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Review GoNNER 2 (Switch) – Uma viagem peculiar com muito tiroteio

GoNNER 2 pode não parecer, mas é um shooter bem estilo Nintendo, muito colorido e sem sangue – só faltou atirar tinta. Com o sucesso que seu antecessor teve, mais o prêmio que recebeu, era uma obrigação da desenvolvedora em fazer uma continuação. Mantendo os elementos do primeiro e prometendo ampliar ainda mais todos os seus pontos positivos, GoNNer 2 é a definição da famosa frase “não se mexe em time que está ganhando” com algumas surpresas.

Desenvolvimento: Art in Heart

Distribuição: Raw Fury

Jogadores: 1-4 (local)

Gênero: Ação, Plataforma, Tiro

Classificação: 10 anos

Português: Interface

Plataformas: PS4, Xbox One, Switch e PC

Duração: Sem registros

Ajudando nossa querida amiga Morte

A Morte não é tão poderosa assim quanto é visto por aí em HQs, filmes ou livros. Com seu covil sendo invadido por centenas de criaturas coloridas, ela fica indefesa e precisa de ajuda. Por conta disso, em GoNNER 2, ela pede auxílio para um já experiente e inusitado herói que se chama Ikk. Passando por múltiplos lugares, alguns coloridos e outros bem obscuros, Ikk tem a missão de derrotar a misteriosa criatura que causou essa invasão.

Infelizmente GoNNER 2 não explica nada disso por não possuir diálogos, então tudo que foi dito é visto na intro disponibilizada na loja. Porém, não é algo muito negativo, só complica um pouco para compreender, mas toda a atenção é voltada para a jogabilidade – e com razão. Ela tem como objetivo a sobrevivência de Ikk, que precisa passar por uma horda de inimigos e chegar em uma cobra que o levará para a próxima fase. Não é necessário matar todos os inimigos, porém eles são o único meio de adquirir pontos rosas, estes que servem como moedas para comprar upgrades na loja.

LSD em forma de jogo

Isso não é brincadeira, tudo é muito bizarro nesse jogo, e logo no começo é preciso ser engolido por uma cobra que desce do teto. Ao andar pelas plataformas que aparecem conforme se aproxima delas, algumas crianças ou duendes – não foi possível identificar muito bem – caem do teto e ficam voando. As flores são o principal ponto de tráfico de armas e munição – quê? – e depois de umas horas de jogabilidade, não estranhe se um pássaro gigante colorido ficar correndo atrás de você – reforçando que isso não é uma brincadeira.

Por outro lado, cada interação com os objetos dos cenários são intrigantes, pois cada um deles exprimem um som único – vasos e as cobras possuem os melhores sons do jogo. Fora isso, a música amplia o senso de humor com batidas aleatórias e sem o mínimo sentido sempre que acontece alguma bizarrice.

Perdendo a cabeça com tanto tiro

Perder a cabeça é algo estranhamente normal em GoNNER 2, pois Ikk é apenas uma gosma saltitante e, sem um objeto pensante, ele não consegue fazer muito. Sendo assim, sempre que levar dano de inimigos, Ikk perde sua cabeça. Porém, perdemos muito mais do que “apenas” isso, pois a arma e a mochila também caem, o que torna o personagem um alvo fácil, sendo necessário recuperá-las para voltar à batalha.

Como de costume em Roguelikes, os cenários são gerados proceduralmente, podendo até serem familiares, mas nunca os mesmos. Sendo assim, existem pontos positivos e negativos nessa geração aleatória de ambientes. Por mais que o desafio seja equilibrado, e demande que o jogador possua destreza, muita agilidade e uma ótima mira, tudo isso cai por água abaixo em alguns cenários. Pode ser um problema, mas existem locais que são gerados de forma minúscula e que possuem uma quantidade grande de inimigos, sendo quase inevitável não levar dano antes de chegar no solo e às vezes até a uma morte estúpida.

Existe uma quantidade grande de armas e mochilas que modificam o fator gameplay. As armas possuem munição limitada, e é necessário procurar em vasos e plantas ou tentar a sorte ao matar os inimigos. A variedade é simples e já conhecida: metralhadoras, pistola, doze, bazuca e suas variações. Já as mochilas podem modificar o tamanho do salto que se pode dar ou até mesmo a quantidade de munição de uma arma. 

Incontáveis mortes 

GoNNER 2 entrou para lista de jogos mais estranhos que já joguei, – e já foram muitos – e isso está longe de ser ruim. Mesmo com uma história nada complexa, o jogo intriga pelas cores e estranhezas, mas isso só amplia a diversão. O maior problema encontrado é a geração de cenários, porém não é algo que estraga a jogabilidade, mas apenas aborrece em específicos momentos. Nem todos os jogos possuem a obrigação de serem lógicos, mas devem ser ao menos divertidos, e GoNNER 2 consegue fazer isso com excelência. Ele mantém um nível equilibrado entre desafios e diversão, o que pode render boas risadas com amigos, já que possui um multiplayer de até 4 jogadores.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

GoNNER 2

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Jogabilidade divertida
  • Sons marcantes
  • Músicas envolventes
  • Direção de arte peculiar

Contras

  • Geração de cenários disfuncionais
  • Difícil compreensão do enredo