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Review Let’s Sing: ABBA (Xbox One) – You can jive

Lançado no início da década passada para o sistema operacional Windows, a franquia Let’s Sing vem mantendo acesa a chama dos jogos musicais e da cultura japonesa do Karaokê como um todo. A palavra é uma junção dos termos “Kara” (vazio) e “oke” (de “okesutora”, que significa orquestra). Tendo surgido na cidade de Kobe, no início dos anos 70, representaria portanto pessoas que demonstram seus dotes vocais sem necessariamente ter uma banda.

Em pouco tempo, surgiram bares especializados em Karaokê, não só no Japão como no mundo todo. Aqui no Brasil, seja em bares ou residências, esse segmento dentro da indústria do entretenimento se popularizou nos anos 90. Com aparelhos portáteis (porém, caros) que lembravam bastante videocassetes e que se tornaram elementos importantes para animar festas das mais diversas. Cantar super desafinado, berrar o mais alto possível e receber uma nota altíssima independentemente de sua veia artística é algo impagável. 

O que a franquia desenvolvida pela Voxler Games e distribuído pela Ravenscourt fez, foi se apropriar dessa cultura, adaptando tudo que essas máquinas proporcionam sem a necessidade de ter um equipamento específico para isso. Em 30 de setembro, mais um capítulo dessa franquia foi lançado. Trata-se de Let’s Sing: ABBA. Aqui podemos cantar e nos divertir com 31 músicas da banda sueca que ganhou o mundo nos anos 70.

Desenvolvimento: Voxler Games

Distribuição: Ravenscourt

Jogadores: 1-4 (local)

Gênero: Musical

Classificação: Livre

Português: Não

Plataformas: Switch, PC, PS4, Xbox One

Duração: Sem registros

Perdendo o trem dos jogos musicais

Visual simples.

O que espanta um pouco, é o “timing” em que os jogos da franquia foram lançados. Salvo os jogos rítmicos da Ubisoft, Just Dance, que se mantém firme e forte com novas entradas todos os anos, a introdução de Let ‘s Sing – apesar de despretensiosa – casou justamente com a saturação desse mercado. 

Mesmo tendo perdido o trem dos jogos musicais, a franquia de karaokê conseguiu certo sucesso e relevância dentro da indústria de jogos eletrônicos, com lançamentos de títulos que trazem seleções de músicas de artistas do presente, como Billie Eilish, Dua Lipa e Ariana Grande; e do passado, como Queen e do próprio ABBA. 

O jogo possui uma apresentação visual cartunizada bem modesta, que faz com que nos encontremos entre os menus de forma muito rápida, mas com um layout que remonta as páginas de internet do início dos anos 2000. Outra coisa digna de nota é que o título não conta com localização para o nosso idioma. Porém, dada a praticidade de suas mecânicas, isso não atrapalha em nada nossa experiência. 

Premissa simples

A premissa de Let`s Sing: ABBA é a mesma das máquinas de karaokê padrão. No modo Clássico, escolhemos as músicas que mais nos agradam, cantamos junto ao clip original da canção que selecionamos, no final da performance ganhamos uma determinada pontuação e desbloqueamos a melodia no Jukebox. 

Para jogar, basta ligarmos um microfone USB no console. Porém, o título é bem democrático e dá mais formas de curtir o jogo. Assim, caso você não tenha um microfone USB, pode usar um fone de ouvido (que deverá ser plugado na saída P2 do controle do Xbox) ou usar o telefone celular, através do aplicativo “Let`s Sing Mic”, disponível para Android e IOS.

Particularmente, tive um pouco de dificuldade de fazer com que o jogo reconhecesse meu headset, seja utilizando o controle ou o app do celular (que requer que digitemos um código apresentado na tela). E isso acontece porque a sincronização com o dispositivo não é plug and play. Temos que cantarolar qualquer coisa, sustentando a voz após a sincronização, para que o nosso perfil seja associado ao microfone. É uma coisa boba, mas não havia lido nada na tela que indicasse a necessidade dessa ação para completar o pareamento.

Festa em diversos modos

Modo Legends é o mais interessante.

Let`s Sing: ABBA permite que até oito pessoas (modo Let’s Party) se divirtam cantando clássicos como Mamma Mia, Fernando, Chiquitita, Dancing Queen e a nova canção I Still Have Faith (lançada ano passado). A premissa simples que citei acima, fica evidente na dificuldade do jogo. Apesar de cada canção possuir um rank que varia de uma a cinco estrelas, o game é bem atrativo para aqueles – que assim como eu – não possui perícia vocal. Ainda sim, o título avalia nossa entonação, graves, agudos e a sustentação da voz. Mas, não nos exige dicção ou perfeição quanto a performance, nos concedendo pontos apenas por cantarolar a melodia de forma correta, mesmo que a letra esteja toda errada.

Além do modo Clássico e Let’s Party já mencionados, temos o modo Feat, para duetos; World Contest, para desafiar a pontuação de outros jogadores mundo afora (online); Mixtape, para cantarmos trechos das músicas numa sequência programada; e a estrela do jogo, o modo Legends. Aqui temos desafios diversos que passeiam por pequenos trechos das músicas até uma batalha final contra avatares que representam os integrantes da banda original (Agnetta, Björn, Bennt e Anni-Frid). É engraçado que tantas músicas tenham sido licenciadas, mas a imagem e nome dos artistas não. Os desafios consistem em conseguirmos até três estrelas dentro de um tempo específico para avançar. Na batalha final, temos que performar a música completa e ultrapassar a pontuação da CPU.

Cante, cante e cante novamente

Ao final de nosso show, nossa pontuação, em qualquer modo, é convertida em pontos de experiência que nos permitem subir de nível, desbloqueando novas skins dos quatro avatares (Sandy, Erik, Stevie e Greta). A presença deles, como era de se esperar em um título como esse, é algo puramente visual e simbólico, já que não altera em nada a dinâmica do gameplay. Let’s Sing: ABBA enquanto Karaokê entrega uma experiência satisfatória, mas enquanto videogame, devido a falta de conteúdo, é fraco e repetitivo. Numa festa em casa, é diversão garantida, mesmo para quem não é fã da banda. Jogando sozinho, porém, perde totalmente o encanto.

Cópia de Xbox cedida pelos produtores

Revisão: Ailton Bueno

Let’s Sing: ABBA

6

Nota Final

6.0/10

Prós

  • Divertido com a galera
  • Belo repertório
  • Modo Legends

Contras

  • Visual simples
  • Repetitivo
  • Falta de conteúdo