Depois de jogar Crypt of the Necrodancer fiquei órfão dos jogos baseados em ritmo, que não é um tipo de game tão provável de ser desenvolvido hoje em dia. Guitar Hero, Rock Band e outros desse estilo ficaram no passado, e já não podemos encontrar algo do mesmo calibre ou similar. Bem, isso aconteceu até agora mas não da forma que você pensa. BPM: Bullets Per Minute é um produto indie dirigido pelo ritmo, com músicas de metal tocando em cada seção de suas salas recheadas de monstros. No entanto, quão bom você deve ser nesse tipo de jogo, e quão bom “dançarino” você precisa provar que é?
Desenvolvimento: Awe Interactive
Distribuição: Playtonic Friends
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Tiro, Aventura
Classificação: 14 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: Xbox One, PC, PS4
Duração: 3 horas (campanha)/24.5 horas (100%)
Ser massacrado pelo rock and roll
Bullets Per Minute é uma experiência roguelite, o que pode afastar algumas pessoas – aquelas como eu. Dito isso, esteja ciente de que você perderá tudo o que coletou depois de uma sessão de jogatina caso morra, e não importa se você chegou à próxima área: tudo desaparecerá. A estrutura das fases é segue um tipo dungeon, na qual há um mapa no canto superior esquerdo da tela onde você pode se localizar e ver a sala mais próxima e o que ela contém, considerando que são salas identificáveis e que contêm NPCs ou algum tipo de baú para abrir.
A barra de saúde da maioria dos personagens tem 100 pontos de vida, e você recebe um game over assim que ela esgotar. Há também uma maneira de reabastecê-la comprando poções de saúde em um personagem com aparência simpática em uma das salas, além de alguns inimigos raramente derrubarem esses itens ou eles existirem dentro de alguns baús. Fora isso, você pode coletar diferentes itens equipáveis que podem fornecer algumas vantagens (ou buffs), como um salto explosivo – que acabou sendo extremamente útil -, pontos de armadura maiores e até um salto triplo (o padrão é salto duplo).
Em cada sala, depois de limpá-la dos inimigos, um baú aparecerá com moedas ou itens aleatórios. Isso é bastante baseado em sorte e o mesmo vale para baús no chão que exigem que uma chave consumível seja usada. Esses baús podem conter itens úteis ou de espada de dois gumes, que podem lhe dar habilidades ou matá-lo lentamente quando você usa uma habilidade recém-adquirida. Além disso, há estátuas espalhadas pelas salas nas quais você pode gastar suas moedas e obter um item em troca, e às vezes esse item é apenas uma surpresa. O mesmo acontece em uma espécie de arca randomizadora que sorteia itens, chaves ou inimigos – e isso também é baseado na sorte.
No final de cada área, você terá que enfrentar um chefe bastante agressivo que pode vencê-lo rapidamente; além de que a música de fundo também fica intensa, acelerando bastante as coisas. Nesses momentos, é altamente recomendável trazer sua melhor arma com você, e elas são muito limitadas, assim como suas balas – ao contrário da sua arma principal. Depois de vencer um grupo de 4 áreas, você desbloqueará um novo personagem armado com armas e/ou poderes únicos.
Ritmo contagiante e extras
E não ouse esquecer de que você precisa seguir a música além de tudo isso, então preste bastante atenção a cada pequeno detalhe. Felizmente, há uma opção no menu principal através da qual você pode ativar o ritmo automático, assim você não precisa se preocupar em perder uma batida. No entanto, não se engane: isso não vai facilitar tanto as coisas. Diminuir o nível de dificuldade também não te ajuda nisso; portanto, se você não é o tipo de pessoa que gosta de ser desafiado através de um monte de game overs consecutivos que – supostamente – te instigam a “ficar melhor”, fique longe de BPM para seu próprio bem.
Depois de tudo isso, podemos desbloquear novos desafios no menu principal à medida em que avançamos. Esses desafios oferecem coisas como um modo retrô, no qual você terá que lidar com um estilo de arte pixelizada que realmente me incomodou muito mais do que me divertiu; ou até mesmo um modo Suppertime, que deixará tudo engasgado propositalmente para simular um metrônomo de forma mais realista, e você terá que ser duas vezes mais cauteloso com os inimigos e projéteis.
Boa música, zero misericórdia e opções de jogabilidade
Isso provavelmente será bastante controverso para alguns, mas Bullets Per Minute, apesar de ser um ótimo jogo com músicas absurdamente ótimas, fica aquém em termos de dificuldade. Embora tenhamos diferentes níveis dela para escolher, não há misericórdia no loop de gameplay, pois você perde tudo o que foi coletado até aquele momento do game over.
Não me entenda mal, porque BPM é algo incrível com uma jogabilidade e ritmo divertidos, no entanto, não há aspectos de personalização oferecidos aqui, ao contrário de muitas experiências roguelite atualmente. Bullets Per Minute consiste em um produto roguelite em sua essência original, mas leva as raízes desse subgênero muito a sério por não oferecer opções extras para personalizar sua experiência. A opção de ritmo automático é super bem-vinda, mas isso não é suficiente para ser amigável para com recém-chegados na cena rogue.
Cópia de Xbox One cedida pelos produtores
BPM: Bullers Per Minute
Prós
- Trilha sonora de altíssima qualidade
- Opção de auto-ritmo é muito conveniente
- Cada personagem tem seus equipamentos únicos
- Podemos guardar dinheiro na sala do banco
Contras
- Apesar de boa, as músicas se repetem muito
- Poucas opções de personalização da fórmula Roguelite
- Extras não são tão bem feitos
- Dificuldade brutal demais vai afastar muitos
- God mode fez falta para praticar