Saindo como um spin-off da Dragon Quest Series, Dragon Quest Builders chega ao mundo mobile depois de ser portado para algumas plataformas no passado. Mas o que podemos esperar desta versão com um approach touch-first e da mistura entre Minecraft e Dragon Quest?
Desenvolvimento: Square Enix
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Aventura, Ação
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch, PS4, Android, iOS
Duração: 38,5 horas (campanha)/67 horas (100%)
Um mundo totalmente novo
Logo de cara, assumimos o controle de um personagem criado de forma genérica, que pode ter seu sexo, cor de cabelo e olhos escolhidos e nada mais. O protagonista não tem ideia de onde está, nem do que está fazendo neste mundo, pois acabou de acordar sem lembranças. De repente, uma voz interior começa a nos dar instruções sobre o que deve ser feito, e nossa principal missão então será reconstruir este novo mundo e estabelecer uma base onde as pessoas possam vir e começar a viver suas vidas.
Dragon Quest Builders se parece muito com Minecraft em vários aspectos, desde o momento em que temos que coletar materiais até quando recebemos receitas para construir coisas novas. Essas receitas são naturalmente adicionadas ao nosso catálogo à medida que coletamos novos itens, além de também serem fornecidas pelos NPCs ao longo do caminho, o que avança as coisas muito rápido – na minha opinião.
Mas, se você é como eu e não gosta do aspecto “vago” de Minecraft quando se trata de missões e tarefas a serem feitas, Dragon Quest Builders certamente o agradará muito. Aqui você receberá missões o tempo todo que são dadas pelos NPCs e pessoas da cidade que vivem em sua base. Isso fornecerá novas receitas, projetos e, naturalmente, o guiará por diferentes cenários para que você descubra novas peças de construção, enfrente lutas contra chefes e derrote novos tipos de inimigos que derrubam coisas únicas.
Em termos de RPG, temos a construção de novos equipamentos para nosso protagonista. Infelizmente, não existe um sistema de levels nem nada do tipo que possa dar mais profundidade ao aspecto action RPG aqui, mas no lugar disso dependemos apenas das construções mesmo. Não que isso tenha sido um problema pra mim.
Além disso, há um sistema de dia-e-noite, então temos que observar o cronômetro passar e ficar atentos ao pôr do sol, pois os monstros saem e vêm à nossa base para destruir nossos prédios e fazer nossos amigos desmaiarem quando derrotados. A maior desvantagem dessas batalhas é o fato de que nossas construções podem ser atingidas e destruídas pelos personagens e monstros, o que acaba resultando em uma grande bagunça quando a batalha termina. Essa mecânica também é usada para uma espécie de modo horda que acontece eventualmente ao acionar um evento específico.
Pontos negativos
Uma das maiores tarefas no DQB é construir salas vazias. Tudo é fresco e divertido no começo, mas com o passar do tempo se transforma em uma dor de cabeça. A repetição de colocar bloco por bloco, embora tenhamos a capacidade de tocar na tela para colocá-los rapidamente, atrasa muito as coisas. Eu realmente senti a falta de ter um template que consumisse a quantidade necessária de materiais do meu inventário ou baús, através do qual eu pudesse simplesmente escolher uma sala pré-construída e colocá-la no mundo com um toque – como acontece no The Sims.
Além disso, há – talvez não intencional – um suporte ruim ao controle, o que permitirá que você apenas mova seu personagem e pule. Eu adicionei meus comentários na página do jogo na Google Playstore e estou ansioso para ter o mapeamento adequado para controles bluetooth. Não me entenda mal: os comandos de toque são bons, mas não me proporcionam a mesma agilidade como se eu estivesse jogando com controles físicos. Além disso, isso me impede de conectar meu telefone à minha TV e me divertir em uma tela maior.
Além disso, o ciclo dia e noite não é claro o suficiente e carece de melhor feedback visual em vez de confiar apenas na bússola no canto direito da tela. Adicionalmente, o sistema de combate funciona bem, mas no geral é muito simplista e restrito a alguns movimentos e um ataque giratório tipo Zelda que adquirimos mais tarde na jornada, e não há uma forma de fixar a câmera no inimigo.
Por fim, não há como acompanhar as missões ativas, mas tudo o que você pode ver são seus ícones apontados no mapa sem nenhuma pista sobre como concluir uma determinada tarefa. Não há registro de missões também. Como se isso não bastasse, me peguei falhando em algumas missões, já que fiz algo que não deveria fazer e que me impediu de completá-la, então tive que carregar o último save automático – o que, felizmente, existia. Caso contrário, provavelmente teria que recomeçar o progresso do zero, pois não seria possível avançar no capítulo sem essa missão estar completa.
Uma ótima alternativa a Minecraft, com missões e elementos de RPG
Dragon Quest Builders é um jogo incrível, e me diverti muito com ele. Embora alguns pequenos problemas e más escolhas de design de jogo tenham sido corrigidos na última iteração da série, não posso deixar de pensar que muitas melhorias poderiam ter sido feitas neste port, como o “toque em qualquer lugar para construir”, coisa que se encaixa perfeitamente na abordagem de toque aqui; e a opção de compartilhar construções com amigo através de um código QR gerado. Por fim, há uma espécie de Modo Criativo quando você obtém acesso a um determinado capítulo, o que o incentiva a continuar jogando e inventando coisas novas e construindo estilos com sua imaginação. Mesmo assim, não faria mal ter alguns templates de construções.
Cópia de Android cedida pelos produtores
Dragon Quest Builders
Prós
- Elementos de RPG dão um senso de missão
- Descobrir novas receita é muito divertido
- É empolgante trazer novas pessoas pra sua base
- Combate simples, mas funcional
Contras
- Sem suporte apopriado à controles
- Construções requerem colocar bloco por bloco
- Algumas missões podem quebrar o progresso geral
- Sem português
- Celular esquentando demais nas configurações média e alta
