Em Penny’s Big Breakaway, controlamos uma simpática heroína que usa seu ioiô para protagonizar uma fuga intensa em cenários variados que misturam jogos de manobras, plataforma em três dimensões, cores ousadas, aceleração e muitos pinguins. O título foi criado por um estúdio que participou do desenvolvimento de Sonic Mania sob o crivo da Sega, que tenta apresentar aqui uma experiência que vai além da velocidade, mas mantendo a adrenalina alta. Vamos acompanhar se tiveram êxito.
Desenvolvimento: Evening Star
Distribuição: Private Division
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Aventura
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataforma: Xbox Series X|S, Switch, PS5, PC
Duração: 6 horas (campanha)/13 horas (100%)
A grande fuga
No caminho para uma audiência de exibição de talentos, sendo esse o momento de tutorial, Penny encontra Yoyo, um ioiô animado e enérgico que a auxilia nas manobras. Enquanto treinava no caminho, ela acabou furando a fila por estar distraída, sendo a primeira a se apresentar. Após ser ovacionada pelo seu talento ao encerrar sua apresentação, seu ioiô vivo ataca o imperador Eddie, deixando-o somente com sua adorável cueca de corações vermelhos.
Por ter sido humilhado, o imperador declara a protagonista como criminosa e ordena que seu exército de pinguins a capture. Sem entender muito bem, Penny inicia sua fuga através de fases variadas, chamadas de cenas. No caminho, ela faz novos amigos, convence inimigos e descobre a verdade além dos Cosmos – tudo isso enquanto faz vários tipos de manobras para superar os desafios de plataformas e fugir de muitos pinguins.
Diferente do padrão que foi estabelecido por obras semelhantes, Penny’s Big Breakaway possui uma história que vai além de uma mera desculpa para a jogabilidade acontecer. Existe um certo desenvolvimento, apesar das várias repetições, e isso acompanha a sensação de boas vibrações que o jogo passa, permanecendo simpático, como todo o resto.
Voe com o ioiô
Penny é uma lenda do ioiô e domina o esporte como uma verdadeira mestra. Isso se reflete na jogabilidade, que é frenética não tanto pela velocidade, mas pela quantidade de comandos necessários para superar os desafios.
Ao pressionar o botão de pulo enquanto está no ar, em vez de dar um salto duplo como é comum no gênero de plataforma, ela gira e vai um pouco para frente, sendo necessário apertar outros botões para continuar avançando ou para ir mais alto. Isso é ensinado durante o tutorial, mas as combinações entre as manobras devem ser descobertas no decorrer da campanha.
Utilizando inúmeras manobras, que infelizmente são executadas com os mesmos comandos apertados de maneiras diferentes, é necessário controlar Penny através dos desafios em cada cena. Todos os movimentos acontecem utilizando o ioiô com o botão de ação, o de pulo e outro botão em que a personagem sobe nele e se move rapidamente.
Ela pode arremessar o ioiô, avançar para frente e transformá-lo em uma espécie de roldana para se pendurar ou uma plataforma que a lança para cima. Os movimentos básicos são ensinados no começo, mas é necessário aprender a combinação de todos durante os desafios.
Apesar de acompanhar uma fuga, não são em todos os momentos que os pinguins perseguem a heroína. Com o avanço das fases, novos desafios de plataforma e precisão aparecem, o que dificulta o jogo um pouco. Em alguns momentos, são necessárias inúmeras tentativas, mas um aspecto positivo é que os pontos de salvamento automático são próximos e constantes, diminuindo a sensação de punição e frustração.
Mesmo com uma boa quantidade de mundos e cenas, é possível notar uma certa semelhança entre elas ao se aproximar do final, com a sensação de já ter passado naquele lugar anteriormente. Cada mundo possui um chefe, que proporcionam desafios bem divertidos e diferentes que necessitam de mais estratégia, além da precisão e velocidade usuais.
Excesso de cores
A obra é estranhamente colorida, utilizando combinações que, em outras circunstâncias, seriam toscas e sem sentido. Mas dentro do seu contexto caótico, as cores se tornam um charme à parte, com uma simpatia única. A própria Penny possui formas e tons exagerados, mas que a deixam adorável, assim como os outros personagens.
Entretanto, provavelmente pela escolha confusa das cores, a impossibilidade de controlar a câmera e iluminação dos cenários, a perspectiva e noção de distância é um pouco prejudicada. Quedas acidentais são constantes devido a pulos mal calculados por causa do ponto de vista e a crença de que é possível alcançar.
Infelizmente, o tratamento sonoro do título não possui o mesmo charme do restante da obra. As músicas muitas vezes remetem aos circos, mas são enjoativas, apesar de alegres. Não há dublagem e os sons das ações não são nada demais e não passam aquela satisfação que comumente jogos de plataforma possuem ao se executar seu comando primordial: o pulo.
Charmoso e simpático
É possível resumir Penny’s Big Breakaway com uma palavra: simpatia. Sendo um pouco mais pessoal, essa simpatia o torna mais agradável para mim do que outros títulos de plataforma 3D realmente famosos, mas que não conseguiram me segurar por tanto tempo. Apesar dos erros, seus acertos pendem a balança e o tornam uma boa mistura entre os gêneros propostos.
Por fim, é possível recomendá-lo com segurança para quem gosta de jogos de velocidade, precisão e manobras, mas quer alguma coisa bem diferente do comum, com uma dose de charme e simpatia.
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro