Review Revita Capa

Review Revita (Switch) – Pouco original, mas atraente

Quem acompanha com bastante afinco o mundo dos jogos indies, sabe que games do subgênero Rogue-lite sempre estão nos lançamentos da semana. Isso faz com que poucos deles mereçam sua atenção, pois raramente trazem algum aspecto particular. Para ser honesto, já estou um pouco saturado do subgênero, mesmo sendo apaixonado pelo desafio proposto.

Revita, apesar do seu nome, não é um Rogue-lite muito revitalizador. A sua maior distinção entre os seus semelhantes é a união com o bullet hell, no qual somos fuzilados por tiros e precisamos ser ninjas para desviar e atacar. Além disso, há outros pequenos detalhes que estruturam melhor o título, mas que, novamente, não o tornam algo único.

Desenvolvimento: BenStar

Distribuição: Plug In Digital

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, Aventura

Classificação: 10 anos

Português: Legendas e interface

Plataformas: PC, PS4, Switch, Xbox One

Duração: 11.5 horas (campanha)

Esqueceram de mim no metrô

Abandonado no metrô.

A história de Revita me assustou um pouco, mas não há nada de terror aqui. O susto é que não há uma introdução muito direta, nem um nome para o protagonista ou como ele chegou onde está. O único propósito é subir muitos andares para chegar ao topo do metrô, sendo o local em que nos é prometido respostas. 

Em um primeiro momento, qualquer um se sentiria realmente jogado e esquecido nesse metrô. É exatamente isso que Revita deseja, pois, além de monstros, há almas de personagens mascarados que se encontram na mesma situação. Ao encontrá-los, eles podem ser vistos pelos muitos andares ou na estação inicial. Cada um deles possui informações sobre o local e funções que auxiliam na subida do garoto.

Outras almas estão por aí.

Porém, seria muito ingênuo acreditar que tudo será respondido no final, visto que Revita já dá fortes indícios sobre do que se trata no decorrer da escala. Há cores chamativas e personagens cativantes, mas, por trás disso, há temas que são bem conhecidos. Sem dar spoilers, os muitos indícios que estão presentes na trama podem ser lidos em um diário. Além deles, os chefes já respondem um pouco, visto que enfrentamos a Negação, a Raiva, etc. 

Sacrifícios para ter artifícios

Um baú que requer vida para abrir.

A existência de artefatos que dão habilidades para o personagem em um Rogue-lite já está na alma do subgênero. Revita não muda de hábito, mas o coloca em outro patamar de dificuldade. Nele, o jogador deve vender partes da sua vida para abrir baús e nem sempre essa troca é eficaz.

O garoto perdido dispõe de quatro corações e duas barras de almas, estas que são “dropadas” de monstros abatidos. Caso queira recuperar vida, o Foco deve ser utilizado ao apertar X para consumir uma barra e recuperar metade de um coração. Fora isso, as almas também servem como moeda de troca para reconstruir o metrô e comprar novos artefatos com um prisioneiro.

Sendo um total de cento e noventa e três, muitos destes artifícios atribuem melhorias para a arma do garoto, como velocidade do tiro, recarga, dano, entre outros. Raramente, inimigos podem deixar cair um destes artefatos, mas alguns andares contém baús ou NPCs que trocam corações por novos itens. Além destes, uma fonte espiritual pode fazer o mesmo, contudo, ela é sacrificada no processo.

Sacrificar é a melhor palavra para descrever Revita e, em alguns momentos, você irá odiar isso. Sem brincadeiras, eu nunca usei tanta estratégia em um Rogue-lite, do tipo que você fica cinco minutos avaliando se vale ou não a pena arriscar uma troca.  A sensação que fica é que escolhas erradas podem colocar toda uma run em xeque, afinal, você nunca sabe o que irá encontrar no próximo andar.

Elevadores e suas músicas

As fases são como andares de um elevador.

Já dá para saber que em cada andar de Revita sempre será possível encontrar monstros querendo te matar e alguns itens, mas esses não são os únicos elementos visíveis na escalada. Obviamente que cada andar é feito proceduralmente, contendo vários elementos diferentes, mas que depois ficam repetitivos.

A arte de Revita é o que realmente chamou minha atenção – pixel art é meu ponto fraco. É possível notar nos primeiros andares como as partículas de projéteis e toda ambientação de cada andar se misturam como fogos de artifícios. De igual maneira, os cincos estágios são bem distintos, coloridos e cheios de mistérios, como salas escondidas.

Muitas balas para se esquivar.

O grande ponto fraco de Revita é realmente toda sua composição sonora. Começando pelas músicas, elas realmente parecem ter saído diretamente de um elevador ou de um metrô, ou seja, são monótonas. Já os sons de tiro, dash do personagem e Foco parecem estar invertidos. Para mim, quando estava utilizando o Foco, o som se assemelhava mais a uma escopeta, que é uma das armas do título. O contrário também ocorre de forma mais suave, só que ainda um pouco confuso.

Veredito

Revita não traz novas cores ao Rogue-lite, como já deixei bem claro desde o início. Tudo que foi citado são os pequenos detalhes que o tornam uma experiência cem por cento igual às demais. Mesmo assim, seu início será divertido. O meio será extremamente entediante pela repetitividade. Já o final, será alcançado na sorte dos artefatos conquistados. E, por fim, você não irá querer ver as cores dele nunca mais. Agora, se você não consome tantos Rogue-lite como eu, talvez esse seja um game a ser explorado.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Revita

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • História peculiar
  • Artifícios criativos
  • Mecânica desafiadora
  • Pixel art

Contras

  • Músicas monótonas
  • Nada de muito novo
  • Chefes fáceis
  • Repetitivo