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Review Age of Empires III: Definitive Edition (PC) – O Novo Mundo renovado

Age of Empires III Definitive Edition é um remaster do jogo de estratégia em tempo real Age of Empires III e suas expansões, com atualização gráfica, melhorias na UI, dublagem em português brasileiro e duas novas civilizações. Esta versão foi desenvolvida pela Tantalus Media e Forgotten Empires e distribuída pela Xbox Game Studios.

Desenvolvimento:  Tantalus Media, Forgotten Empires
Distribuição:  Xbox Game Studios
Jogadores:  1 (local) e 1-8 (online)
Gênero: Estratégia
Classificação: 10 anos
Português:  Legendas, interface e dublagem
Plataformas: PC
Duração: Sem registro.

Exército preparando-se para a guerra

A era dos descobrimentos

A primeira coisa que devemos apontar é que este “Age” veio com um tema totalmente diferente de seu predecessor: estamos na era dos descobrimentos, das caravelas e da exploração. Claro, o foco principal continua o mesmo derrotar todos os oponentes na estratégia que mais lhe é confortável, mas as ferramentas e civilizações para tal são totalmente diferentes.

No segundo jogo a quantidade de civilizações é bem maior, mas você não sente a diferença enquanto joga de um jeito que impacte. Já neste terceiro colocaram menos, mas você nota que está jogando com uma civilização diferente a cada momento, não só pelas vantagens mas também pela nova mecânica de baralhos.

Os baralhos juntamente com o ganho de experiência (ou xp) mudam completamente a forma de abordar uma partida no Age III. Conforme o jogador vai construindo coisas, derrotando unidades inimigas e explorando o mapa a xp vai aumentando. Quando 1 ponto é ganhado, pode-se clicar na bandeira da sua civilização e ir para a tela da capital. Esta tela simboliza sua nação principal e oferece a seleção de baralhos organizados por iniciante, terra e naval.

Dependendo da escolha virão cartas diferentes para selecionar, das mais variadas opções como, por exemplo, sua nação poder enviar caixas de alimento, madeira, moedas, aldeões, unidades militares, atualizações especiais, etc. A possibilidade de diferentes estratégias é grande, pois simplificaram para o jogador casual voltar de uma derrota quase certa ou de falta de recursos em uma partida bastante avançado.

Esta facilidade deve ser elogiada, pois nos jogos anteriores quando seu império estava sendo “raspado” do mapa por inimigos a chance de dar a volta por cima por si mesmo era quase nula. No terceiro, com a possibilidade de chamar ajuda de sua capital, a base pode se recuperar graciosamente e, se jogar certo, a sorte pode virar.

Mas enquanto a adição de baralhos é interessante, a versão definitiva já vem com todas as cartas abertas para o jogador customizar, em vez de ir liberando com o tempo através dos níveis que sua metrópole vai ganhando no fim das partidas. Isto pode ser bom e ruim, pois remove uma camada importante de Age III em que havia uma sensação boa de progresso, tornando o fator replay menor.

A beleza do novo mundo

Desde a versão anterior, lá em 2005, o jogo já era elogiado pela conquista gráfica principalmente no nível de detalhes da água – que chegava a ser inacreditável para a época. Com a versão definitiva tudo ficou bem mais detalhado graças às resoluções em alta definição e os novos modelos de construções, personagens e animais.

O que mais chamou atenção foi o detalhamento da grama e do solo no mapa – tudo parece muito mais real quando o cenário é caprichosamente recriado. As árvores e a água também receberam uma atualização, a interação dos barcos com rios e mares ficou ainda mais bonita de se ver com o efeito de água movendo de uma forma realista.

Muralhas sendo destruídas num combate feroz

O foco foi principalmente na imersão com cenários lindos, efeitos de nevasca e a reconstrução dos modelos e tudo isso deixou tudo com um aspecto de novo, trazendo de volta aquela sensação realista de construir sua cidade até chegar em um império.

Porém, apesar do jogo ser lindo, as opções gráficas não tem liberdade de customização, enquanto que sua versão antiga possibilita alterar o nível de vários elementos visuais. A falta de opções para alterar o nível de qualquer efeito foram sentidas em terrain details, water reflection, high poly models, footprints, terrain texture quality, model texture quality e texture quality. Isto deixa claro que os desenvolvedores querem que a gente jogue Age III do jeito que eles pensaram, e não com nossas opções personalizadas.

