Windbound capa

Review Windbound (Xbox One) – Enfrente a vastidão do oceano

Desenvolvido pela 5 Lives Studios e publicado pela Deep Silver, Windbound tenta entregar ao jogador uma experiência única em meio a tantos outros jogos. Mas falha em prender a atenção de quem estiver jogando, seja por causa da repetição de jogabilidade e cenários simples demais, ou da história que não se destaca em nenhum ponto.

Desenvolvimento: 5 Lives Studios
Edição: Deep Silver
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação indicativa: 10 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PC, Switch e Xbox One
Duração: Sem registros

Belos gráficos.

A beleza do oceano

Um dos pontos forte de Windbound é sem dúvidas seu estilo artístico lindíssimo, além de contar com uma trilha sonora muito bem produzida que só agrega positivamente ao jogo. Com gráficos coloridos e belos cenários – principalmente quando se trata do oceano – Windbound nos faz lembrar de obras como The Legend of Zelda, que parece ter servido de forte inspiração.

O oceano é o local onde passamos grande parte do tempo, navegando entre ilhas e buscando respostas para aprender um pouco mais da história, esta que por sinal pode ser um pouco decepcionante. Nosso objetivo a cada capítulo é encontrar três ilhas ativando suas respectivas torres, e então seguir para o próximo bloco do enredo. Fazemos isso até chegar ao fim do campanha. E acaba sendo extremamente repetitivo, podendo tirar seu ânimo de jogar.

Infelizmente passamos maior parte da jogatina esperando momentos importantes e instigantes, que nos façam querer explorar e conhecer mais do mundo do jogo, mas infelizmente isso não acontece. A história é muito simples e não faz com que o jogador se sinta imerso em momento algum.

Outro ponto negativo é a nossa personagem. Pelos trailers acabei achando que iria embarcar em uma jornada com grandes acontecimentos e descobertas, controlando uma protagonista carismática que se desenvolve durante a jogatina. Mas não é isso que acontece aqui, a personagem principal deixa muito a desejar.

Windbound entrega ao jogador uma história fraca e um mundo vazio, sem qualquer outro personagem com o qual possamos interagir. Existe um sentimento de solidão, mas não por estarmos sozinhos, e sim graças à ausência de tarefas relevantes para fazer.

Navegando pelo oceano.

Elementos procedurais

Os mapas do jogo são construídos de forma procedural a cada novo capítulo, contando com três ilhas principais com torres que devem ser ativadas. Além de uma ilha maior para o fim do capítulo, e outras menores para se explorar opcionalmente caso seja do seu interesse.

Embora Windbound seja muito bonito, a simplicidade estrutural dos locais nos faz enjoar dos cenários. A cada nova ilha sempre há mais do mesmo, umas mais e outras menos coloridas, mas todas com os mesmos objetivos e tarefas para se fazer, como coletar recursos e caçar animais. Nenhuma delas nos passa um sentimento de originalidade, de um lugar inédito e misterioso, o que dá a impressão de ter sido um jogo inacabado.

Mapa do jogo.

Construindo equipamentos

Felizmente o sistema de craft não decepciona, e temos a possibilidade de construir diversos equipamentos, como lanças, boleadeiras, arcos, pás e martelos, além de recursos que nos ajudam a sobreviver, como fogueiras e bolsas para armazenarmos itens.

Mas é o barco que mais importa, já que passaremos bastante tempo navegando, podemos construir nossa embarcação em mais de um formato (fisicamente falando) e com diferentes materiais. Você também poderá construir recipientes para colocar seus equipamentos e comida, além de uma vela para facilitar sua navegação a favor do vento.

Embarcação aprimorada.

Jogabilidade e dificuldades

Se tratando da jogabilidade temos alguns problemas também. Nossa personagem é um pouco travada, lhe faltando fluidez, o que pode ocasionar nossa morte diversas vezes, principalmente em combate. Durante a exploração do cenário precisamos pular de um local para outro, e muitas vezes não conseguimos agarrar a borda do outro lado, levando quedas que nos dará muito dano ou até mesmo nos matará. A navegação, embora muito importante, é limitada pelo próprio jogo.

Após construir uma vela, você não pode mais utilizar o remo, dificultando a vida do jogador. É necessário desmanchar o mastro para habilitar novamente a opção de remar, causando um problema sério de upgrade que anula o equipamento anterior de extrema importância.

Outra dificuldade é a necessidade de estar sempre atrás de comida para não morrer de fome, o que impossibilita e muito a exploração, e estocar alimentos não adianta de muita coisa, pois eles estragam muito rápido. Basicamente somos impedidos pelo próprio jogo de fazer algo que ele mesmo nos oferece: explorar.

Existe dois modos de jogo, um com foco na sobrevivência e outro na história. O primeiro acaba sendo muito punitivo, pois ao morrermos voltamos para o início da campanha e perdemos boa parte dos nosso itens.

No outro, continuamos no mesmo capítulo porém também abrimos mão dos itens que guardamos na bolsa criada, e até mesmo da nossa embarcação. Essa punição acaba desmotivando a exploração novamente.

Uma boa ideia desperdiçada

Windbound é um jogo com uma ótima ideia, estilo artístico, trilha sonora e um sistema de construção interessante, mas seus pontos negativos de destacam bastante durante a jogatina, e podem desanimar quem estiver jogando. Embora tenha um grande potencial, não existe uma execução tão boa quanto esperamos.

Esta review foi feita com uma cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Windbound

6.5

Nota final

6.5/10

Prós

  • Estilo artístico muito bonito
  • Ótima trilha sonora
  • Sistema de craft interessante

Contras

  • História fraca
  • Personagem sem carisma
  • Exploração dificultada pelo próprio jogo
  • Mundo vazio
  • Repetição de tarefas