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Review Sherlock Holmes: The Awakened (PS4) – Entre a razão, a loucura e a chatice

Sherlock Holmes: The Awakened é um remake de uma aventura lançada em 2006, mas que também continua a história iniciada em Chapter One. Aqui, nesta mistura de histórias Lovecraftianas com a de Arthur Doyle, o grande detetive não lidará apenas com mistérios racionais. Os desafios existentes em todo o jogo vão da razão para a loucura, sempre em um limiar. Porém, a maior batalha para quem joga é a monotonia pela repetição excessiva para concluir cada parte do mistério.

Desenvolvimento: Frogwares

Distribuição: Frogwares Ireland LTD.

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Aventura, Terror

Classificação: 12 anos

Português: Legendas e interface

Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S 

Duração: 8 horas (campanha)/11,5 horas (100%)

Um chamado profundo

Sherlock Holmes: The Awakened demonstra um detetive ainda novo.

Sherlock Holmes: The Awakened nos traz seu protagonista nos primeiros anos como detetive. Isso fica evidente com a sua recente união com o vetereno médico Sr. Watson. No meio de uma simples investigação sobre um desaparecimento, a dupla acaba caindo no meio de um mistério muito mais profundo do que imaginavam. No caso, ambos recaem sobre uma história Lovecraftiana muito famosa: O Chamado de Cthulhu.

Para os fãs do conto, essa pode ser uma informação excitante, mas é preciso ter calma. O desenrolar da história é lento e, muitas vezes, desinteressante. Isso não se deve totalmente à narrativa, mas acaba afetando-a. Vale mencionar a presença de outras histórias de H.P. Lovecraft; contudo, elas aparecem apenas como secundárias, o que é uma pena. 

O culto de Cthulhu afetando Sherlock.

O mistério principal é demasiadamente longo e com muitas perguntas para serem exploradas, tornando, assim, as secundárias um alívio em meio à tanta monotonia. A maior curiosidade que percorre The Awakened é por que o culto de Cthulhu afeta tanto Holmes. No entanto, não é o suficiente para superar o chato trabalho de uma investigação minuciosa.

Investigando minuciosamente

Caderno com todas as pistas de todos os casos, primários e secundários.

O trabalho de um detetive é investigar tudo que importa e solucionar um mistério. Sherlock Holmes é o detetive, mas a impressão passada em The Awakened é um pouco confusa. Nosso dever é descobrir cada detalhe e correlacionar eles para chegar a uma conclusão. Porém, em cada pergunta o trabalho é muito minucioso, a ponto de causar monotonia e não parecer muito uma investigação.

A princípio, temos um caderno de anotações com tudo que descobrimos, sejam eles relatos, itens ou documentos. Cada um deles representa uma pequena parte de uma grande resposta. Em cima dessas anotações há símbolos pequenos e muito parecidos. A partir disso, devemos fazer o que eles pedem, como conversar com uma vítima ou ir para algum lugar específico. Então, passamos muito tempo andando para lá e para cá, principalmente em áreas fechadas.

O Palácio Mental no início do jogo.

Após investigar cada detalhe, nós nos dirigimos ao Palácio Mental, onde respondemos a pergunta misteriosa. Sherlock Holmes: The Awakened complica um pouco as coisas aqui, pois as pistas de missões secundárias misturam-se com as primárias. Então, muitas vezes, é necessário ir na base do acerto e do erro, uma vez que a quantidade de pistas semelhantes é numerosa.

Rodando o mundo

Baker Street desolada, mas, bela do seu jeito.

Sherlock Holmes: The Awakened não fica preso apenas à Londres, como grande parte de outras histórias. Assim como o conto sobre “O Chamado de Cthulhu”, Holmes e Watson irão parar em diferentes localidades do mundo. De Londres até os subúrbios de Nova Orleans, os vestígios do culto sempre os levarão para uma parte diferente do globo, e até uma cidade submersa.

As diferentes localidades que encontramos durante as investigações podem variar de tamanho e, como citado anteriormente, isso impacta muito. Locais pequenos, como o manicômio na Suíça, exige do jogador paciência para ir e voltar várias vezes ao mesmo NPC ou cômodo. Por outro lado, em ambientes grandes, como o cais de Londres, essa exigência ainda existe, mas só se torna um incômodo quando é escolhido fazer as secundárias.

Holmes em uma cidade afundada e louca.

Quando se trata de gráfico e design de áudio, Sherlock Holmes: The Awakened consegue ser belo e misterioso, até mesmo no PS4. É possível ver alguns delays de renderização ou bizarrices, como vestimentas atravessando partes do corpo ou outros locais, mas nada muito grave. Além disso, a telas de carregamento são rápidas, principalmente nas viagens rápidas, que são quase instantâneas.

Uma investigação interessante que exige paciência

Sherlock Holmes: The Awakened vai demandar de você um grande gosto pela investigação de mistérios. A quantidade de pistas e passos a serem feitos para finalizar um capítulo é enorme e pode ficar monótono, principalmente por serem dez. Tal fato fica difícil de engolir quando encontramos uma história extremamente estimada sobre um embate da razão e loucura, entre Sherlock Holmes e o culto de Cthulhu. Portanto, The Awakened não deixa de ser interessante por sua base, mas vai exigir paciência do jogador.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Sherlock Holmes: The Awakened

7.5

Nota final

7.5/10

Prós

  • História interessante
  • Secundárias ótimas
  • Loadings rápidos
  • Visual impressionante

Contras

  • Investigação cheio de idas de voltas
  • Ícones pequenos e semelhantes
  • Conjunto de pistas confunde demais
  • Baixa recompensa por tanta investigação