Título do jogo

Review Infernax (PS4) – Grandes poderes, grandes responsabilidades

Imagine um estúdio pequeno do Canadá trabalhando em jogos bastante simples, porém divertidos, como o jogo rítmico Just Shapes and Beats e, certo dia, decidem fazer um jogo de ação e plataforma estilo 8 bit  com temática mais macabra e com um desenvolvimento mais elaborado. Esta é basicamente a premissa inicial de Infernax, que teve sua campanha de financiamento coletiva anunciada em 2015, época em que sites como Kickstarter ainda estavam em alta. 

Desenvolvimento: Berzerk Studio
Distribuição: The Arcade Crew
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação
Classificação: 16 anos
Plataformas: PS4, Switch, Xbox One, PC
Português: Legendas e interface
Duração: 7 horas (campanha)/7.5 horas (100%)

A chegada do duque

Aceldor conversando com o padre Henry

A aventura de Infernax conta a história do duque e cavaleiro chamado Alcedor (ou qualquer outro nome que o jogador escolha), que retorna depois de muitas cruzadas pelo continente à sua terra natal, onde diversos seres malignos estão andando livremente e invadindo vilarejos e cidades. Com isso, o protagonista terá mais uma luta pela frente para buscar uma forma de acabar com os monstros e salvar seu povo da destruição.

Durante a jornada haverá diversos momentos que é preciso tomar uma decisão e esta escolha poderá afetar diretamente no rumo do jogo. Batalhas contra monstros poderão acontecer ou não dependendo do que você decidir seguir, podendo ser um reconhecido cavaleiro leal a seu povo ou um grande vilão que trouxe desgraça à terra. Infernax  inclusive incentiva a todo momento terminar ao menos mais uma vez, trilhando o outro caminho.

Que noite terrível para ter um pesadelo…

O heroi enfrentando um dos chefes do jogo

Curiosamente, Infernax se inspira em dois jogos que possuem grandes controvérsias, que são The Legend of Zelda II: A Link to the Past e Castlevania II: Simon’s Quest. Ambos possuem vários problemas considerados como graves para os padrões atuais, mas Infernax  justamente leva isso em consideração e faz muito melhor. 

Você controla o personagem principal por um mundo aberto, onde poderá encontrar diversos caminhos para encontrar cidades e explorar áreas novas, sendo que todas elas estão interligadas. Conforme você progride e completa um palácio, receberá um item que permitirá acessar locais bloqueados anteriormente, como era em Zelda II e em todos os jogos do sub gênero Metroidvania atualmente. Adicionalmente, você poderá utilizar magias e comprar equipamentos melhores para Alcedor, além de poder evoluir atributos de ataque mágico, força e vida em qualquer uma das estátuas de checkpoint ao acumular pontos de experiência suficientes.

Já a inspiração em Castlevania está em seus chefes e monstros nojentos e criaturas sombrias, como esqueletos, zumbis, bichos humanoides e outros. Além disso, também há a mecânica de anoitecer/amanhecer durante sua jornada, alterando os tipos de inimigos encontrados na área. Some isso a um efeito destes demônios explodindo, sujando o protagonista com sangue e outras cenas mais violentas, deixando inclusive claro ao abrir o jogo que não é um conteúdo adequado para crianças.

Diversos modos para quem quer mais (ou menos) desafio

Novo modo liberado com personagem diferente

De um modo geral, Infernax não é nada fácil e pode ser um pouco frustrante para alguns jogadores. Porém, isso já é algo pensado pelos desenvolvedores e eles adicionaram a opção de iniciar no modo clássico ou casual. O modo clássico perde todo o progresso ao perder todas as suas vidas, retornando ao último ponto de salvamento, já o casual adiciona pontos extras – principalmente dentro de palácios – e não perde experiência ou upgrades comprados com estes pontos.

Se mesmo assim o jogador não conseguir progredir, há o modo acessibilidade que pode ser ativado por cheat codes dentro do próprio jogo nas opções, ativando trapaças como invencibilidade e outros mais. Inclusive, fora desse menu de códigos, há um segredo caso insira o famoso código Konami na tela de título. Ele será um modo, sem dar muitos detalhes aqui, que será extremamente fácil mesmo sem as trapaças ligadas.

Já para os experientes que conseguiram terminar ao menos uma vez, um livro é adicionado em sua biblioteca que contém uma parte da história do jogo e uma dica ao final de cada volume, como um código novo a ser inserido no menu de trapaças ou como liberar um modo novo em que o personagem muda e pode assim dificultar ou facilitar um pouco mais as coisas. Quanto mais vezes terminar com finais diferentes, mais volumes receberá e mais dicas receberá, o que foi um tanto positivo para incentivar os jogadores a tentar uma nova jornada do zero.

Do inferno ao céu em pouco tempo

Talvez um dos únicos pontos negativos de Infernax está no fato de necessitar em alguns momentos de backtracking, principalmente dentro dos palácios. Caso você esteja quase morrendo e precise salvar, terá que ir a pé até a entrada, pois não há itens para retornar automaticamente, como acontece em muitos jogos de RPG – por exemplo.

Apesar disso, o título foi bastante positivo do começo ao fim e bastante divertido, além de não ter parecido arrastado em nenhum momento. Ele é bem construído e, de um modo geral, equilibrado o suficiente para que o jogador não se sinta frustrado, dando opções para facilitar caso isso aconteça. Infernax  pode parecer grande, mas na verdade ele é relativamente curto e perfeito até para quem busca fazer speedrun.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores do jogo

Revisão: Jason Ming Hong

Infernax

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Acessibilidade para jogadores bons e ruins
  • Fator replay bem alto
  • Exploração boa e divertida

Contras

  • Poderia haver uma forma de evitar backtracking