Desafie seus inimigos ou amigos

Este é um modo clássico de todos os “Ages”, onde você pode customizar uma partida escolhendo o mapa, a quantidade de inimigos e aliados, o modo de jogo, etc. Mas vindo de Age of Empires II Definitive, é perceptível que o terceiro peca muito na falta de diversas opções no lobby pré-partida como máximo de população, visualizador de mapas mostrando o design básico de cada um, separação entre condição de vitória e possibilidade de ter um tratado inicial, bloquear equipes, modo turbo, mapa explorado, todas as tecnologias, exploração compartilhada, duração do tratado, entre outras.

São coisas aparentemente não importantes, mas ter a maior quantidade de opções para uma partida é algo muito bem-vindo quando queremos inovar e sair do “mais do mesmo”, seja contra o computador ou no multijogador com amigos. Aliás, falando deste modo, a conexão entre duas ou mais pessoas está boa, mas poderia ser melhor. Durante a partida senti “soluços” na conexão e tudo ficava congelado, sem contar que quando algum jogador cai ele logo pode se reconectar – mas tudo é automático, e se não conseguir “já era”. Falta a opção de reconectar após uma queda de conexão, coisa que é obrigatória em um jogo envolvendo multijogadores online.

A renovada campanha

Como a versão original, esta continua tendo três campanhas principais de história, sendo elas: A viagem de Morgan Black para o Novo Mundo; A saga de Nathaniel Black, descendente de Morgan que foca na história dos nativo-americanos e por fim vamos para o Japão, onde conhecemos Sakuma Kichiro que vive na era do estabelecimento do Shogunato.

Missão de campanha juntamente com outra opção de UI do jogo

A melhor coisa destas histórias é que são muito divertidas! O jeito que tudo se desenvolve lembra muito a campanha de Age of Mythology, e isso é um ponto bom, porque assim a saga não fica arrastada – além do fato de que todos os personagens são completamente dublados na nossa língua!

Não apenas as vozes, mas quase tudo é localizado para o português brasileiro tornando Age III mais acessível do que era antigamente. Se você não entende muito bem o inglês, vá sem medo porque capricharam e poderá entender tudo sobre a história, unidades e construções. Faltou apenas a dublagem no modo especial Arte da Guerra, em que são apresentados cenários especiais para o jogador treinar estratégias e aprender mecânicas.

A era definitiva

Esta é a UI padrão atualizada do jogo

A UI (user Interface ou interface de usuário) também foi alterada, trazendo três versões diferentes: a da versão definitiva, a clássica e uma meio-termo entre as duas. Este ponto é questão do gosto pessoal, mas é ótimo que tenham dado a opção para o jogador definir o modo mais confortável para ele.

Apesar de estar caprichado visualmente e em termos de gameplay, a otimização não é uma das mais exemplares. No meu computador e de outros amigos houve constante queda de fps (frames per second), nunca se mantendo nos 60. As quedas foram tantas que tive que travar nos 30 para não ter nenhum problema de performance e, mesmo assim, ainda foi normal cair para 20 frames em vários momentos.

Sem contar que as animações de destruição dos navios e construções foram, por algum motivo, cortadas. No original era possível ver uma explosão de partes pro alto e o navio afundando/prédio caindo devagar, enquanto que nesta nova versão ambos despedaçam-se e afundam no solo/água sem grandes efeitos.

Definitiva mesmo?

Era esperado que esta versão “definitiva” trouxesse tudo o que o antigo tinha, e não que retirasse opções de customização, animações, etc. Também é ruim o fator de que o jogo tenha vindo com vários problemas na otimização.

Age of Empires III: Definitive Edition foca mais no público casual que gosta de estratégia e não quer dedicar-se tanto à uma complexidade elevada. Apesar de ter opções limitadas e diversos problemas, é uma versão com potencial que, se continuar com atualizações frequentes, correções e eventos, pode dar uma nova e longa vida à esta revitalização.

Esta review foi feita com uma cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Bia Bock

Age of Empires 3: Definitive Edition

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • Gráficos lindos
  • Dublagem brasileira
  • Variedade de opções de UI

Contras

  • Mal otimizado
  • Falta dublagem em algumas partes
  • Poucas opções no pré-partida
  • Animações retiradas
  • Configuração gráfica limitada