Heaven's Vault Capa

Review Heaven’s Vault (Switch) – Bate, bate na porta do céu

Em Heaven’s Vault, você deve auxiliar a arqueóloga Aliya Elasra, que teve sua presença requisitada pela sua antiga mentora, Professora Myari, na procura do especialista em robótica Janniqi Renba, que está desaparecido. Durante sua jornada você é auxiliado pelo robô ajudante Six, viajando através de Nebula e tentando entender por que o desaparecido deixou para trás pistas em forma de itens antigos.
Passado e presente se fundem em uma narrativa não linear onde a exploração é a chave fundamental para os segredos ocultos pelo tempo!

Desenvolvimento: Inkle
Distribuição: Inkle
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Puzzle e Aventura
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, Switch e PC
Duração: 17 horas (campanha)/29 horas (100%)

Nunca se esqueça do básico

A arte de Heaven’s Vault, é muito chamativa. A mescla de ambientes 3D com personagens em movimentação 2D criaram uma mistura que eu nunca imaginei que fosse combinar de forma tão positiva em um jogo desse estilo. Caso sua personagem fique muito tempo parada em um ponto, ao andar ela deixa um vestígio do movimento, quase como aqueles esboços de animações feitas à mão, conferindo um charme ainda maior aos personagens representados no estilo que combina art nouveau e quadrinhos estadunidenses.

Heaven's Vault - Imagem mostrando a protagonista em destaque

Porém, a intenção de inovar pode fazer com que esqueçamos o básico, Heaven’s Vault é um infeliz exemplo disso. A narrativa não linear citada acima diz respeito a uma detalhada linha do tempo que pode ser acessada pelo jogador, onde fatos vão sendo inseridos à medida com que você progride na história. Fatos estes que se referem tanto a ações tomadas pelo jogador durante a gameplay, como informações sobre o passado adquiridas durante as conversas com os NPCs.

Heaven's Vault - Imagem do sistema de linha do tempo presente no gameplay

O sistema de decodificação da língua antiga se apresenta como um pequeno puzzle de junções de palavras, podendo o próprio jogador atribuir o significado que quiser para os hieróglifos, o que pode ser bem confuso no começo, mas é algo com o qual você acaba se acostumando no decorrer da campanha. O importante aqui é ser coerente com as traduções que você fez no passado, por exemplo, o game irá questionar o jogador caso você atribua um significado diferente para um mesmo conjunto de caracteres que já foi traduzido previamente.

Heaven's Vault - Imagem ilustrativva do sistema dos puzzles com palavras

Além dos puzzles, o jogador precisa escolher opções de diálogo que leva a conversa para um rumo ou outro e dá continuidade na história. Os desenvolvedores investiram muito esforço nas mecânicas, mas se esqueceram do que torna os jogos de aventura mais empolgantes: a narrativa.

Um fato muito peculiar que vale a pena salientar é que diferente de outros adventures como Grim Fandango e Full Throttle, não existe gerenciamento de itens aqui. As relíquias encontradas durante a gameplay são importante apenas pelo fato das inscrições encravadas nas mesmas

Os personagens são jogados a esmo, suas peculiaridades e motivações são brevemente citadas, tudo num tom apressado e de urgência que parece bem sem sentido, uma vez que não existe um elemento narrativo que te motive ou engaje a saber mais do que realmente está acontecendo na tela. 

A barreira da língua

Como em todo jogo de aventura clássico, Heaven’s Vault funciona através de um sistema de diálogo no qual o jogador tem três opções a escolher, não existindo uma resposta mais correta que a outra, nesse caso. As opções são jogadas na tela por um período muito curto de tempo, quase como se o mais importante fosse a velocidade da resposta e não sua qualidade, impedindo mais ainda o entendimento da narrativa. 

Heaven's Vault - Sistema de escolha de diálogo

Somado a esses problemas, temos a questão do game não estar localizado em nosso idioma, tornando isso um impeditivo àqueles que possuírem um conhecimento mais básico do inglês. Muitos de nós tiveram contato com algum idioma estrangeiro quando pequenos e tivemos que nos virar para conseguir decifrar os diálogos, pois jogos em Pt-Br eram bem raros. Porém, ter superado essa dificuldade antes não nos faz melhores nem piores de quem exige que uma empresa venda um produto na sua língua nativa.

Infelizmente não tem como eu recomendar a compra de Heaven’s Vault, a não ser que esse seja seu gênero favorito, ou caso o adquira em alguma promoção com o preço bem reduzido. Para quem gostaria de um título do Switch para conhecer o gênero adventure recomendo opções melhores, como When the Past was Around ou Sam & Max Save the World.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Heaven's Vault

4

4.0/10

Prós

  • Design de Personagens
  • Timeline Interativa

Contras

  • Narrativa
  • Sistema de escolha de diálogo
  • Falta de Localização
  • Puzzles