentar reiniciá-las. Curiosamente, essa demora não acontece quando você simplesmente perde todas as vidas.

Mas o que brilhou mesmo foram as fases aquáticas, em específico no mundo 2, onde a criatividade não está amarrada em tentar imitar algum jogo específico. Nelas, percebemos que os desenvolvedores colocaram sua criatividade à prova entregando momentos de encher os olhos.    

Faltou inovação

Nikoderiko: The Magical World – Director’s Cut é uma boa opção para fãs do gênero que não se importam com jogos presos a fórmulas antigas e só querem se divertir com algo descompromissado, especialmente jogando no modo portátil. Mas o título chegou sem dizer a que veio, apoiando-se demais em referências e entregando algo genérico e inferior ao que já existe no mercado.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Nikoderiko: The Magical World Director's Cut

6.5

NOTA FINAL

6.5/10

Prós

  • Boa trilha sonora
  • Boas fases aquáticas
  • Gráficos
  • Chefes desafiadores

Contras

  • Level design genérico
  • Carregamento demorado para iniciar as fases
  • Repetitivo
  • Sem identidade própria