The Sinking City Capa

Review The Sinking City (Xbox Series S) – As melhorias para a nova geração bastam?

Em 2021, a versão aprimorada de The Sinking City para Xbox Series X/S finalmente chegou, prometendo algumas melhorias esperadas da atual geração de consoles, como resoluções maiores e um carregamento quase inexistente. A atualização cumpre sua promessa, porém, exigindo a compra novamente da nova versão para os consoles atuais. Mas será que essa minha revisita, após ter conhecido o jogo tempos atrás em outra plataforma, me fez mudar de ideia?

Desenvolvimento: Frogwares‬
Distribuição: Frogwares‬
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação
Classificação: 18 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, PC, Xbox One, Xbox Series X/S, PS4, PS5
Duração: 19 horas (campanha)/31 horas (100%)

De volta à Oakmont dos anos 20

Charles Reed de volta à ação

The Sinking City traz a história de Charles Reed, um militar aposentado que está sofrendo de visões pós-traumáticas do navio em que ele serviu, o USS Cyclops. Com isso, ele sai em busca de Johannes van der Berg, um intelectual que mora em um local chamado Oakmont, em uma Massachusetts dos anos 20.

O lugar recentemente passou por uma inundação que causou um verdadeiro lago em ruas e esquinas de toda a cidade, sendo necessário travessias de barco para transitar de um lugar ao outro. Chegando lá, o veterano de guerra dá de cara com uma figura importante, Robert Throgmorton, que está procurando o paradeiro de seu filho, que saiu recentemente em uma expedição. Assim que Charles resolver esse pequeno problema, Throgmorton o ajudará a encontrar quem ele procura e o auxiliará com suas visões, algo também recentemente reportado em grande escala em Oakmont.

A história gira em torno basicamente da busca de Reed por respostas. Porém, para encontrar aquilo que está procurando, o protagonista precisa cumprir tarefas em grande parte do tempo, o que o leva de um local ao outro a fim de realizar favores para NPCs e, assim, receber pistas para seu próximo passo. Após isso, adivinha só? Sim, mais tarefas. O maior problema de The Sinking City, ao meu ver, é que ele possui tantas amarras para chegar a um destino final que acaba tornando entediante a jornada até lá. É como se estivéssemos seguindo uma linha tão longa que o caminho até o final dela parece uma caminhada eterna.

A estrela de The Sinking City

Investigações

A jogabilidade certamente é a melhor parte de todo o jogo. Os momentos de investigação são incríveis e bem bolados, dando um senso de dever cumprido ao jogador. Normalmente eles surgem quando Reed precisa desvendar algum evento que ocorreu em um local específico, e então começam a surgir alguns pontos luminosos que representam trechos do ocorrido. Após encontrar todos os pontos, é necessário ordená-los para desvendar qual foi a ordem dos fatos, o que resulta em uma pista para ser adicionada ao Mind Palace. Como o nome já diz, o Palácio da Mente (Mind Palace em português) é onde Reed junta as pistas encontradas em sua cabeça para montar um próximo passo, o que basicamente cria um ícone no menu do jogo com uma descrição do que precisa ser feito a seguir.

Mas não para por aí, já que existem algumas partes em que visitamos arquivos da delegacia ou do jornal local. Nestes lugares, podemos encontrar vestígios de assuntos que precisamos saber mais para adquirir uma nova pista, sendo que é necessário ler sempre o objetivo para entender o que é preciso buscar. Também existe um comando que ativa a visão paranormal do personagem, revelando trajetos feitos por pessoas que passaram por aí, ou até mesmo liberando passagens em locais que não são visíveis a olho nu.

Ainda peca por não ser intuitivo

Mapa difícil de aturar

A partir daí, as coisas começam a ficar um pouco mais problemáticas para pessoas mais exigentes. The Sinking City não pega na mão do jogador no quesito “orientação”. Às vezes é possível ter alguma suspeita de onde devemos ir ou o que devemos fazer, mas  não será apontado no mapa o próximo destino. The Sinking City instiga o jogador a realmente investigar, ler a descrição do objetivo e decifrar onde está um objeto de interesse ou uma área que precisa ser visitada para coletar itens e prosseguir. Em alguns momentos é possível ter pistas mais claras, como a localização de algo entre as ruas, mas em outros é preciso de fato montar um quebra-cabeça (não literalmente) para decifrar as coisas.

O problema não é existir uma dificuldade um pouco mais elevada, que exige do jogador a melhor utilização de suas habilidades de dedução. O defeito da proposta, de forma geral, é não oferecer uma diminuição de dificuldade que torne as coisas mais acessíveis de serem decifradas. Seria muito bem vindo uma indicação do próximo destino no mapa, o que evitaria vários longos minutos perdido por Oakmont tentando entender o que deve ser feito – porque quase nunca é intuitivo.

Versão para nova geração

Gráficos ainda "ok"

Assim como muitos jogos da geração passada, The Sinking City também recebeu uma versão para Xbox Series X/S. Felizmente, quem possui o game no Xbox One foi contemplado com o recurso Smart Delivery, o que evita com que o jogador tenha que comprar novamente a versão atualizada. As melhorias incluem um loading bem mais rápido – o que é útil principalmente nos momentos de fast travel -, gráficos aprimorados e resolução aumentada. Mesmo com a velocidade incrivelmente mais rápida no Xbox Series X/S, as animações dos personagens gerais ainda deixam bastante a desejar. Isso sem falar em uma mudança repentina de posição quando um NPC está andando, dando a impressão quase como se a pessoa tivesse levado um choque de repente.

Além disso, também é possível notar um pouco da sombra se formando ao longo do caminho em alguns trechos, o que não faz nenhum sentido ao meu ver em um game da geração atual, que deveria aproveitar todo o poder dos novos consoles.

Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

The Sinking City

7.5

Nota final

7.5/10

Prós

  • Jogabilidade bem construída
  • Crafting simples
  • Mecânicas de investigação
  • Coleta de pistas divertida
  • Loadings incrivelmente rápidos

Contras

  • Faltou o Smart Delivery
  • Muitas missões maçantes
  • Animações abaixo da média
  • Mundo superficial e sem vida
  • Sem opção de apontar objetivo