review-thefalconeer-xboxone-1

Review The Falconeer (Xbox One) – Seja um falcoeiro

Em The Falconeer você encarna a pele de um falcoeiro, humanos capazes de utilizar falcões como montarias e armas. Seu objetivo é desbravar os céus de The Great Ursee, desbravando seus segredos enquanto melhora sua montaria e lida com os diversos clãs existentes nesse mundo. Será que você tem o que é necessário para sobreviver nesse mundo? Gostaria de esclarecer alguns pontos antes de falar da minha experiência com o game.

Primeiro, o game foi desenvolvido por apenas uma pessoa, o que por si só já é algo louvável. Porém, mesmo com todo o mérito que o desenvolvedor Tomas Sala merece, o mais importante para mim é passar para vocês se esse ou aquele jogo vale o seu dinheiro. Ainda mais levando em conta que no momento dessa review o jogo está custando R$112,45, e o mesmo não se encontra no catálogo do Xbox Game Pass. Tudo esclarecido, bora para a review.

Desenvolvimento: Tomas Sala
Distribuição: Wired Productions
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação e Aventura
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: Xbox One, Xbox Series X/S e PC
Duração: 10 horas (campanha)/10 horas (100%)

Tem história? Então…

Gameplay

Imagina você criar um mundo fantástico que gira em torno da relação do piloto e seu falcão, criar toda uma lore remetendo a tempos imemoriais, onde mal havia o registro em papel, cercado de misticismo e magia. Agora, como você vai mostrar ao jogador todo esse conteúdo bacana? Isso aí, através de longos diálogos que são exibidos na tela como um bate papo de Whats App. E para piorar tudo isso, a tem a cereja do bolo: The Falconeero jogo não conta nem ao menos com legendas em português brasileiro.

Sei que é bacana incentivar a galera a conhecer outros idiomas e culturas e a melhorar como ser humano, acho totalmente válido esse argumento. Porém, ele vem atrelado a uma síndrome de cachorro vira-lata a qual nos faz não exigir conteúdo localizado em nosso idioma, ou que taxar quem consome apenas produtos em nossa língua como pessoas mais simples. Então, marcando fortemente minha posição aqui, hoje em dia é sim um fator negativo para qualquer produto não vir localizado, seja ele um jogo indie ou um AAA da Square que começa com “K” e termina com “3” (entendedores entenderão).

Nem preciso dizer que o conjunto falta de localização mais forma enfadonha de contar uma história torna todo o enredo do jogo completamente passável, não é mesmo?

Um exame oftalmológico em forma de jogo

A direção de arte de qualquer produto de origem criativa possui um apelo muito particular, quase sempre. Raramente vemos algo que agrada aos olhos da maioria das pessoas, por isso prefiro citá-los quando os mesmos contribuem de forma negativa na experiência do jogador e, infelizmente, esse é um dos casos.

Com exceção do efeito de água e da transição de dia para noite, tudo é muito chapado no game. A tentativa de criar diferentes superfícies sem a utilização de textura é algo realmente admirável, mas o resultado dessa técnica ainda não está em seu estado mais primoroso, o que leva a uma confusão visual tremenda, principalmente em trechos de muito ação. Com isso, tudo parece muito igual, os diferentes clãs e falconeers parecem ter sido gerados por algum algoritmo de um jogo roguelike que ninguém se importa de tão genérico que é.

As ilhas no jogo sofrem desse mesmo mal. Claramente existem diferenças arquitetônicas de cada clã, mas é tudo infelizmente mal representado.

Um Star Fox de Taubaté

Existem dois momentos durante a gameplay: os mais contemplativos onde é possível admirar os raros mas existentes momentos de beleza do jogo e os combates aéreos. O sistema conta com toda sorte de facilidade de jogos modernos com sistema de mira, tipos variados de projéteis e tudo mais, porém o game simplesmente falha em tornar isso empolgante. A falta de “sal” do combate faz das missões de coleta e entrega de itens uma das coisas mais bacanas, pois você consegue aproveitar o mundo enquanto progride, em vez de se perder na confusão aérea que é o combate.

Talvez, se existir uma sequência do mesmo e o desenvolvedor optar por trabalhar com um time maior de pessoas além dele mesmo, este aspecto possa se tornar relevante durante a gameplay.

Vale o seu tempo (e dinheiro)?

Se você teve coragem de chegar até o fim do texto, creio que não seja novidade que eu não vou recomendar de forma nenhuma a compra desse game. Apesar de The Falconeer contar com a opção de Smart Delivery (ao comprar a versão de Xbox One você ganha a versão de Xbox Series X/S na faixa), creio que existam melhores opções com a temática de combate aéreo no mercado. Caso mesmo após todo o meu relato você tenha algum interesse mórbido em adquirir The Falconeer, peço que o faça em alguma promoção na qual o jogo esteja com o valor bem reduzido. Valorize seu tempo e seu dinheiro.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

The Falconeer

3

Nota final

3.0/10

Prós

  • Smart Delivery

Contras

  • Gráficos
  • Gameplay
  • História
  • Ausência de localização em Pt-Br
  • Trilha Sonora completamente ausente