King of Fighters R-2, ou KOF para os íntimos, chegou ao Switch como um port basicamente 1 para 1 do jogo original de NeoGeo Pocket Color, um console que provavelmente poucos no Brasil tiveram a chance de jogar.
Meu contato com a franquia é bastante rasa, se limitando apenas ao KOF XIII, um jogo bastante odiado pelos fãs, e os jogos da série Real Bout de GBC no início dos anos 2000, quando ingressei no mundo dos portáteis. Mas será que esses jogos clássicos de luta com uma abordagem mais simples conseguem divertir? Bora conferir.
Desenvolvimento: Code Mystics, SNK
Distribuição: SNK
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Luta, Multiplayer
Classificação indicativa: 10 anos
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração: 40 minutos (campanha) / 1.5 horas (100%)
O KOF de bolso
Para os menos familiarizados com a franquia, King of Fighters segue o padrão da série com lutas individuais ou em equipe. Caso a opção escolhida seja a segunda, é permitido escolher até 3 personagens dos diferentes trios existentes, fazendo combinações únicas entre o elenco de 23 selecionáveis e alguns secretos. As lutas acontecem num estilo sobrevivência, onde a quantidade de saúde dos personagens é carregado de um round para o outro, até que todos da equipe sejam derrotados.
É possível realizar combos, agarrões, golpes especiais com a barra de energia completa e ataques únicos de cada personagem. No menu principal, cinco modos estão disponíveis (4 funcionais):
- K.O.F. – Lutas até o chefão final.
- Making – Lute contra equipes usando um personagem personalizado e adquira habilidades para equipar.
- Sparring – Modo treino.
- VS mode – Para até dois jogadores se enfrentarem, com tela dividida na escolha de personagens e única nas lutas.
- DC Mode – Modo originalmente feito para funcionar como uma troca de informações para com o Dreamcast.
Jeitinho 8 bit de ser
Claramente os visuais são de agrado a um grupo seleto de pessoas, já que hoje em dia muita gente se incomoda quando os gráficos não beiram o realismo. Particularmente sou alguém que não me importo com tal coisa, e priorizo muito mais a jogabilidade e o quanto ela funciona, ou se passa no “teste do tempo” – ainda mais se tratando de jogos da época 8bit.
King of Fighters R-2 ainda funciona incrivelmente bem, mas obviamente o número limitado de apenas 2 botões de ação tornam as lutas um pouco mais simples, ao mesmo tempo que conseguem dar mais acesso às pessoas que não são acostumadas com o gênero ou uma grande quantidade de botões. Porém, cada personagem dispõe de mais de 10 golpes únicos, o que é incrível para um jogo de dois comandos apenas.
O port foi feito com qualidade, assumo, trazendo opções de skin para o aparelho NeoGeo Pocket Color que fica de fundo na tela (felizmente também sendo possível de tirar completamente), filtros visuais CRT e até opções de rebobinar, como nos apps SNES e NES do Switch online.
No menu também contém a opção de visualizar o manual original do jogo, com explicações de como tudo funciona, comandos gerais luta e até mesmo a instrução de como ligar dois NeoGeo Pocket Color, fazendo menção à forma original de jogar o multiplayer da época. Falando em multiplayer, a SNK fez algo interessante ao jogarmos em 2 pessoas no modo portátil: os botões são organizados de forma que duas pessoas consigam jogar sem precisar destacar os Joycons do Switch, então a imagem da tela se divide em 2 e posicionada em direção a cada Joycon para se adequar à posição. Simplesmente genial!
Mas nem tudo são flores, pois infelizmente não existe uma função de mapear a combinação dos botões A+B para ser usado de forma mais prática, ou então uma função de usar o famoso save state nem mesmo no menu feito para a coletânea. A barra de energia ou de vida também não aparece no modo Making, que é o mais divertido do jogo com possibilidade de criar um personagem e ir batalhando contra as equipes de KOF. Estranho? Proposital? Não sei dizer.
Um bom port com poucos erros
King of Fighters R-2 certamente é um bom port de NEOGEO Pocket Color vindo para o console da Nintendo, e perfeito para novatos na franquia que não são acostumados com tantos botões e fãs de longa data. O jogo diverte e tem um bom fator replay por conta do modo Making, mas falha na questão de permitir uma gama maior de mapeamento de botões – principalmente para o A+B que é bastante usado no jogo, save state ou uma lista com golpes de cada personagem, já que nem todos são iguais. Bom, um online também seria bem vindo e nada impossível, visto que hoje em dia é algo mais comum de acontecer nos games de luta.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Samuel Leão
The King of Fighters R-2
Prós
- Jogabilidade funcional
- Personalização com modo Making
- Muitos personagens
- Multiplayer portátil interessante
Contras
- Sem modo online
- Sem HUD no modo Making
- Modo DC simplesmente desativado
- Sem lista de golpes dos personagens
