Review Ruined King: A League of Legends Story

Review Ruined KIng: A League of Legends Story (PS4) – Mais divertido que uma ranqueada no bronze

Se você não esteve debaixo de uma rocha na última década, então com toda certeza você já escutou sobre League of Legends. Quando se trata desse jogo, existem as pessoas que o amam odiar sem nunca ter jogado; e aquelas que odeiam, mas não conseguem parar de jogar. 

Falem bem ou falem mal, o game é o grande culpado pela popularização do gênero MOBA. Porém, independentemente da sua opinião sobre League of Legends, é indiscutível que a Riot Games sabe muito bem como contar uma história. Com um universo tão rico em suas mãos, ela decidiu expandir para outros mercados, começando pela animação Arcane, que teve um brilhante sucesso, e agora com Ruined King: A League of Legends Story.

Desenvolvimento: Airship Syndicate

Distribuição: Riot Forge

Jogadores: 1 (local)

Gênero: RPG

Classificação: 12 anos

Português: Dublagem, legendas e interface

Plataformas: PC, Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 20 horas (campanha)/43 horas (100%)

Uma introdução de ouro

A Ilha das Sombras.

Anunciado no evento de 10 anos de League of Legends, Ruined King é uma aventura nas áreas mais assombradas de Runeterra: as Ilhas das Sombras. Essas ilhas são o lar de inúmeras almas em sofrimento e da Névoa Negra, que sai pelos mares destruindo embarcações e causando o terror em outras áreas próximas. No entanto, nem sempre as coisas foram assim.

Antes dessa assombrosa história, essas ilhas eram chamadas de Ilhas das Bênçãos. Rodeada por uma névoa mágica e uma água que poderia curar qualquer coisa, a vida nesse local era próspera e bela. Até que, um dia, um rei, enlouquecido pela perda de sua esposa, invadiu as ilhas causando inúmeras mortes, só para curá-la com as águas. Porém, o inesperado aconteceu e, nos dias atuais, tudo o que permanece lá é sofrimento e tristeza.

Illaoi, Braum, Ahri, Pyke, Yasuo e Miss Fortune são os corajosos exploradores que embarcam nessa jornada horripilante, mas cada um deles possui suas próprias ambições. Por conta disso, a história demora um pouco para zarpar, principalmente para introduzir bem a relação de 6 personagens que nunca se conheceram. 

No fim, tudo é muito recompensador, sobretudo para quem é apaixonado por LoL e pelos campeões. Um exemplo: ver Pyke, uma figura assassina e tenebrosa, conversando com Braum, um homem musculoso, mas muito dócil, é uma das coisas mais fantásticas e engraçadas. Tornando os diálogos maravilhosos, pois nunca poderiam ocorrer durante o MOBA, em que os combates são mais frenéticos e não possuem pausas para bate papo.

Um combate para desafiantes

O menu inicial de todas as habilidades.

É normal torcer o nariz quando mais um RPG de turnos é lançado, e foi exatamente o que fiz quando soube que Ruined King utilizava esse estilo de combate. Para minha surpresa, ele não se baseia no clássico uso de elementos e fraquezas para forçar quem joga a montar estratégias. Muito pelo contrário: aqui, rotas e múltiplas habilidades fazem o confronto ser dirigido por outros meios.

Cada campeão possui três tipos de habilidades: Ultimate, Instantânea e Rota. A primeira seria como o Limite visto em Final Fantasy 7, a qual, quando completa, permite com que o personagem possa usufruir de uma habilidade forte. As Instantâneas, como o nome indica, são desferidas no momento em que são escolhidas. Por final, na parte inferior do combate, há uma pista com 3 rotas: velocidade, equilíbrio e força. Acionar uma habilidade na Rota de velocidade faz o turno do personagem ser mais rápido, mas desferi menos dano. Em força, há uma demora para agir, mas causa mais dano. E, em equilíbrio, o tempo e o dano são moderados. 

Essas Rotas também podem possuir blocos de Curinga, zonas em que um bônus positivo ou negativo é aplicado ao personagem que estiver nela. Saber utilizar as habilidades de Rotas e onde o herói irá parar são fundamentais para ganhar batalhas. Em conjunto com a opção de acelerar lutas, tudo isso faz dos combates muito mais dinâmicos. Fora que há muitas habilidades passivas e ativas que permitem mexer nas Rotas.

Como um bom tanque (que resiste a toneladas de dano), Braum tem grande controle sobre os inimigos. Ele é um grande exemplo de controle de grupo – e bota grande nisso -, já que pode atordoar adversários com sua passiva congelante. Além disso, ele também consegue empurrar e atrasar o turno adverso com suas habilidades. Consequentemente, outros campeões possuem suas devidas funções, sendo necessário explorar bem suas habilidades e melhorias disponíveis.

Mestre das artes

Thresh, um dos vilões do jogo.

Joe Madureira, o lendário quadrinista de Darksiders, sai do apocalipse para desenhar os personagens em Ruined King. Como esperado, os visuais e todo o design de arte estão impecáveis. Entretanto, não esperem gráficos maravilhosos e tenham paciência com a quantidade de telas de carregamento. Mesmo com configurações medianas, entre conversas e mudanças de áreas, podem ocorrer 3 loadings em sequência, o que requer calma.

Por outro lado, outro ponto muito forte da Riot Games que se repete aqui com êxito são as músicas. Andar pelas Águas de Sentina, que é uma área de piratas, é uma aventura que lembra a sonoridade presente em Piratas do Caribe. Aquele local que é bonito, mas perigoso e cheio de malandros querendo saquear. Em contrapartida, as Ilhas das Sombras são bem ressoantes com o ar de suspense e terror que as Névoas Negras implementam no local.

Vale mencionar a maravilhosa dublagem que não foi nem um pouco alterada. Todos os personagens de League of Legends permanecem os mesmos em Ruined King. Isso reforça ainda mais a animosidade ao ver os personagens conversando. Novamente, se já for um conhecedor deles, você irá querer sempre conversar quando possível.

Um diamante para quase todos os jogadores

Ruined King: A League of Legends Story é primoroso em elementos que a Riot Games já era boa em fazer. Caso não reconheça nada desse universo, tudo que é necessário para compreensão e introdução está bem feito. O combate era a maior preocupação e, no geral, ele é muito diferente do que é comumente visto em RPGs de turno. No entanto, pessoas que tiverem certa proximidade com essas histórias terão maior aproveitamento de toda a aventura, seja por conta de referências a outras histórias ou por virem coisas impossíveis acontecendo.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Ruined King: A League of Legends Story

9.5

Nota final

9.5/10

Prós

  • Personagens bem construídos
  • Combate dinâmico e estratégico
  • Artes e músicas impecáveis
  • Dublagem

Contras

  • Muitas telas de carregamento
  • Feito para fãs