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Review River City Girls (Switch) – A vez das minas

Os últimos beat ’em up não satisfazem seu gosto? Quem sabe River City Girls, desenvolvido e publicado pela Wayforward (série Shantae) em conjunto com a Arc System Works, não acabe com seu vazio deixado por uma falta de jogos de briga de rua de qualidade nos últimos tempos – principalmente pela extinção de Scott Pilgrim Vs. The World que foi retirado da Xbox Live e PSN.

Ano: 2019
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Aventura, Arcade, Luta, Multiplayer
Classificação indicativa:
10 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Xbox One, Switch
Duração: 7 horas (campanha)/ 9 horas (100%)

Um retorno à River City Ransom

O dojo é o lugar onde você aprende novas formas de bater nas pessoas

Neste spin-off do jogo citado acima, você joga com as garotas Misako e Kyoko que tem a missão de salvar os namorados Kunio e Riki – protagonistas de River City Ransom-, tudo com um visual 16 bits bem parecido com os da época de ouro do Mega Drive e SNES, e de jogos do mesmo gênero como Streets of Rage ou Final Fight. As cutscenes se diferem por trazer um estilo mais anime com dublagem excepcional – apesar de não conter vozes japonesas -, lembrando um pouco o estilo de animação mais simplificado de Dragon Ball Super.

Já se tratando do áudio, River City Girls conta com uma trilha sonora empolgante com ritmo eletrônico, mas também com algumas músicas cantadas que não deixam nada a desejar. No jogo existe um sistema de progressão no estilo RPG através de pontos de experiência com a derrota de inimigos, fazendo com que você libere novos golpes. Alguns precisam ser comprados no dojo usando dinheiro, como também itens que recuperam sua vida ou necessários para realizar uma missão que são comprados em lojas pelos cenários do jogo. Mais uma vez colocando elementos de RPG na jogada, aqui você pode equipar itens que te dão vantagens e atributos a mais.

Graças ao diretor irritado da escola, as duas começam a ser perseguidas por alunos assim que resolvem sair correndo do recinto para salvar seus namorados desaparecidos, além de encontrar vários personagens dos mais variados que estão a procura de briga ao longo do jogo. Para não ficar apenas na fórmula beat ’em up, a história te coloca algumas missões que não envolvem diretamente bater em alguém, mas sim trazer um lanche em troca de informações cruciais para o avanço, por exemplo. Obviamente também existem lutas com chefões absurdamente fora do comum para um ser humano.

Em muitos momentos você vai precisar fazer um backtracking voltando em lugares onde já passou e que antes estavam bloqueados, mas nada frustrante ou que tire a diversão até porque você pode usar pontos de ônibus para se locomover rapidamente entre cenários distantes. Mas não pense que voltará nestes lugares sem que tenha que encontrar novamente inimigos gerados automaticamente que estarão de volta a partir de um respawn/reaparecimento no local – porém você não é obrigado a derrotá-los.

O combate e suas características

Tá vendo o cadeado ali em cima? Aqui você não pode sair correndo e fugir

Apesar de ser um jogo bastante ágil no combate, em River City Girls seus golpes deixam uma brecha dependendo do momento em que você acerta seus inimigos, permitindo que você leve uma investida de algum deles e acabe sofrendo o dano. Nada que a prática não te leve a evoluir, mas é preciso entender que o jogo não vai te dar a liberdade de encurralar um inimigo na pancada facilmente.

Aqui você tem a capacidade de “recrutar” alguns inimigos que, ao serem derrotados, imploram por misericórdia. Assim você consegue meio que estocar esses personagens para uso posterior como se fossem uma arma secundária, chamando eles com um botão para que eles ataquem inimigos próximos à você. É uma ideia muito boa, porém poderia ter sido melhor executada já que o recrutado aparece para o ataque numa velocidade não tão alta e você acaba apanhando antes que possa fazer algo.

Ah, e além do jogo ter um sistema de evolução, Misako e Kyoko tem seus níveis evoluídos separadamente. Isso vai fazer com que você tenha que jogar alternando entre as duas meninas de vez em quando, se estiver jogando sozinho, caso não queira que uma delas fique muito para trás – talvez isso te incentive a jogar por mais tempo.

Um jogo para veteranos e novatos

Não há de se negar que jogadores já conhecedores da série River City vão se deparar com referências e elementos já familiares, mas nada disso atrapalha a experiência de pessoas recém-chegadas ou que simplesmente estejam a procura de um briga de rua para se divertir por horas e horas. Senti falta apenas de um multiplayer online, o que poderia expandir bastante a possibilidade de jogar com alguém distante de mim – o jogo é bem mais divertido com 2 pessoas. Pelo menos a versão de PC conta com o Steam Remote Play Together que te deixa jogar com qualquer amigo(a) em qualquer lugar com apenas um de vocês possuindo o jogo. Enfim, River City Girls é para aqueles que procuram um excelente beat ’em up com uma variedade enorme de combos, tendo a possibilidade de trazer uma pessoa para te acompanhar neste divertido título da Wayforward.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

River City Girls

9.5

Nota final

9.5/10

Prós

  • Direção de arte
  • Dificuldade opcional
  • Sistema de progressão
  • Combos divertidíssimos
  • New game+ depois de completar o jogo

Contras

  • Sem multiplayer online