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Review Ben 10: Power Trip (Xbox One) – Uma aventura morna para o herói

Ben 10: Power Trip é mais uma aventura do personagem cujo desenho homônimo é originário do canal Cartoon Network. Uma bela aventura para seu público-alvo, mas que poderia ser muito mais do que o pouco que se contenta em ser.

Desenvolvimento: PHL Collective
Distribuição: Outright Games
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação e Aventura
Classificação: Livre
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PS4, Xbox One, PC e Switch
Duração: Não disponível

Uma viagem e tanto

De férias com seu avô Max e sua prima Gwen, Ben Tennyson, também conhecido como Ben 10, deve derrotar o maléfico feiticeiro Hex e seus monstros do Vazio para impedir seus planos de dominação da Europa e do mundo, estes que se realizarão com a ajuda de cristais misteriosos e poderosos.

Seria muito interessante ter mais o que contar a respeito de Power Trip, mas a trama é basicamente isso. Ela se desenvolve principalmente através de diálogos entre Ben e Gwen, sendo a garota a mente por trás das descobertas acerca dos cristais de Hex. Outros personagens dão as caras para oferecer novas atividades ao jogador, mas são completamente esquecíveis.

Ben 10 conversando

Ben 10: Power Trip força piadas completamente desnecessárias. Em dado momento, Ben conhece uma repórter chamada Arial Roman, para futuramente o roteiro utilizar a “piada” de que ela é a fonte de informações do garoto. Arial Roman é sua fonte. Essa é a tirada “engraçada”. É constrangedor imaginar um roteirista e sua equipe dizendo “coloca esse nome em tal personagem porque eu tenho uma piada muito boa para fazer com ela”.

Ben 6

Graças às tendências atuais, em que diversos títulos abordam o gênero open-world, os desenvolvedores decidiram criar uma aventura em mundo aberto para este título. É uma abordagem diferente para jogos provenientes da série animada, e funciona na maioria do tempo.

São três áreas distintas, com biomas únicos e cenários diversificados, como fazendas, vilas, pântanos e cavernas. Cada um desses cenários estão repletos de segredos, atividades secundárias e quebra-cabeças para serem solucionados. Para completar alguns puzzles e acessar áreas específicas, é preciso ter o alienígena correto. Rath, por exemplo, pode escalar com facilidades certos locais do cenário, enquanto Choque Rochoso pode usar sua eletricidade para ativar painéis e usar um laço elétrico a fim de se puxar para locais de difícil acesso.

Ben 10 Quebra-cabeça com o Quatro-Braços

O uso das habilidades únicas dos alienígenas é bem interessante, mas o título peca em dois pontos. Assim como a grande maioria dos jogos, o herói principal perde acesso às suas habilidades (no caso, os monstros) no começo do jogo. Cada alien é obtido de maneira progressiva conforme o jogador avança na aventura. Em geral, esse aspecto é bem batido, e serve apenas para limitar o jogador com relação aos locais que deseja explorar.

O outro elemento que deixa a desejar é a presença de somente seis alienígenas no “arsenal” de Ben. O trocadilho principal para o nome de herói “Ben 10” é justamente pelo fato de o garoto poder se transformar em dez criaturas diferentes. Em Power Trip, entretanto, somente seis estão disponíveis, limitando o escopo do jogo e dos combates.

Descendo o sarrafo nos monstros do Vazio

O combate de Power Trip é excessivamente simples. Cada alienígena conta com três sequências de golpes apenas, e não é possível desbloquear novos combos. O uso das habilidades especiais durante as batalhas também é insosso. Ben 10: Power Trip não conta com nenhuma habilidade suprema, daquelas de encher os olhos, nem nada do tipo. É bem raso, sendo inclusive mais simplório do que o saudoso Ben 10: Protector of Earth, de PlayStation 2, que ao menos contava com golpes mais vistosos.

Luta contra chefe

A variedade de monstros também deixa a desejar, e quase nenhum deles impõe um desafio digno. Nem mesmo os chefes, diga-se de passagem, cujos padrões de ataques são extremamente semelhantes entre si, para não dizer que são praticamente idênticos. É possível melhorar o dano e a defesa dos monstros ao completar missões secundárias e ao encontrar melhorias escondidas nos cenários e, tendo estes upgrades, a jogabilidade fica ainda mais fácil. Entende-se, entretanto, que o público-alvo do jogo é infanto-juvenil, logo é compreensível a dificuldade diminuta.

Ben 10: Power Trip é um jogo excessivamente modesto. O jogo flerta com o gênero “beat ’em up”, mas peca ao oferecer pouca variedade de golpes para cada alien de Ben, o que torna os combates bem insossos. Power Trip se destaca visualmente por ser bastante colorido, pela variedade de cenários e na modelagem dos monstros, mas os personagens humanos simplesmente não combinam com o gráfico em três dimensões do jogo. É uma boa aventura, no geral, mas que deixa a sensação de que poderia ser muito melhor.

Review produzida com cópia digital cedida pela publicadora

Revisão: Jason Ming Hong

Ben 10: Power Trip

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • Variedade de cenários, repletos de segredos
  • Exploração é divertida
  • Visualmente agradável, em geral

Contras

  • Poucas habilidades de luta dos aliens
  • Apenas seis alienígenas disponíveis
  • Combates que não empolgam