Perish Capa

Review Perish (Xbox Series S) – Muito esforço, zero ganho

Perish é um jogo cooperativo para  1 a 4 pessoas em formato de arena com visão em primeira pessoa, altamente inspirado em shooters frenéticos de matar demônios. Com uma dificuldade elevada, mas customizável, o título aposta alto na busca pela sensação de recompensa e evolução, utilizando elementos de roguelike. Mas será que a recompensa está à altura do desafio? Acompanhe conosco aqui.

Desenvolvimento: ITEM42
Distribuição: HandyGames
Jogadores: 1 (local) e 1-4 (online)
Gênero: Ação, Tiro
Classificação: 16 anos
Português: Legendas e interface
Plataforma: Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5, PC
Duração: Sem registros

Rumo ao Elísio 

Início do jogo
Amyetri começa com uma espada quebrada

No contexto da mitologia grega, o jogador controla Amyetri, um espírito condenado a sucumbir no Purgatório, que deve superar os desafios do Rito de Orfeu em uma série de arenas, com o objetivo de encontrar o rei Minos e ser julgado, para assim saber se irá ao Elísio ou ao Tártaro.

Amyetri acorda de seu túmulo dentro de um mausoléu, em uma espécie de necrópole subterrânea, a primeira área central do jogo. A partir desse local, grande mas vazio, é possível entrar em uma arena ou negociar com a sacerdotisa.

Primeira área central
Grandes áreas internas, mas vazias

Durante os momentos de ação, Amyetri acumula ouro, que posteriormente é utilizado para comprar itens e aparências com a sacerdotisa. É possível comprar novas armas, anéis que trazem benefícios, coroas com habilidades passivas, cartões de melhorias temporárias e aparências. Entretanto, os itens disponíveis para compra estão bloqueados no início, sendo liberados somente após encontrá-los nas arenas ou ao finalizá-las.

Perigo constante

Poucos mas constantes inimigos
Ótimo design de armas

Por ser um roguelike, Perish oferece uma dificuldade intensa. Amyetri possui somente 3 pontos de vida, que podem ser aumentados conforme avança, comprando e evoluindo anéis, podendo se curar em 1 ponto em fontes que estão escondidas ou ao finalizar uma fase. A baixa vida do personagem é um problema devido à confusa caixa de colisão de todas as criaturas.

Todos os modelos do título possuem um espectro configurável. É possível aumentar ou diminuir para todos, com o intuito de alterar as chances de golpe. No entanto, isso gera a impressão de dificuldade artificial, que não depende da habilidade ou esforço do jogador, e a consequência disso é a diminuição da sensação de recompensa.

Dessa forma, um jogador inexperiente opta por diminuir a dificuldade, completa a fase e não sente que conseguiu por mérito próprio. O oposto também acontece, tornando-se impossível avançar até para os jogadores avançados e com mais itens.

Morte do personagem
A morte é constante

Apesar das opções de dificuldade, Perish se torna frustrante e punitivo. Mesmo um jogador com várias horas de jogo, ao jogar sozinho, chega em um momento impossível de avançar, acumula ouro e não consegue comprar mais nada na loja, pois novos itens só são desbloqueados ao finalizar arenas inéditas. Isso gera uma sequência de repetições que só causam mais frustração.

A questão da punição se dá ao fato de que, toda vez que morre, Amyetri retorna à área central trazendo consigo cerca de 30% do ouro coletado e perde seus cartões de melhoria temporária, sendo necessário iniciar todo o caminho novamente sem conseguir algo que possa fortalecê-lo de forma definitiva. E nem mesmo a questão de edição de dificuldade, como dito anteriormente, auxilia de alguma forma.

Sem tempo, irmão

Encontro com bosses
O modelo dos Bosses é muito bom

Perish utiliza vários modelos iguais, mas a variação de ambientes e iluminação dificulta a impressão de repetição. As arenas causam uma leve sensação de claustrofobia, não pelo tamanho, mas pela mobilidade difícil e alta velocidade de Amyetri. Isso, somado ao fato de que os inimigos não param de aparecer, impossibilita qualquer contemplação. Então, mesmo sendo bonito, a obra apresenta um potencial desperdiçado.

Outra questão que é boa, mas tem seus pesares, é o áudio. Apesar de serem repetitivas, as músicas, em geral, são ótimas, apresentando um heavy metal bem agressivo que combina com a temática. O maior problema, entretanto, é o tratamento de som.

Outro encontro com boss
O coração acelera em alguns momentos

O som estéreo de alguns ataques começa no lado direito mas termina no esquerdo, fora que os barulhos das criaturas são sempre os mesmos e não alteram a direção nem o volume suficientemente para saber a distância e localização dos inimigos. Existem também alguns pequenos erros de tradução que não atrapalham o jogo mas, somados a todos os outros problemas, tiram ainda mais a imersão, que já é baixa.

Rumo ao Tártaro

Misturar um shooter frenético com elementos roguelike, nas poucas vezes que vi, deu certo. Porém, existem ajustes que precisam ser feitos para acertar a sensação de recompensa com a dificuldade, coisa que a ITEM42 não soube fazer ao entregar Perish. Infelizmente, não é um jogo que consigo recomendar, talvez aos complecionistas, de preferência entre 4 amigos. Para os jogadores solo, é melhor evitar a obra.

Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Perish

5

Nota Final

5.0/10

Prós

  • Cenários bonitos
  • Ótimo design de armas
  • Bons encontros com bosses

Contras

  • Extremamente punitivo
  • Tratamento de áudio precário
  • Músicas e criaturas repetitivas
  • Muitos itens bloqueados no começo