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Review Samba de Amigo: Party Central (Switch) – Chacoalhe suas maracas

Ainda me lembro de uma edição da revista Ação Games, de março de 2001, quando um dos destaques era a versão de Samba de Amigo para o saudoso Dreamcast. O título chegava ao console da Sega – na época, em seus últimos dias de vida – cerca de um ano depois da versão de Arcade, lançada em dezembro de 1999. A redação convidou ninguém mais, ninguém menos, do que o grupo paulistano de pagode Katinguelê para curtir e testar o jogo. Ele, aliás, foi muito bem avaliado por Ronaldo Testa – jornalista responsável pela análise – e elogiado por Salgadinho e demais integrantes da banda. 

A Sonic Team desenvolveu Samba de Amigo na esteira dos jogos rítmicos do final dos anos 90 e início dos anos 2000, como Guitar Hero. O diferencial aqui é a utilização de controles em formato de maracas, instrumento utilizado pelo macaquinho Amigo na aventura musical. Algum tempo depois, o título foi portado para o Wii, que fez proveito dos controles de movimento do console da Nintendo. A recepção, no entanto, foi bastante morna. Mais de vinte anos depois, temos um novo título do jogo rítmico do macaquinho e sua turma: Samba de Amigo: Party Central, que chegou ao Nintendo Switch no final de agosto buscando atrair os fãs do título original e cativar novos. 

Desenvolvimento: Sega

Distribuição: Sega

Jogadores: 1-2 (local) e 1-4 (online)

Gênero: Musical

Classificação: Livre

Português: Não

Plataformas: Switch

Duração: 3 horas (campanha)/8.5 horas (100%)

Eu me remexo muito

Eu me remexo muito

Samba de Amigo: Party Central conta com uma grande variedade de músicas para curtir. Sucessos atuais e do passado – como Macarena e Payback (feat. Icona Pop) – dão as caras aqui, com músicas dos mais variados gêneros. Até Bon Jovi e Culture Club marcam presença. São quarenta músicas iniciais, sem contar as que podem ser adquiridas por meio de expansões pagas. Uma curiosidade, no entanto, é a ausência – tal qual no original – de qualquer canção que beba nas águas do samba, apesar do nome sugerir o contrário. O termo serve mais para enfatizar se tratar de uma experiência rítmica, alegre e dançante, tal qual o samba.

Se você não é muito fã de controles por movimento, pode ficar tranquilo, já que o jogo oferece uma forma mais tradicional para experimentá-lo, usando os analógicos ou os botões dos joy-con. Porém, ele não conta também com a opção de usar a tela touch do Switch no modo portátil, o que é uma pena. Jogar chacoalhando os joy-con garante momentos hilários e deliciosamente constrangedores. Durante a partida, os comandos são definidos por argolas que ficam localizadas no canto superior, inferior e nas laterais da tela. Dessa forma, devemos pressionar os botões no exato momento em que uma espécie de esfera dourada passa por entre essas argolas. 

Os efeitos de luz e algumas das animações dos personagens que, por vezes, poluem o ambiente, podem dificultar o timing correto para apertar os botões, mas não é algo que atrapalhe sempre. De toda forma, se não errarmos os comandos, fazemos combos que garantem multiplicadores que aumentam ainda mais a nossa pontuação. Ou seja, quanto maior for a precisão, maior será a pontuação e os prêmios que podemos obter. A essência Arcade do original foi mantida. Então, tudo é muito direto ao ponto. A ausência de localização para o nosso idioma, nesse sentido, apesar de ser injustificável, não chega a atrapalhar a experiência.

Diferentes modos de jogo

Diferentes modos de jogo.

Ao final de cada canção, ganhamos uma nota de acordo com o percentual de acertos obtidos, que varia de C a S. Junto a eles, são cedidos pontos de experiência e moedas que podem ser trocadas por itens cosméticos, como roupas, chapéus, óculos, entre outros. Ganhamos também premiações diversas a cada subida de nível, o que é uma estratégia interessante para manter nosso interesse pelo jogo. O título apresenta quatro opções de dificuldade (Normal, Hard, Super Hard e Crazy) e não conta com um modo easy, para a decepção da internet. O grau de dificuldade de cada música – medido por quantidade de maracas – varia de acordo com a opção escolhida. 

Samba de Amigo: Party Central conta com diferentes modos de jogo, sendo cinco no total. Podemos jogar sozinho, acompanhado por mais um amigo ou online, com até quatro jogadores. A experiência online, no entanto, tem seus pontos negativos e positivos. O modo online mais purista, por exemplo, não funciona devidamente. Esse modo depende, especificamente, da criação de salas abertas ou privadas, por outros jogadores. E é quase impossível encontrar algum jogador disponível para chacoalhar as maracas com você. 

O modo online World Party, por outro lado, foi um acerto e tanto. Trata-se de uma espécie de Battle Royale, com vinte jogadores simultâneos, dividido em três fases, onde ao final de cada música (selecionadas de forma aleatória), aqueles que tiverem a menor pontuação vão sendo eliminados. Nas opções offline, temos um modo tradicional e no estilo arcade, batizado de Rhythm Game, em que escolhemos a melodia e tentamos obter a maior pontuação; uma espécie de modo de desafio, batizado de Streamigo, no qual o sucesso na campanha lhe garante seguidores e premiações cosméticas; e o Party for Two, para jogar com um coleguinha.

Jogar de forma descompromissada

Em suma, temos modos de jogos variados, partidas rápidas, que são excelentes para jogar de forma descompromissada e que casam muito bem com a proposta de portátil do console híbrido da Nintendo. Com um visual cartunesco muito bem feito, um protagonista carismático, além de uma boa seleção de músicas e controles acessíveis, Samba de Amigo: Party Central é um divertido jogo rítmico capaz de agradar jogadores e jogadoras de todos os tipos. 

Cópia cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Samba de Amigo: Party Central

8

Nota Final

8.0/10

Prós

  • Modos variados
  • Visual cartunesco
  • Boa seleção de músicas
  • Controles acessíveis

Contras

  • Online com alguns problemas
  • Poluição visual nos cenários em alguns momentos