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Review Wonder Boy: Asha in Monster World (PS4) – O clássico retornou

Wonder Boy é uma série que sofreu bastante com o registro de sua localização. A Westone, antiga desenvolvedora japonesa, criou uma série de jogos com elementos de RPG e batizou todos eles de Monster World no Japão, para poder diferenciar este do gênero plataforma original, mas por aqui foi mantido como Wonder Boy. Depois da série retornar com um remake de The Dragon’s Trap, o retorno de mais um título pegou todo mundo de surpresa, especialmente por ser um remake de Monster World IV – jogo que nunca foi lançado em inglês para o Genesis/Mega Drive – e também por ser produzido pelo mesmo produtor da versão original.

Desenvolvimento: Monkey Craft

Distribuição: Studio Artdink

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação

Classificação: Livre

Português: Não

Plataformas: PS4, Switch, PC

Duração: 5 horas (campanha)/9 horas (100%)

Bem-vindo de volta a Monster World

Asha coletando um elixir do baú

Diferente de muitos jogos refeitos atualmente, Wonder Boy: Asha in Monster World manteve sua história intacta. A jovem Asha é a protagonista, que parte de sua vila após ouvir uma voz ecoando nos ventos um pedido de ajuda e que o mundo estaria em perigo. Ela parte para Rapadagna, cidade onde uma profecia antiga conta que quatro espíritos protegem a terra das trevas e, chegando lá, descobre que estes espíritos estão capturados. A heroína então busca ser nomeada como guerreira pela rainha e se encarrega de libertar as criaturas.

Como um presente por aceitar sua função, Asha encontrará um ovo de Pepelegoo, uma criatura mágica de espécie ancestral que, segundo a profecia, ajudou a selar os monstros malignos. Ele será o principal companheiro da jovem protagonista e a amizade entre eles se fortalecerá durante sua aventura, além de ajudar o jogador de diversas formas enquanto joga.

Mostrando suas habilidades

Asha nas montanhas de lava derrotando um inimigo de fogo

Os jogos da Série Monster World possuem um progresso bastante linear, ainda que tenha um mundo aberto como ambientação. Em Wonder Boy: Asha in Monster World as coisas mudaram um pouco, possuindo apenas uma única cidade (Rapadagna) onde tudo acontecerá dentro dela e, de lá, se transportará para os outros mapas.

Para ficar mais forte, o jogador encontrará vários vendedores pela cidade que vendem equipamentos para Asha. Escudos a protegerão de acordo com a resistência elemental que ele fornece, espadas aumentam sua força e braceletes aumentarão sua vida máxima, marcada como corações rosa. Outra forma de aumentar sua vida é coletando Life Drops, coletáveis espalhados por todo o jogo que, ao juntar 10 deles, fornecerão um coração azul.

Pepelegoo também será de grande ajuda à garota, principalmente para atravessar obstáculos. Ele fará a protagonista planar e ir mais distante ao pular, realizar um pulo duplo, fazer-se de plataformas para alcançar locais mais altos e até ressuscitar, caso o jogador morra e possua um elixir em seu inventário.

Melhorias bem-vindas, ainda que poucas

Asha e Pepelegoo andando pelo santuário das correntezas

Uma das diferenças principais e mais notáveis do remake é, obviamente, a parte gráfica. Tudo agora está em um estilo “2.5D”, em que os personagens e inimigos estão modelados e com efeito de cel-shading aplicado, mesmo estilo usado em jogos como Zelda Breath of the Wild e Scarlet Nexus. Outro ponto a se destacar são as vozes (em japonês apenas) e alguns cenários mudados levemente, como, por exemplo, os aposentos da rainha.

Já nas mecânicas de jogo, a versão original possuía um atributo nas armas compradas chamada Magical Hit, que dava uma pequena chance de Asha causar um dano crítico. Nesta versão, este atributo se tornou uma barra que se carrega conforme a personagem ataca e recebe dano dos inimigos, usando um botão em específico para utilizá-lo.

Por fim, as mais notáveis alterações estão relacionadas a coletar os Life Drops. Neste remake, ao derrotar cada chefe você conseguirá ver quantos Life Drops você deixou para trás e, caso tenha perdido um, poderá retornar a qualquer momento para explorar a área novamente. Em Monster World IV não era possível voltar a um mapa já finalizado e o jogador basicamente perderia para sempre aquele colecionável.

Um presente para os fãs e também para novos aventureiros

a heroína observa atentamente o ovo de Pepelegoo chocar

Se você chegou a jogar a versão original e gostou, não há nada do que preocupar por aqui, por conta de sua essência mantida quase que por inteiro e o toque nostálgico que irá te trazer boas lembranças. Talvez a essência tenha se mantido até demais, já que os controles continuam levemente travados como no original, mas, mesmo assim, é bem melhor de controlar e você sofrerá bem menos que a versão antiga.

Já para os novos jogadores que estejam procurando um jogo de plataforma, Wonder Boy: Asha in Monster World é uma boa recomendação, é bem divertido e carismático. Há um modo Fácil para quem tem bastante dificuldade com este gênero ou queira apenas curtir a história, mas esteja ciente que o jogo não salva automaticamente e precisa ser feito pelo menu de configurações a qualquer momento.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Wonder Boy: Asha in Monster World

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Jogo bem divertido
  • Quebra-cabeças interessantes
  • Trilha sonora boa

Contras

  • Controles um pouco travados